Ensaios com o sorgo biomassa ocorreram no IAC / APTA, em Ribeirão Preto-SP

20/04/2015 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital - Revista Canavieiros
Os experimentos iniciais do sorgo biomassa Palo Alto foram conduzidos na fazenda do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), em Ribeirão Preto – SP, pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). “Foram os primeiros estudos sobre a variedade feitos na instituição e em São Paulo”, revela Denizart Bolonhezi, pesquisador da APTA. “Naquela ocasião (2011/12), a ideia era identificar entre 150 genótipos os materiais que se adaptavam aqui para a nossa região, para São Paulo, e dentre eles estava o Palo Alto”, explicou, contando que o projeto foi feito através da Fundag (Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola).
Entre as vantagens do sorgo biomassa Palo Alto, o pesquisador destaca seus diferenciais, tais como ciclo explosivo de até 140 dias, resistência a estresse hídrico devido a maior quantidade de raízes finas (dobro em relação ao milho) e possibilidade de ser plantado no momento da entressafra de cana, quando as usinas diminuem suas atividades.
A cultura é propagada por sementes e esta é outra singularidade da variedade. “É uma vantagem competitiva do sorgo de maneira geral com a cana, porque hoje para plantar um hectare de cana você precisa de pelo menos de 15 toneladas de muda e, no caso do sorgo, com sete quilos de sementes você instala uma lavoura”, compara. 
O desafio da pesquisa hoje é entender melhor em quais ambientes de produção o sorgo é melhor indicado. “Eu entendo que por razão de custos de transporte, porque de qualquer forma, tanto o sorgo sacarino como o biomassa precisam de transporte até a usina, porque é um produto que será processado na unidade industrial daquela empresa. 
“É diferente da soja que vai ser colhida e vai para a cooperativa, o amendoim vai para a cooperativa, que é um parceiro da usina. No caso da cana e do sorgo, a relação tem muito a ver com a distância da usina, então a locação dessas culturas, num raio mais próximo da usina, é interessante para reduzir o custo”, constata.
Para o pesquisador, o produtor de soja no futuro poderia ser fornecedor de biomassa das usinas, instalando uma lavoura de sorgo biomassa, após a soja, e fornecer a matéria-prima para a empresa, com custo bem baixo porque pode usar o nitrogênio que a soja vai deixar. “Pode ser uma opção para um produtor ao invés de optar por um milho safrinha, ele poderia plantar um sorgo biomassa e entregar a biomassa na usina da região”.
Bolonhezi alegou ainda que há uma resistência à cultura, mas é normal, tal como na expansão da cana nas regiões tradicionais de grãos. “Trocar uma cultura de grãos por cana representava um risco muito grande, porque você vai investir um capital e depois não dá para mudar o jogo no meio do caminho. No caso do sorgo, o produtor consegue conciliar a produção de grãos com o cultivo. Já tem toda a estrutura, a semeadora é a mesma, ele vai só ajustar a maneira de colheita desse sorgo”, justificou, lembrando que hoje já existem à disposição máquinas para enfardamento de sorgo e entrega na unidade
processadora. 
“Acho que nos próximos anos, definidas as regras do setor (como no caso de tabela de preço), o sorgo tem espaço para entrar numa estratégia um pouco mais
sustentável das usinas”, concluiu, contando que este ano experimentos com outros
genótipos acontecerão na instituição. 
As boas perspectivas para o sorgo também são destacadas pelo Gestor marketing da Ceres Sementes do Brasil, Ricardo Reis. “O sorgo alta biomassa tem tido uma atratividade maior hoje, por uma questão técnica. O produto já está pronto para ser consumido, com a expectativa de custo que o setor precisa para geração de energia, e o sorgo sacarino vem retomando espaço nas usinas para produção de etanol, ambos com plantio na área de reforma dos canaviais. O sorgo vem complementar e não competir com a cana e as duas matérias-primas são essenciais para a sobrevivência do setor sucroenergético”, avaliou o executivo em evento realizado em Ribeirão Preto-SP. A planta também tem sido pesquisada pela Embrapa, que em 2014 lançou o seu primeiro híbrido de sorgo biomassa, o BRS 716. O cultivar, que já foi registrado no Ministério
da Agricultura para comercialização, apresenta alta produtividade, em média de 120 a 150 toneladas de matéria fresca por hectare. De acordo com o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição, Ladislau Martin Neto, os estudos sobre a gramínea fazem parte de uma agenda criada para atender às demandas por culturas alternativas
para a entressafra e para a segunda geração. 
Os experimentos iniciais do sorgo biomassa Palo Alto foram conduzidos na fazenda do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), em Ribeirão Preto – SP, pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). “Foram os primeiros estudos sobre a variedade feitos na instituição e em São Paulo”, revela Denizart Bolonhezi, pesquisador da APTA. “Naquela ocasião (2011/12), a ideia era identificar entre 150 genótipos os materiais que se adaptavam aqui para a nossa região, para São Paulo, e dentre eles estava o Palo Alto”, explicou, contando que o projeto foi feito através da Fundag (Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola).
Entre as vantagens do sorgo biomassa Palo Alto, o pesquisador destaca seus diferenciais, tais como ciclo explosivo de até 140 dias, resistência a estresse hídrico devido a maior quantidade de raízes finas (dobro em relação ao milho) e possibilidade de ser plantado no momento da entressafra de cana, quando as usinas diminuem suas atividades.
A cultura é propagada por sementes e esta é outra singularidade da variedade. “É uma vantagem competitiva do sorgo de maneira geral com a cana, porque hoje para plantar um hectare de cana você precisa de pelo menos de 15 toneladas de muda e, no caso do sorgo, com sete quilos de sementes você instala uma lavoura”, compara. 
O desafio da pesquisa hoje é entender melhor em quais ambientes de produção o sorgo é melhor indicado. “Eu entendo que por razão de custos de transporte, porque de qualquer forma, tanto o sorgo sacarino como o biomassa precisam de transporte até a usina, porque é um produto que será processado na unidade industrial daquela empresa. “É diferente da soja que vai ser colhida e vai para a cooperativa, o amendoim vai para a cooperativa, que é um parceiro da usina. No caso da cana e do sorgo, a relação tem muito a ver com a distância da usina, então a locação dessas culturas, num raio mais próximo da usina, é interessante para reduzir o custo”, constata.
Para o pesquisador, o produtor de soja no futuro poderia ser fornecedor de biomassa das usinas, instalando uma lavoura de sorgo biomassa, após a soja, e fornecer a matéria-prima para a empresa, com custo bem baixo porque pode usar o nitrogênio que a soja vai deixar. “Pode ser uma opção para um produtor ao invés de optar por um milho safrinha, ele poderia plantar um sorgo biomassa e entregar a biomassa na usina da região”.
Bolonhezi alegou ainda que há uma resistência à cultura, mas é normal, tal como na expansão da cana nas regiões tradicionais de grãos. “Trocar uma cultura de grãos por cana representava um risco muito grande, porque você vai investir um capital e depois não dá para mudar o jogo no meio do caminho. No caso do sorgo, o produtor consegue conciliar a produção de grãos com o cultivo. Já tem toda a estrutura, a semeadora é a mesma, ele vai só ajustar a maneira de colheita desse sorgo”, justificou, lembrando que hoje já existem à disposição máquinas para enfardamento de sorgo e entrega na unidade
processadora. 
“Acho que nos próximos anos, definidas as regras do setor (como no caso de tabela de preço), o sorgo tem espaço para entrar numa estratégia um pouco mais
sustentável das usinas”, concluiu, contando que este ano experimentos com outros
genótipos acontecerão na instituição. 
As boas perspectivas para o sorgo também são destacadas pelo Gestor marketing da Ceres Sementes do Brasil, Ricardo Reis. “O sorgo alta biomassa tem tido uma atratividade maior hoje, por uma questão técnica. O produto já está pronto para ser consumido, com a expectativa de custo que o setor precisa para geração de energia, e o sorgo sacarino vem retomando espaço nas usinas para produção de etanol, ambos com plantio na área de reforma dos canaviais.


O sorgo vem complementar e não competir com a cana e as duas matérias-primas são essenciais para a sobrevivência do setor sucroenergético”, avaliou o executivo em evento realizado em Ribeirão Preto-SP. A planta também tem sido pesquisada pela Embrapa, que em 2014 lançou o seu primeiro híbrido de sorgo biomassa, o BRS 716. O cultivar, que já foi registrado no Ministério da Agricultura para comercialização, apresenta alta produtividade, em média de 120 a 150 toneladas de matéria fresca por hectare.


De acordo com o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição, Ladislau Martin Neto, os estudos sobre a gramínea fazem parte de uma agenda criada para atender às demandas por culturas alternativas 
para a entressafra e para a segunda geração.