Todos os postos de combustíveis que repuseram seus estoques de gasolina nos últimos dois dias já estão comercializando o derivado de petróleo com maior concentração de etanol anidro. Desde a última segunda-feira, 16, o percentual de mistura do derivado da cana-de-açúcar passou de 25% para 27%, tanto para o produto na versão comum como também na aditivada. Apenas a formulação ‘premium’ segue livre dessa combinação. Em Cuiabá e Várzea Grande, poucos motoristas se atentaram à mudança, mas quando lembrados, fizeram ressalvas ao impacto da maior presença de etanol sobre a durabilidade de peças e dos próprios motores. Mas o que mais questionam é se o preço da bomba sofrerá redução, já que a mistura do etanol foi aumentada justamente para amenizar o custo da matriz fóssil.
“Nem me lembrava que a mudança estava valendo. Se o preço tivesse menor do que o da semana passada, ficaria mais fácil”, justificou o contador, João Bosco. Para ele, com a maior presença do anidro na gasolina, o litro dela deveria ficar mais barato, “senão, não tem sentido isso”. Como tem um carro de motor flex, ou seja, pode ser movido à gasolina ou etanol, o aumento do percentual não o preocupa. E completa. “Depois do aumento da gasolina no mês passado, quando vi o litro por até R$ 3,40, passei a só abastecer com etanol e vou seguir assim. Entre uma gasolina com 27% de etanol a mais de R$ 3, sigo no hidratado mesmo”.
Um frentista de posto bandeira branca, localizado no Cristo Rei, em Várzea Grande, disse ao Diário que até a manhã de ontem nenhum motorista atendido por ele tinha perguntando sobre o E27. “Acho que isso ocorreu também porque no final de semana reduzimos o valor do litro do etanol de R$ 2,09 para R$ 1,99”. Ele frisa que no bairro circulam muitos carros mais antigos, movidos 100% à gasolina. “Vamos ver como será a reação dos proprietários e se haverá algum tipo de reclamação em decorrência do uso dessa nova mistura”.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia os resultados de testes feitos pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras não mostraram problemas técnicos para os veículos com o aumento da mistura.
O aumento dos dois pontos percentuais (p.p) – de 25% para 27% - pode causar problemas em veículos à gasolina produzidos antes da década de 90. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, esses carros podem apresentar alterações em itens feitos com borracha, como mangueiras de combustível, além de plásticos e metais, que tendem a oxidar com o etanol. Nesses casos, a recomendação é que, até a conclusão de todos os testes, seja usada a gasolina do tipo premium, que não terá aumento do percentual de álcool, mas é mais cara, o litro, em um posto da BR Distribuidora na Avenida do CPA, por exemplo, custa de R$ 4,19.
SETORES – Como reforça o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior, a mudança traz ânimo à indústria da cana, cujo cenário é de fechamento de dezenas de usinas no país. “A primeira vista, acrescentar 2 p.p. de etanol anidro na gasolina parece pouco, mas o setor sucroalcooleiro fala em uma demanda adicional de 1 bilhão de litros e Mato Grosso produzirá boa parte desse volume. O que íamos importar de gasolina e assim mandar recursos para fora do Estado, fica aqui, porque Mato Grosso é autossuficiente na produção de etanol e ainda vende para outros Estados. Vamos movimentar, com essa mudança, a nossa própria economia”.
Com relação à redução de preços sobre o litro da gasolina E27, Soares frisa que a decisão de reduzir ou não cabe a cada posto, dentro de suas possibilidades financeiras e também, diante dos repasses que as distribuidoras vierem a fazer. Quando anunciou a adição do anidro, o governo federal deixou claro que a alteração seria uma alternativa para impedir novas altas a essa matriz, bem como estimular o setor sucroalcooleiro, e não para reduzir o valor do litro nas bombas.
A garantia de que haverá consumo para a produção animou o segmento industrial. As usinas vislumbram uma oportunidade para ganhos em rentabilidade com o E27. “A contratação de maiores volumes de anidro dá garantias de mercado para um segmento que emprega 15 mil trabalhadores e que paga o melhor salário da agroindústria mato-grossense”, frisa o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos. No contexto atual, com o anidro ampliando a demanda e do hidratado com preços vantajosos, o mercado para o etanol se mostra positivo. “Do ponto de vista operacional, a mudança dos 2 p.p. não alterou em nada a rotina das usinas”. Santos lembra que alteração na mistura era um pleito antigo do segmento.
Todos os postos de combustíveis que repuseram seus estoques de gasolina nos últimos dois dias já estão comercializando o derivado de petróleo com maior concentração de etanol anidro. Desde a última segunda-feira, 16, o percentual de mistura do derivado da cana-de-açúcar passou de 25% para 27%, tanto para o produto na versão comum como também na aditivada. Apenas a formulação ‘premium’ segue livre dessa combinação. Em Cuiabá e Várzea Grande, poucos motoristas se atentaram à mudança, mas quando lembrados, fizeram ressalvas ao impacto da maior presença de etanol sobre a durabilidade de peças e dos próprios motores. Mas o que mais questionam é se o preço da bomba sofrerá redução, já que a mistura do etanol foi aumentada justamente para amenizar o custo da matriz fóssil.
“Nem me lembrava que a mudança estava valendo. Se o preço tivesse menor do que o da semana passada, ficaria mais fácil”, justificou o contador, João Bosco. Para ele, com a maior presença do anidro na gasolina, o litro dela deveria ficar mais barato, “senão, não tem sentido isso”. Como tem um carro de motor flex, ou seja, pode ser movido à gasolina ou etanol, o aumento do percentual não o preocupa. E completa. “Depois do aumento da gasolina no mês passado, quando vi o litro por até R$ 3,40, passei a só abastecer com etanol e vou seguir assim. Entre uma gasolina com 27% de etanol a mais de R$ 3, sigo no hidratado mesmo”.
Um frentista de posto bandeira branca, localizado no Cristo Rei, em Várzea Grande, disse ao Diário que até a manhã de ontem nenhum motorista atendido por ele tinha perguntando sobre o E27. “Acho que isso ocorreu também porque no final de semana reduzimos o valor do litro do etanol de R$ 2,09 para R$ 1,99”. Ele frisa que no bairro circulam muitos carros mais antigos, movidos 100% à gasolina. “Vamos ver como será a reação dos proprietários e se haverá algum tipo de reclamação em decorrência do uso dessa nova mistura”.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia os resultados de testes feitos pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras não mostraram problemas técnicos para os veículos com o aumento da mistura.
O aumento dos dois pontos percentuais (p.p) – de 25% para 27% - pode causar problemas em veículos à gasolina produzidos antes da década de 90. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, esses carros podem apresentar alterações em itens feitos com borracha, como mangueiras de combustível, além de plásticos e metais, que tendem a oxidar com o etanol. Nesses casos, a recomendação é que, até a conclusão de todos os testes, seja usada a gasolina do tipo premium, que não terá aumento do percentual de álcool, mas é mais cara, o litro, em um posto da BR Distribuidora na Avenida do CPA, por exemplo, custa de R$ 4,19.
SETORES – Como reforça o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior, a mudança traz ânimo à indústria da cana, cujo cenário é de fechamento de dezenas de usinas no país. “A primeira vista, acrescentar 2 p.p. de etanol anidro na gasolina parece pouco, mas o setor sucroalcooleiro fala em uma demanda adicional de 1 bilhão de litros e Mato Grosso produzirá boa parte desse volume. O que íamos importar de gasolina e assim mandar recursos para fora do Estado, fica aqui, porque Mato Grosso é autossuficiente na produção de etanol e ainda vende para outros Estados. Vamos movimentar, com essa mudança, a nossa própria economia”.
Com relação à redução de preços sobre o litro da gasolina E27, Soares frisa que a decisão de reduzir ou não cabe a cada posto, dentro de suas possibilidades financeiras e também, diante dos repasses que as distribuidoras vierem a fazer. Quando anunciou a adição do anidro, o governo federal deixou claro que a alteração seria uma alternativa para impedir novas altas a essa matriz, bem como estimular o setor sucroalcooleiro, e não para reduzir o valor do litro nas bombas.
A garantia de que haverá consumo para a produção animou o segmento industrial. As usinas vislumbram uma oportunidade para ganhos em rentabilidade com o E27. “A contratação de maiores volumes de anidro dá garantias de mercado para um segmento que emprega 15 mil trabalhadores e que paga o melhor salário da agroindústria mato-grossense”, frisa o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos. No contexto atual, com o anidro ampliando a demanda e do hidratado com preços vantajosos, o mercado para o etanol se mostra positivo. “Do ponto de vista operacional, a mudança dos 2 p.p. não alterou em nada a rotina das usinas”. Santos lembra que alteração na mistura era um pleito antigo do segmento.