Embraport se reestrutura e avalia capitalização de R$ 400 milhões

07/03/2016 Logística POR: Valor Econômico
Os sócios da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), dona de um terminal de contêineres no porto de Santos (SP), estão envolvidos em discussões que devem levar à reestruturação societária da companhia.
Nessa reorganização, os atuais sócios da Embraport ­ Odebrecht Transport (OTP), com 66,7% do capital, e Dubai Ports World (DPW), com 33,3% ­ podem ser diluídos para dar espaço à entrada de um terceiro sócio, apurou o Valor.
Os dois acionistas da Embraport avaliam fazer aporte de capital de R$ 400 milhões na empresa. Um dos objetivos da capitalização é reestruturar a dívida de curto prazo negociada com bancos. A Embraport tem R$ 100 milhões de dívida vencendo em maio. Existe a expectativa de que até lá os sócios e os credores cheguem a um entendimento e a reestruturação da Embraport possa ser concluída.
Uma fonte afirmou que existem "conversas" para levar um novo sócio para a Embraport, embora ainda não haja nada fechado. Nessa nova estrutura, a Embraport poderia se transformar em uma "sociedade plural", sendo formada por três sócios, cada um com um terço do capital. "Isso implica a Dubai Ports trazer um terceiro sócio. O controle e gestão se manteriam compartilhados", disse a fonte.
O aumento de capital abre a possibilidade de que a OTP e a Dubai Ports reduzam suas fatias acionárias na companhia dependendo de como for a participação de cada uma na capitalização. Mesmo que sejam diluídos, os dois sócios vão permanecer no negócio pois acreditam que a longo prazo a Embraport é um bom ativo, com diferenciais competitivos em relação aos demais terminais de contêineres em Santos, disseram fontes. 
Em janeiro, a Embraport já ocupava a terceira posição entre os terminais de contêineres de Santos, atrás da Santos Brasil e da Brasil Terminal Portuário (BTP). Com capacidade para movimentar 1,2 milhão de TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), a Embraport operou com uma ocupação entre 55% e 60% em 2015. A história da Embraport remonta a 1994, quando o Grupo Coimex, primeiro acionista, adquiriu a área do terminal, na margem esquerda do porto. 
Em 2009, ainda em construção, entraram no negócio a OTP e a DPW. O início das operações foi em 2013.
Com dois anos de operação, a Embraport ainda está em fase de consolidação operacional, com uma estrutura de custos grande e margens ainda pequenas, disseram fontes. O terminal foi alvo de polêmica nas discussões da nova lei dos Portos, em 2013, pois os demais terminais de contêineres em Santos argumentaram que a Embraport, assim como outros terminais privativos no país, iriam impor "assimetrias" concorrenciais por operarem com menores encargos, incluindo mão de obra.
As dificuldades da Embraport se relacionam com a redução no volume de cargas resultante da recessão econômica. Nesse cenário, o fluxo de receitas previsto pela Embraport não se confirmou. As receitas geradas foram insuficientes para fazer frente ao serviço da dívida de curto prazo, levando os acionistas a considerar o aporte de dinheiro novo na companhia. A Embraport tem dívidas totais de cerca de R$ 2,2 bilhões, de acordo com dados de outubro de 2015. Os credores da empresa são o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e um sindicato de bancos, em uma parte da dívida; e a Caixa Econômica Federal (CEF) como repassadora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse fonte. Na capitalização, parte da dívida seria paga e o restante, alongado.
Um executivo do setor disse que a Dubai Ports chegou a considerar a compra de 35% da fatia da OTP por valor estimado em R$ 1 bilhão, mas o negócio não foi adiante. Segundo esse executivo, na sociedade com a OTP a Dubai Ports tem posição relativamente mais confortável neste momento de crise econômica pois ganha percentual sobre a receita como operadora.
Uma fonte disse que o terminal precisa de muito capital. "Um caminho é a Dubai Ports ficar majoritária porque ela deseja poder consolidar os resultados em seu balanço", afirmou. Procurada, a Dubai Ports não se pronunciou. 
A OTP informou: "A Odebrecht Transport considera a Embraport um dos seus melhores ativos. Trata­se de um terminal portuário com alto nível de tecnologia, eficiência e produtividade. As diversas alternativas de capitalização para torná­lo ainda mais competitivo ainda estão em estudos preliminares. Em todas as hipóteses já avaliadas a Odebrecht Transport se mantém como sócia da Embraport."
Os sócios da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), dona de um terminal de contêineres no porto de Santos (SP), estão envolvidos em discussões que devem levar à reestruturação societária da companhia.
Nessa reorganização, os atuais sócios da Embraport ­ Odebrecht Transport (OTP), com 66,7% do capital, e Dubai Ports World (DPW), com 33,3% ­ podem ser diluídos para dar espaço à entrada de um terceiro sócio, apurou o Valor.
Os dois acionistas da Embraport avaliam fazer aporte de capital de R$ 400 milhões na empresa. Um dos objetivos da capitalização é reestruturar a dívida de curto prazo negociada com bancos. A Embraport tem R$ 100 milhões de dívida vencendo em maio. Existe a expectativa de que até lá os sócios e os credores cheguem a um entendimento e a reestruturação da Embraport possa ser concluída.

 
Uma fonte afirmou que existem "conversas" para levar um novo sócio para a Embraport, embora ainda não haja nada fechado. Nessa nova estrutura, a Embraport poderia se transformar em uma "sociedade plural", sendo formada por três sócios, cada um com um terço do capital. "Isso implica a Dubai Ports trazer um terceiro sócio. O controle e gestão se manteriam compartilhados", disse a fonte.
O aumento de capital abre a possibilidade de que a OTP e a Dubai Ports reduzam suas fatias acionárias na companhia dependendo de como for a participação de cada uma na capitalização. Mesmo que sejam diluídos, os dois sócios vão permanecer no negócio pois acreditam que a longo prazo a Embraport é um bom ativo, com diferenciais competitivos em relação aos demais terminais de contêineres em Santos, disseram fontes. 
Em janeiro, a Embraport já ocupava a terceira posição entre os terminais de contêineres de Santos, atrás da Santos Brasil e da Brasil Terminal Portuário (BTP). Com capacidade para movimentar 1,2 milhão de TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), a Embraport operou com uma ocupação entre 55% e 60% em 2015. A história da Embraport remonta a 1994, quando o Grupo Coimex, primeiro acionista, adquiriu a área do terminal, na margem esquerda do porto. 
Em 2009, ainda em construção, entraram no negócio a OTP e a DPW. O início das operações foi em 2013.
Com dois anos de operação, a Embraport ainda está em fase de consolidação operacional, com uma estrutura de custos grande e margens ainda pequenas, disseram fontes. O terminal foi alvo de polêmica nas discussões da nova lei dos Portos, em 2013, pois os demais terminais de contêineres em Santos argumentaram que a Embraport, assim como outros terminais privativos no país, iriam impor "assimetrias" concorrenciais por operarem com menores encargos, incluindo mão de obra.
As dificuldades da Embraport se relacionam com a redução no volume de cargas resultante da recessão econômica. Nesse cenário, o fluxo de receitas previsto pela Embraport não se confirmou. As receitas geradas foram insuficientes para fazer frente ao serviço da dívida de curto prazo, levando os acionistas a considerar o aporte de dinheiro novo na companhia. A Embraport tem dívidas totais de cerca de R$ 2,2 bilhões, de acordo com dados de outubro de 2015. Os credores da empresa são o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e um sindicato de bancos, em uma parte da dívida; e a Caixa Econômica Federal (CEF) como repassadora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse fonte. Na capitalização, parte da dívida seria paga e o restante, alongado.
Um executivo do setor disse que a Dubai Ports chegou a considerar a compra de 35% da fatia da OTP por valor estimado em R$ 1 bilhão, mas o negócio não foi adiante. Segundo esse executivo, na sociedade com a OTP a Dubai Ports tem posição relativamente mais confortável neste momento de crise econômica pois ganha percentual sobre a receita como operadora.
Uma fonte disse que o terminal precisa de muito capital. "Um caminho é a Dubai Ports ficar majoritária porque ela deseja poder consolidar os resultados em seu balanço", afirmou. Procurada, a Dubai Ports não se pronunciou. 
A OTP informou: "A Odebrecht Transport considera a Embraport um dos seus melhores ativos. Trata­se de um terminal portuário com alto nível de tecnologia, eficiência e produtividade. As diversas alternativas de capitalização para torná­lo ainda mais competitivo ainda estão em estudos preliminares. Em todas as hipóteses já avaliadas a Odebrecht Transport se mantém como sócia da Embraport."