Em defesa do setor sucroenergético - Welson Gasparini

05/09/2013 Geral POR: Brasilagro
Das mais positivas, sem qualquer duvida, a reunião em defesa do setor sucroenergético idealizada pelo prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenes e congregando, nas dependências do Teatro Municipal daquela cidade, representantes de todos os elos da cadeia desse segmento tão importante econômica e socialmente para o país. Propomo-nos, eu e o colega Roberto Morais (PPS), articular uma Frente Estadual enquanto, no âmbito federal, dessa tarefa se encarregarão os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP), Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Mendes Thame (PSDB-SP).
A cadeia produtiva do setor sucroenergético é realmente significativa: emprega, diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores, reunindo cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros e produzem acima de 5000 hectares de cana por ano. No entanto, toda essa força produtiva corre o risco de se estagnar a curto prazo pela ausência do setor produtivo de açúcar e etanol nos planos estratégicos do governo. É para enfrentar essa omissão das autoridades federais quanto aos riscos de sobrevivência enfrentados pelo setor que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a Câmara Federal estão se mobilizando. 
As dificuldades - explicitadas num documento denominado “Carta de Sertãozinho”, aprovado naquela oportunidade e subscrito por lideranças empresariais e trabalhistas - não se restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, que não busca subsídios ou proteção; são, sim, contrários a eles, especialmente os regionais e pontuais que ao invés de resolver os problemas estruturais, aumentam o preconceito e desmoralizam a comprovada competência do setor, contribuindo para diminuir a competitividade, a eficiência, a produtividade e a inovação tecnológica nele existentes. 
A falta de políticas claras e previsíveis de preços desorganiza o setor que fica numa verdadeira saia justa: ora produz etanol, ora produz açúcar, chegando a comprometer o abastecimento dos produtos para atender a demanda. O valor da produção sucroenrgética é utilizado como instrumento de controle da inflação e atrelado ao preço da gasolina.
Os números levantados são assustadores:• 44 usinas deixaram de moer cana nas últimas duas safras. E mais 10 deixarão de moer na próxima safra; • 100 mil empregos foram extintos no período; a desnacionalização ultrapassa 40% do setor;• As indústrias da cadeia produtiva não têm encomendas e trabalham a 50% da sua capacidade nominal, enquanto observam a consolidação dos produtores asiáticos;• Não existem projetos de novas plantas, como demonstra a carteira de consultas do BNDES;
São de duas naturezas os problemas: conjunturais e estruturais, todos eles requerendo medidas imediatas e planejadas . Ainda em 2003, quando da 2ª. reunião da então recém instalada Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, registrou-se em ata o compromisso de implementar um marco regulatório para o setor; 12 anos depois e ainda não ocorreram iniciativas concretas para efetivá-lo.Diferentemente da Petrobras, a cadeia produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não dispõe de subsídios e nem é beneficiado por políticas públicas. 
Na conjuntura atual, o quadro é agravado pela inflação dos custos de produção , muito maior dentro dos portões da indústria do que o índice oficial, represado artificialmente pelas políticas de controle de preços. Urgem, portanto, medidas que resolvam os problemas imediatos e conjunturais do setor possibilitando-lhe sobreviver, ganhar musculatura e retomar sua capacidade de investimentos para, num segundo momento, se reestruturar para um crescimento sustentável.
Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto e autor da proposta para a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Etanol na Assembléia Legislativa Paulista
Das mais positivas, sem qualquer duvida, a reunião em defesa do setor sucroenergético idealizada pelo prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenes e congregando, nas dependências do Teatro Municipal daquela cidade, representantes de todos os elos da cadeia desse segmento tão importante econômica e socialmente para o país. Propomo-nos, eu e o colega Roberto Morais (PPS), articular uma Frente Estadual enquanto, no âmbito federal, dessa tarefa se encarregarão os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP), Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Mendes Thame (PSDB-SP).
A cadeia produtiva do setor sucroenergético é realmente significativa: emprega, diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores, reunindo cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros e produzem acima de 5000 hectares de cana por ano. No entanto, toda essa força produtiva corre o risco de se estagnar a curto prazo pela ausência do setor produtivo de açúcar e etanol nos planos estratégicos do governo. É para enfrentar essa omissão das autoridades federais quanto aos riscos de sobrevivência enfrentados pelo setor que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a Câmara Federal estão se mobilizando. 
As dificuldades - explicitadas num documento denominado “Carta de Sertãozinho”, aprovado naquela oportunidade e subscrito por lideranças empresariais e trabalhistas - não se restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, que não busca subsídios ou proteção; são, sim, contrários a eles, especialmente os regionais e pontuais que ao invés de resolver os problemas estruturais, aumentam o preconceito e desmoralizam a comprovada competência do setor, contribuindo para diminuir a competitividade, a eficiência, a produtividade e a inovação tecnológica nele existentes. 
A falta de políticas claras e previsíveis de preços desorganiza o setor que fica numa verdadeira saia justa: ora produz etanol, ora produz açúcar, chegando a comprometer o abastecimento dos produtos para atender a demanda. O valor da produção sucroenrgética é utilizado como instrumento de controle da inflação e atrelado ao preço da gasolina.
Os números levantados são assustadores:• 44 usinas deixaram de moer cana nas últimas duas safras. E mais 10 deixarão de moer na próxima safra; • 100 mil empregos foram extintos no período; a desnacionalização ultrapassa 40% do setor;• As indústrias da cadeia produtiva não têm encomendas e trabalham a 50% da sua capacidade nominal, enquanto observam a consolidação dos produtores asiáticos;• Não existem projetos de novas plantas, como demonstra a carteira de consultas do BNDES;
São de duas naturezas os problemas: conjunturais e estruturais, todos eles requerendo medidas imediatas e planejadas . Ainda em 2003, quando da 2ª. reunião da então recém instalada Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, registrou-se em ata o compromisso de implementar um marco regulatório para o setor; 12 anos depois e ainda não ocorreram iniciativas concretas para efetivá-lo.Diferentemente da Petrobras, a cadeia produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não dispõe de subsídios e nem é beneficiado por políticas públicas. 
Na conjuntura atual, o quadro é agravado pela inflação dos custos de produção , muito maior dentro dos portões da indústria do que o índice oficial, represado artificialmente pelas políticas de controle de preços. Urgem, portanto, medidas que resolvam os problemas imediatos e conjunturais do setor possibilitando-lhe sobreviver, ganhar musculatura e retomar sua capacidade de investimentos para, num segundo momento, se reestruturar para um crescimento sustentável.
Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto e autor da proposta para a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Etanol na Assembléia Legislativa Paulista