Empoderamento feminino é tema de evento do setor

13/06/2016 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 120
As mulheres estão conquistando o seu espaço em todos os setores da economia, inclusive naqueles tradicionalmente masculinos, como o agronegócio. Em 10 anos, a representação feminina no segmento cresceu mais de 7%, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Marketing Rural e agronegócio.
Neste contexto, líderes femininas do segmento participaram do V Encontro Cana Substantivo Feminino, evento realizado recentemente no auditório do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto-SP, e contaram sua experiência para outras mulheres.
Organizado pela jornalista Luciana Paiva e pela empresária Regina Célia Baldin, o encontro reuniu cerca de 250 pessoas e discutiu a questão da sustentabilidade nos âmbitos empresarial e socioambiental e a visão e perspectiva da mulher em como produzir mais e melhor no setor do agronegócio.
A plateia também contou com a participação de lideranças masculinas como o diretor do Centro de Cana, Marcos Landell, do presidente executivo da UDOP, Antônio Salibe, e do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, que destacou a presença feminina no mercado de trabalho. “A mulher cada vez mais conquista o seu espaço pela competência
e comprometimento. Este evento é uma excelente oportunidade para discutir temas ligados ao universo feminino, parabéns às organizadoras”, ressaltou.
O empoderamento feminino "Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global criada para incentivar a igualdade de gêneros e o empoderamento da mulher no trabalho e na comunidade" foi o tema de um dos principais painéis do evento. Mediado por Ana Paula Malvestio, sócia da PwC, o painel teve como palestrantes Karina Fonseca, da Odebrecht Agro, Carla Pires, do Grupo Odebrecht e Pedro Muzutani, vice-presidente de Relações Externas e Estratégias da Raízen.
 
“O empoderamento da mulher é tão bom para as mulheres quanto para os homens, pois os dois podem ganhar com a maior oportunidade que a mulher pode conseguir no mercado de trabalho e na sociedade”, disse a executiva, porém ponderou que os princípios ainda estão muito ligados às multinacionais do que às empresas brasileiras.
Ana Paula apresentou ainda uma pesquisa da PwC feita com mulheres Y (de 20 a 29 anos) que mostrou que 49% delas acreditam que podem atingir os mais altos cargos das organizações em que atuam. O estudo também mostrou que 71% ainda acham que as oportunidades não são iguais para homens e mulheres.
Único homem a participar dos painéis, Pedro Mizutani, da Raízen, afirmou na ocasião, que a mulher precisa mostrar seu talento dentro da empresa e não somente esperar pelo reconhecimento. “A mulher ainda é tímida na busca por espaço nas empresas. Elas têm o desejo, mas têm timidez, e poderiam conquistar mais oportunidades usando a tecnologia, a diversidade e flexibilidade que têm”, disse ele, explicando que em muitos casos, esse comportamento até mesmo inibe a atitude de gestores que ficam em dúvida se podem oferecer determinadas funções.
As iniciativas das empresas 
As iniciativas do Grupo Odebrecht na busca pelo empoderamento feminino foram destacadas por Carla Pires, responsável por Sustentabilidade na organização.
“Os benefícios das empresas trabalharem o empoderamento das mulheres traz grandes vantagens internas para as pessoas, para as famílias e para a comunidade como um todo. O nosso objetivo ao iniciar uma política era que ela fosse desenvolvida de maneira participativa”, explicou a executiva, que apresentou resultados da pesquisa sobre equidade de gênero realizada na empresa com fim de direcionar as ações de empoderamento.
A pesquisa, que foi respondida por 69% dos homens, 39% das mulheres e 1% sem identificação, mostrou que 84% considera importante ter a mesma condição de trabalho e que valorizar a diversidade dentro da empresa é uma riqueza da organização e por isso ela deve ser estimulada.
Os dados apresentados mostraram também que 55% de homens e mulheres entendem como necessário assegurar que não haja discriminação. “Não basta estar só no código de conduta, a gente precisa ter outras ações que garantam que não haja discriminação”, explicou Carla, contanto que a pesquisa apontou ainda que 55% querem mais equilíbrio entre trabalho e família e que 46% afirmam não conhecer os programas aplicados à maternidade e paternidade.
Karina Fonseca, da área de pessoas da Odebrecht Agroindustrial, apresentou um perfil da participação feminina no grupo e mostrou que elas buscam mais qualificação do que a ala masculina. 
“Somente 8% dos homens que trabalham na empresa têm curso superior completo contra 21% das mulheres que possuem formação superior completa.
De fato, isso mostra que as mulheres estão estudando mais, talvez seja uma corrida para poder competir em situação igual aos homens”, elucidou ela, completando que a pesquisa apontou ainda que 61% de mulheres do quadro de funcionários da empresa são solteiras, contra 52% de homens e que metade das mulheres não tem filhos.
Os sete princípios de empoderamento
A ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Trata-se de um conjunto de sete considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios modelos e práticas que tenham como objetivo a equidade de gêneros e o empoderamento feminino Os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres:
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
No Brasil, em abril foi sancionada a lei que institui 2016 como o Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte, que tem como justificativa que a participação feminina, em todas as instâncias da sociedade brasileira, é crescente e demonstra que o país despertou para esse importante tema.
Sustentabilidade
"A sustentabilidade ganha espaço na gestão empresarial - das ações socioambientais à boa empresa para trabalhar" foi outro assunto discutido no encontro.
O painel contou com mediação de Maria Luíza Barbosa (Isa), diretora da Terragrata Consultoria e consultora de Sustentabilidade da UNICA, Ana Carolina Velasco, gerente de Relacionamento do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) e Cristiane Lourenço, gerente de Desenvolvimento Sustentável e Parceiras na Cadeia de Valor da Bayer CropScience.
Ana Carolina destacou algumas empresas que investem nas mulheres, tais como as Lojas Renner e a Avon. “A Renner conta com diversas políticas importantes para as mulheres e a Avon valoriza não só as consumidoras, mas também todas as funcionárias”, explicou.
Já Cristiane ressaltou as iniciativas da multinacional alemã, tais como programas internos e externos para melhorar a qualidade de vida de trabalhadores rurais. 
Dentre eles, citou o Programa Valore em Cana que já certificou mais de 65 mil hectares e contribuiu para que fornecedores de cana-de-açúcar pudessem melhorar a gestão ambiental de suas propriedades.
Também falou do Programa Nossa Água, projeto que em 10 anos recuperou 67 nascentes, plantou 1,2 milhão de mudas e contou com cerca de 8,5 mil estudantes envolvidos. 
Para Isa chegou o momento de se reinventar a sustentabilidade olhando também para o público interno. “É necessário ficar atento e abrir novos caminhos, olhar com gentileza para novos programas, mas também para as pessoas que trabalham na empresa”, afirmou.
Agro sob a ótica feminina
O painel “O setor sucroenergético sob a ótica feminina - como e onde melhorar - da área agrícola ao mercado externo” contou com mediação da jornalista Luciana Paiva e teve como debatedoras Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen; Beatrice de Toledo Dupuy, gerente de Comunicação Corporativa da Tereos Guarani; Danila Passarin, pesquisadora do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira); Elis Santos, da DEAG (Documentação e Trâmites Aduaneiros); Maria Paula Curto, diretora de Recursos Humanos da Biosev; Priscilla Valério de Almeida, diretora administrativa da Agrícola Volta Grande - Piracicaba-SP e Márcia Rossini Mutton, professora da FCAV - UNESP de Jaboticabal-SP.
Um dos destaques do painel foi a apresentação das sementes artificiais de cana do CTC, uma tecnologia revolucionária para o setor afirmou Danila. “A vantagem desta tecnologia é a redução da cana utilizada na operação, passando de 20 toneladas de toletes por hectares para 300 quilos de sementes”, disse ela, explicando que o lançamento dessa tecnologia deverá acontecer em 2018 ou 2019.
 
A profissional também falou sobre a cana 20 BT, uma variedade geneticamente modificada, com alta produtividade e resistente a broca-da-cana, que deverá ser lançada pelo CTC, em 2017.
Mônika Bergamaschi, ex-secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo e atual presidente-executiva do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio), foi a mediadora do debate sobre o agronegócio sob a ótica feminina - como e onde melhorar, que contou com explanação de Elizana Baldissera Paranhos, agricultora de Capão Bonito -SP, vencedora da região Sudeste do país do Desafio de Máxima Produtividade da Soja (2014), realizado pelo CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil); Mirela Gradim, superintendente da Coplana, de Guariba-SP, e Paula Bellodi Santana, produtora de cana, macadâmia e gado de Jaboticabal-SP.
“O agronegócio, seja pela ótica feminina, seja pela ótica masculina, continua sendo um grande setor da economia brasileira.
É o maior responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto), é o que mais gera emprego e é aquele que vem mantendo o saldo da nossa balança comercial, mas é aquele que tem uma ausência gigante de reconhecimento dentro da sociedade, do Governo e em parte do próprio setor”, disse Mônika, afirmando ainda que o segmento clama por novas lideranças e não tem ideia da força que possui.
A presidente do Ibisa ressaltou também que independente de tudo que já tenha sido feito por centros de pesquisas e institutos, há resistência em mudar maneiras tradicionais de tratar o agronegócio.
Homenagem
Jorgette Stupiello foi homenageada no encerramento do evento. Casada com José Paulo Stupiello, presidente da STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), há 55 anos, Jorgette acompanhou a trajetória do setor sucroenergético ao lado do marido e dos dois filhos, todos ligados ao setor sucroenergético. “Competência e capacidade não tem sexo”, disse ela concordando com o marido em relação à questão profissional. A homenagem foi entregue por Pedro Mizutani, da Raízen. O executivo se apresentou com o Grupo Musical "Todos Nós”, que contou com a participação de Mônika Bergamaschi, na música, “Eu sei que vou te amar”, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Os cantores arrancaram aplausos dos participantes, que encerraram o V Encontro Cana Substantivo Feminino na pista, dançando e cantado.
Simulador de colheita de cana-de-açúcar
As mulheres puderam operar um simulador de colheita de cana-de-açúcar durante o evento. O equipamento da John Deere foi disponibilizado pela Raízen e foi muito disputado pelas participantes do encontro ao testarem suas habilidades nos comandos do simulador, que oferece a real sensação de estar usando uma colhedora.
Segundo Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, a implantação do equipamento foi a realização de um sonho, sendo que a empresa, recentemente, passou a utilizar um simulador de caminhão também para incrementar a capacitação na companhia.
“A curva de aprendizado acelera substancialmente, assim como a qualidade do operador nas máquinas, surpreendente o nível de segurança que a gente tem com o simulador”, assegurou ela. 
As mulheres estão conquistando o seu espaço em todos os setores da economia, inclusive naqueles tradicionalmente masculinos, como o agronegócio. Em 10 anos, a representação feminina no segmento cresceu mais de 7%, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Marketing Rural e agronegócio.
Neste contexto, líderes femininas do segmento participaram do V Encontro Cana Substantivo Feminino, evento realizado recentemente no auditório do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto-SP, e contaram sua experiência para outras mulheres.
Organizado pela jornalista Luciana Paiva e pela empresária Regina Célia Baldin, o encontro reuniu cerca de 250 pessoas e discutiu a questão da sustentabilidade nos âmbitos empresarial e socioambiental e a visão e perspectiva da mulher em como produzir mais e melhor no setor do agronegócio.
A plateia também contou com a participação de lideranças masculinas como o diretor do Centro de Cana, Marcos Landell, do presidente executivo da UDOP, Antônio Salibe, e do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, que destacou a presença feminina no mercado de trabalho. “A mulher cada vez mais conquista o seu espaço pela competência e comprometimento. Este evento é uma excelente oportunidade para discutir temas ligados ao universo feminino, parabéns às organizadoras”, ressaltou.
 
O empoderamento feminino "Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global criada para incentivar a igualdade de gêneros e o empoderamento da mulher no trabalho e na comunidade" foi o tema de um dos principais painéis do evento. Mediado por Ana Paula Malvestio, sócia da PwC, o painel teve como palestrantes Karina Fonseca, da Odebrecht Agro, Carla Pires, do Grupo Odebrecht e Pedro Muzutani, vice-presidente de Relações Externas e Estratégias da Raízen.
 
“O empoderamento da mulher é tão bom para as mulheres quanto para os homens, pois os dois podem ganhar com a maior oportunidade que a mulher pode conseguir no mercado de trabalho e na sociedade”, disse a executiva, porém ponderou que os princípios ainda estão muito ligados às multinacionais do que às empresas brasileiras.
Ana Paula apresentou ainda uma pesquisa da PwC feita com mulheres Y (de 20 a 29 anos) que mostrou que 49% delas acreditam que podem atingir os mais altos cargos das organizações em que atuam. O estudo também mostrou que 71% ainda acham que as oportunidades não são iguais para homens e mulheres.
Único homem a participar dos painéis, Pedro Mizutani, da Raízen, afirmou na ocasião, que a mulher precisa mostrar seu talento dentro da empresa e não somente esperar pelo reconhecimento. “A mulher ainda é tímida na busca por espaço nas empresas. Elas têm o desejo, mas têm timidez, e poderiam conquistar mais oportunidades usando a tecnologia, a diversidade e flexibilidade que têm”, disse ele, explicando que em muitos casos, esse comportamento até mesmo inibe a atitude de gestores que ficam em dúvida se podem oferecer determinadas funções.

As iniciativas das empresas 
 
As iniciativas do Grupo Odebrecht na busca pelo empoderamento feminino foram destacadas por Carla Pires, responsável por Sustentabilidade na organização.
“Os benefícios das empresas trabalharem o empoderamento das mulheres traz grandes vantagens internas para as pessoas, para as famílias e para a comunidade como um todo. O nosso objetivo ao iniciar uma política era que ela fosse desenvolvida de maneira participativa”, explicou a executiva, que apresentou resultados da pesquisa sobre equidade de gênero realizada na empresa com fim de direcionar as ações de empoderamento.
A pesquisa, que foi respondida por 69% dos homens, 39% das mulheres e 1% sem identificação, mostrou que 84% considera importante ter a mesma condição de trabalho e que valorizar a diversidade dentro da empresa é uma riqueza da organização e por isso ela deve ser estimulada.
Os dados apresentados mostraram também que 55% de homens e mulheres entendem como necessário assegurar que não haja discriminação. “Não basta estar só no código de conduta, a gente precisa ter outras ações que garantam que não haja discriminação”, explicou Carla, contanto que a pesquisa apontou ainda que 55% querem mais equilíbrio entre trabalho e família e que 46% afirmam não conhecer os programas aplicados à maternidade e paternidade.
Karina Fonseca, da área de pessoas da Odebrecht Agroindustrial, apresentou um perfil da participação feminina no grupo e mostrou que elas buscam mais qualificação do que a ala masculina. 
“Somente 8% dos homens que trabalham na empresa têm curso superior completo contra 21% das mulheres que possuem formação superior completa.
De fato, isso mostra que as mulheres estão estudando mais, talvez seja uma corrida para poder competir em situação igual aos homens”, elucidou ela, completando que a pesquisa apontou ainda que 61% de mulheres do quadro de funcionários da empresa são solteiras, contra 52% de homens e que metade das mulheres não tem filhos.
Os sete princípios de empoderamento
A ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Trata-se de um conjunto de sete considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios modelos e práticas que tenham como objetivo a equidade de gêneros e o empoderamento feminino Os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres:
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.

 
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.

 
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.

 
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.

 
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.

 
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.

 
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
No Brasil, em abril foi sancionada a lei que institui 2016 como o Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte, que tem como justificativa que a participação feminina, em todas as instâncias da sociedade brasileira, é crescente e demonstra que o país despertou para esse importante tema.
Sustentabilidade
"A sustentabilidade ganha espaço na gestão empresarial - das ações socioambientais à boa empresa para trabalhar" foi outro assunto discutido no encontro.
O painel contou com mediação de Maria Luíza Barbosa (Isa), diretora da Terragrata Consultoria e consultora de Sustentabilidade da UNICA, Ana Carolina Velasco, gerente de Relacionamento do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) e Cristiane Lourenço, gerente de Desenvolvimento Sustentável e Parceiras na Cadeia de Valor da Bayer CropScience.
Ana Carolina destacou algumas empresas que investem nas mulheres, tais como as Lojas Renner e a Avon. “A Renner conta com diversas políticas importantes para as mulheres e a Avon valoriza não só as consumidoras, mas também todas as funcionárias”, explicou.
Já Cristiane ressaltou as iniciativas da multinacional alemã, tais como programas internos e externos para melhorar a qualidade de vida de trabalhadores rurais. 
Dentre eles, citou o Programa Valore em Cana que já certificou mais de 65 mil hectares e contribuiu para que fornecedores de cana-de-açúcar pudessem melhorar a gestão ambiental de suas propriedades.
Também falou do Programa Nossa Água, projeto que em 10 anos recuperou 67 nascentes, plantou 1,2 milhão de mudas e contou com cerca de 8,5 mil estudantes envolvidos. 
Para Isa chegou o momento de se reinventar a sustentabilidade olhando também para o público interno. “É necessário ficar atento e abrir novos caminhos, olhar com gentileza para novos programas, mas também para as pessoas que trabalham na empresa”, afirmou.
Agro sob a ótica feminina
O painel “O setor sucroenergético sob a ótica feminina - como e onde melhorar - da área agrícola ao mercado externo” contou com mediação da jornalista Luciana Paiva e teve como debatedoras Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen; Beatrice de Toledo Dupuy, gerente de Comunicação Corporativa da Tereos Guarani; Danila Passarin, pesquisadora do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira); Elis Santos, da DEAG (Documentação e Trâmites Aduaneiros); Maria Paula Curto, diretora de Recursos Humanos da Biosev; Priscilla Valério de Almeida, diretora administrativa da Agrícola Volta Grande - Piracicaba-SP e Márcia Rossini Mutton, professora da FCAV - UNESP de Jaboticabal-SP.
Um dos destaques do painel foi a apresentação das sementes artificiais de cana do CTC, uma tecnologia revolucionária para o setor afirmou Danila. “A vantagem desta tecnologia é a redução da cana utilizada na operação, passando de 20 toneladas de toletes por hectares para 300 quilos de sementes”, disse ela, explicando que o lançamento dessa tecnologia deverá acontecer em 2018 ou 2019.
 
A profissional também falou sobre a cana 20 BT, uma variedade geneticamente modificada, com alta produtividade e resistente a broca-da-cana, que deverá ser lançada pelo CTC, em 2017.
Mônika Bergamaschi, ex-secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e atual presidente-executiva do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio), foi a mediadora do debate sobre o agronegócio sob a ótica feminina - como e onde melhorar, que contou com explanação de Elizana Baldissera Paranhos, agricultora de Capão Bonito -SP, vencedora da região Sudeste do país do Desafio de Máxima Produtividade da Soja (2014), realizado pelo CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil); Mirela Gradim, superintendente da Coplana, de Guariba-SP, e Paula Bellodi Santana, produtora de cana, macadâmia e gado de Jaboticabal-SP.
 
“O agronegócio, seja pela ótica feminina, seja pela ótica masculina, continua sendo um grande setor da economia brasileira.
É o maior responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto), é o que mais gera emprego e é aquele que vem mantendo o saldo da nossa balança comercial, mas é aquele que tem uma ausência gigante de reconhecimento dentro da sociedade, do Governo e em parte do próprio setor”, disse Mônika, afirmando ainda que o segmento clama por novas lideranças e não tem ideia da força que possui.
A presidente do Ibisa ressaltou também que independente de tudo que já tenha sido feito por centros de pesquisas e institutos, há resistência em mudar maneiras tradicionais de tratar o agronegócio.
Homenagem
Jorgette Stupiello foi homenageada no encerramento do evento. Casada com José Paulo Stupiello, presidente da STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), há 55 anos, Jorgette acompanhou a trajetória do setor sucroenergético ao lado do marido e dos dois filhos, todos ligados ao setor sucroenergético. “Competência e capacidade não tem sexo”, disse ela concordando com o marido em relação à questão profissional. A homenagem foi entregue por Pedro Mizutani, da Raízen. O executivo se apresentou com o Grupo Musical "Todos Nós”, que contou com a participação de Mônika Bergamaschi, na música, “Eu sei que vou te amar”, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Os cantores arrancaram aplausos dos participantes, que encerraram o V Encontro Cana Substantivo Feminino na pista, dançando e cantado.
Simulador de colheita de cana-de-açúcar
As mulheres puderam operar um simulador de colheita de cana-de-açúcar durante o evento. O equipamento da John Deere foi disponibilizado pela Raízen e foi muito disputado pelas participantes do encontro ao testarem suas habilidades nos comandos do simulador, que oferece a real sensação de estar usando uma colhedora.
Segundo Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, a implantação do equipamento foi a realização de um sonho, sendo que a empresa, recentemente, passou a utilizar um simulador de caminhão também para incrementar a capacitação na companhia.
“A curva de aprendizado acelera substancialmente, assim como a qualidade do operador nas máquinas, surpreendente o nível de segurança que a gente tem com o simulador”, assegurou ela.