Eletropaulo reforça ações por sustentabilidade com etanol em sua frota de veículos

04/02/2013 Etanol POR: UNICA
De janeiro de 2009 a dezembro de 2012, período em que a AES Eletropaulo substituiu a gasolina pelo etanol hidratado em mais de 900 veículos utilizados pela empresa, 2.444.076 de toneladas de dióxido de carbono (CO2) deixaram de ser emitidas na atmosfera. A mudança de combustível envolveu aproximadamente 85% da frota de veículos leves da empresa.

Ao elogiar a iniciativa de uma das maiores companhias distribuidoras de energia elétrica do País, responsável pela iluminação da capital paulista e parte dos municípios da região Metropolitana, o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, reforçou o papel estratégico dos biocombustíveis, especialmente o etanol produzido a partir da cana, na luta contra as mudanças climáticas.

“Ações como esta da Eletropaulo comprovam a eficiência dos biocombustíveis, principalmente do etanol, o único combustível alternativo produzido em larga escala capaz de proporcionar uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em comparação aos derivados do petróleo. Em relação à gasolina, por exemplo, essa diminuição chega a ser de até 90%,” enfatiza o especialista.

Para dar uma dimensão dos benefícios ambientais do biocombustível, principalmente no Brasil, Szwarc informa que entre março de 2003 e setembro de 2012, o abastecimento de carros flex com etanol hidratado, ou com gasolina, que atualmente contém a mistura de 20% do combustível renovável, gerou uma redução pelos consumidores brasileiros de 177.238.070 de toneladas de CO2. Segundo decisão anunciada pelo Ministro das Minas e Energia Edison Lobão na quarta-feira (30 de janeiro), a mistura de etanol na gasolina brasileira será elevada para 25% a partir de 01 de maio próximo, voltando ao patamar que ocupou até outubro de 2011.

O volume de emissões evitadas entre 2003 e 2012 pelos veículos flex no Brasil equivale a 2,6 vezes o total de emissões geradas em um ano pela Áustria, ou o plantio e manutenção de mais de 1,2 bilhão de árvores nativas ao longo de 20 anos. O cálculo é feito pelo Carbonômetro, ferramenta criada pela UNICA em 2008 e disponível no site Etanol Verde.
Ecofrotas

A opção pelo etanol em carros flex usados pela Eletropaulo resulta de um projeto desenvolvido em parceria com a empresa Ecofrotas, criada em 2009 para encontrar soluções sustentáveis para a gestão de frotas veiculares pesadas, especialmente no transporte público. A frota da Eletropaulo consome cerca de 1,6 milhão de litros de etanol por ano.

Iniciativas similares vem produzindo resultados em São Paulo desde maio de 2011. A maior cidade brasileira foi a primeira das Américas a implantar o modelo de ônibus movidos a etanol, após testes com os veículos por mais de dois anos. No total, 60 ônibus fabricados no Brasil pela Scania estão rodando na capital paulista, movidos a uma mistura de 95% de etanol e 5% de um aditivo que permite que o motor a diesel, com pequenas alterações, opere essencialmente com etanol.

A iniciativa, que integra o Programa Ecofrota da Prefeitura paulista, foi viabilizada graças a uma parceria da qual participam a Prefeitura de SP, a UNICA, a as empresas Raízen, Scania, Viação Metropolitana e Viação Tupi Transportes. Ao circular com o etanol, os coletivos reduzem em até 90% a emissão de material particulado na atmosfera, a chamada fumaça preta, em relação aos ônibus movidos a óleo diesel. Diminuem ainda em 80% a emissão de gases responsáveis pelas mudanças climáticas e em 62% a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx), além de náo liberarem enxofre, substância que causa a chuva ácida.

Outra ação em prol da sustentabilidade no transporte público urbano de São Paulo foi o lançamento de ônibus abastecidos com uma mistura de 10% de diesel de cana no óleo diesel. A utilização dos veículos começou em novembro de 2011 e já totaliza 100 ônibus. Além da Prefeitura, o projeto tem participação da UNICA e das empresas Amyris, Viação Santa Brígida e Mercedes-Benz, e faz parte do Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV), que prevê que até 2018 todos os cerca de 15 mil ônibus municipais de São Paulo utilizem formas alternativas ao diesel convencional para operação.