A queda da participação do etanol e o aumento do consumo de combustíveis fósseis pode comprometer a meta de redução de emissões e colocar o Brasil na contramão das tendências mundiais. Isso é o que aponta o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada pelo Observatório do Clima, rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro.
De acordo com o relatório divulgado no início de agosto, apesar de, entre 1990 e 2013, as emissões brutas de gases causadores do efeito estufa terem diminuído em 15%, nos últimos cinco anos os níveis de mitigações da área energética brasileira aumentaram 34%. O cenário é mais preocupante quando se compara o ano de 2013 com 2008, o total de emissões brutas de gases causadores do efeito estufa registrado praticamente quadriplicou.
Para o coordenador geral do Observatório do Clima, André Ferreti, o resultado é alarmante e compromete o papel de protagonismo do Brasil nas discussões climáticas mundiais. “Mesmo quando comparado ao pior vilão das emissões brasileiras, o desmatamento, o cenário energético é preocupante. As inciativas do governo federal, derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tímida, e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina,” afirmou Ferreti.
Ainda segundo o documento, que inclui recomendações para a participação brasileira na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), que acontece em Paris, no mês de dezembro, para reverter o cenário negativo, é preciso aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética, estabelecendo para isso a proporção mínima de 50% até 2030.
Na visão do consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o crescimento das emissões pelo setor energético poderia ter sido menos expressivo se o País tivesse dado mais atenção às fontes renováveis e, principalmente, se houvesse maior incentivo à produção e uso do etanol e da bioeletricidade.
“O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,” defendeu Szwarc.
O gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza, endossou o discurso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da palha, grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros.
“O total de bioeletricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2 por meio do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioeletricidade em virtude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema Interligado”, afirmou Souza.
Para os representantes da UNICA, ainda é possível reverter o quadro negativo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz energética brasileira.
A queda da participação do etanol e o aumento do consumo de combustíveis fósseis pode comprometer a meta de redução de emissões e colocar o Brasil na contramão das tendências mundiais. Isso é o que aponta o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada pelo Observatório do Clima, rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro.
De acordo com o relatório divulgado no início de agosto, apesar de, entre 1990 e 2013, as emissões brutas de gases causadores do efeito estufa terem diminuído em 15%, nos últimos cinco anos os níveis de mitigações da área energética brasileira aumentaram 34%. O cenário é mais preocupante quando se compara o ano de 2013 com 2008, o total de emissões brutas de gases causadores do efeito estufa registrado praticamente quadriplicou.
Para o coordenador geral do Observatório do Clima, André Ferreti, o resultado é alarmante e compromete o papel de protagonismo do Brasil nas discussões climáticas mundiais. “Mesmo quando comparado ao pior vilão das emissões brasileiras, o desmatamento, o cenário energético é preocupante. As inciativas do governo federal, derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tímida, e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina,” afirmou Ferreti.
Ainda segundo o documento, que inclui recomendações para a participação brasileira na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), que acontece em Paris, no mês de dezembro, para reverter o cenário negativo, é preciso aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética, estabelecendo para isso a proporção mínima de 50% até 2030.
Na visão do consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o crescimento das emissões pelo setor energético poderia ter sido menos expressivo se o País tivesse dado mais atenção às fontes renováveis e, principalmente, se houvesse maior incentivo à produção e uso do etanol e da bioeletricidade.
“O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,” defendeu Szwarc.
O gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza, endossou o discurso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da palha, grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros.
“O total de bioeletricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2 por meio do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioeletricidade em virtude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema Interligado”, afirmou Souza.
Para os representantes da UNICA, ainda é possível reverter o quadro negativo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz energética brasileira.