Ensaio de proficiência em análises laboratoriais

17/01/2018 Geral POR: Revista Canavieiros
Por: Diana Nascimento

Com a finalidade de integrar os clientes e o setor como um todo, a Consul Labrealiza, desde 1992, um interlaboratorial - trabalho que reúne mais de 100 usinas que buscam a padronização dos resultados analíticos de seus laboratórios.

“Isso permite que elas avaliem os seus sistemas de medição, além de comparar com outros. Há uma melhoria contínua para os participantes deste trabalho”, esclarece o sócio da Consul Lab, Wokimar Garcia.

O workshop é um momento de encontro, onde todos os participantes trocam ideias, analisam o que aconteceu, como foi a performance de cada laboratório e o que pode ser melhorado para a próxima safra.

Antes do workshop final, acontecem duas rodadas: uma logo após o início de safra (maio ou junho) e a outra antes do final da safra (entre setembro e outubro).

Para entender melhor a importância desses eventos, Garcia explica que o setor é composto por produtores, fornecedores de cana e as indústrias. “Ambos têm os seus objetivos e produtos a serem valorados: a indústria para pagar o produto e medir a sua qualidade e o fornecedor para ser pago adequadamente pelo seu produto. Fizemos uma força tarefa para que houvesse a maior participação possível dos fornecedores e associações para que todos entendessem, da mesma forma, o que é medir a qualidade da cana. Isso é um grande benefício, inclusive para o sucesso da interação entre as associações e as indústrias”, argumenta.

Suporte para laboratórios

José Luis Godoy, também sócio da Consul Lab, destacou o trabalho de benchmarking em análise laboratorial. “Produzimos os materiais que são analisados nos laboratórios das usinas e associações como, por exemplo, o caldo de cana. Produzimos o caldo em lotes de amostras idênticas e distribuímos as mesmas. Os laboratórios, por sua vez, analisam e nos devolvem os resultados. Fazemos um tratamento estatístico e realizamos um feedback sobre o grau de exatidão da medição do laboratório em relação aos demais participantes”, esclarece.

O objetivo do programa é, além de fornecer a possibilidade de o laboratório fazer uma autoavaliação, detectar possíveis erros sistemáticos ou aleatórios e posterior ação corretiva.

“Realizamos o workshop como um fechamento para mostrar como a performance do grupo participante melhorou, propor sugestões de melhoria, tirar dúvidas em relação ao programa que segue normas internacionais de metrologia, trazer atualidades sobre o assunto e divulgar o resultado das comissões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que define as metodologias de análise de cana”, salienta Godoy.

Ele explica ainda como funciona a interação entre as partes envolvidas. “Na interação entre a Consul Lab, a Canaoeste e as usinas, a Canaoeste fiscaliza a atividade do laboratório da usina que mede a qualidade da cana a ser paga para o fornecedor. Com isso fornecemos mais um artifício para que a relação entre fornecedores e produtores aconteça com a confiança dessa medição. Para os fornecedores de cana é um meio de certeza, através das associações, de que as usinas estão medindo corretamente”, observa.

Atualmente participam do programa da Consul Lab cerca de 150 usinas.“O programa é baseado na cooperação, associação e colaboração. Sem os participantes, não conseguiríamos chegar à condição de melhoria contínua”, destaca Godoy.

Para Danilo Tostes Oliveira, consultor da D´Oliveira e um dos participantes do workshop, o número de laboratórios que faz parte do programa de proficiência cresce a cada ano. “Quando se compara a dispersão dos resultados entre os laboratórios das usinas, desde a primeira rodada do programa até os últimos resultados, nota-se uma drástica redução. Isso mostra que as usinas utilizam essa experiência para realizar correções internas e melhorar a qualidade de seus resultados”, avalia.

Em paralelo a isso, Oliveira ressalta as técnicas que estão sendo desenvolvidas para o pagamento de cana. “Entendo isso como um valor muito importante para as usinas em geral”, concluiu.