Especial Fenasucro e Agrocana - Mesmo com setor em crise, Fenasucro e Agrocana projeta aumento nos negócios

05/10/2015 Cana-de-Açúcar POR: Igor Savenhago – Revista Canavieiros – Edição 111
Segundo os organizadores, vendas iniciadas na feira, a maior do planeta em tecnologia para a cadeia produtiva da cana, devem chegar a R$ 2,8 bilhões até o final de 2015
Esqueçam a crise que afeta o setor sucroenergético. Ou, pelo menos, mantenham o otimismo de que ela vai passar logo. Esse parece ter sido o recado dos organizadores da Fenasucro & Agrocana, a maior feira de tecnologia para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar do planeta, que, em sua 23ª edição, foi realizada entre os dias 25 e 28 de agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho-SP. Projeções divulgadas menos de uma semana após o término do evento apontaram que os negócios iniciados nos estandes deverão atingir R$ 2,8 bilhões até o final de 2015, um expressivo aumento de pouco mais de 27% em comparação com o balanço do ano passado.
Os números contrastam com o resultado de outras feiras agrícolas importantes do país. A Expointer, em Esteio-RS, realizada de 29 de agosto a 6 de setembro, estimou ter registrado um faturamento de R$ 1,7 bilhão, queda de 37,4% ante os R$ 2,7 bilhões de 2014.
A expectativa inicial era de, pelo menos, R$ 2 bilhões. O balanço foi ainda pior que o apurado na Agrishow, no final de abril e começo de maio, em Ribeirão Preto-SP. Considerada a maior feira de tecnologia para a agricultura da América Latina e uma das três maiores do mundo, atingiu R$ 1,9 bilhão, 30% a menos que o ano passado.
Expectativa
Antes da cerimônia que marcou a abertura da Fenasucro & Agrocana, um misto de otimismo e cautela. Paulo Montabone, diretor da feira, destacou que a edição deste ano era o “marco zero para a retomada do setor sucroenergético”. 
Justificou com números sobre a grandeza da feira, como a presença de 450 expositores e a destinação de mais de 90 horas no Espaço de Conferências Fenasucro para a discussão de temas relacionados à cana-de-açúcar, principalmente a produção de energia elétrica a partir da palha e do bagaço, uma das principais apostas dos expositores. “O advento da bioeletricidade é uma oportunidade que o setor precisa aproveitar com todos os seus esforços, políticos, governamentais e de tecnologia, que a gente consegue desenvolver aqui na nossa região e, com isso, cogerar mais energia no Brasil”, disse.  Segundo ele, a Fenasucro atrai a “nata das indústrias do setor sucroenergético”.
“Desde o plantio até os subprodutos, tendo o setor como ponto de integração, epicentro das soluções, das inovações que temos que trazer para que esse mercado saia de onde está para um lugar melhor. O que dá para tirar hoje é o seguinte: o setor está prestes a pegar a retomada de investimentos”.
Mário Campos Filho, presidente do Siamig (Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais), e André Rocha, presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, lembraram que, para garantir uma retomada sustentável, são imprescindíveis decisões coerentes do Governo Federal.
“Temos um cenário com que o país precisa se preocupar, porque vamos ter uma necessidade grande de combustíveis nos próximos dez anos. E não temos condições de atender com produção própria de petróleo. Ou iremos importar gasolina ou produzir mais etanol, talvez uma combinação de produção de etanol com importação de gasolina. Gostaria que fosse somente produção de etanol. Mas para que possamos aumentar a produção de cana e etanol, independente dos investimentos em tecnologia, precisamos de sustentabilidade para o negócio, de melhorar a competitividade do setor.
Isso só será possível com o reconhecimento das externalidades positivas que temos”, disse Rocha. “Se nada for feito em termos de políticas públicas para que o setor volte a investir, daqui a dez anos o Brasil estará importando 20 bilhões de litros de gasolina-equivalente. Não temos condições, como país continental, com as riquezas que temos, de aceitar isso. A sociedade não vai aceitar isso. E outra coisa: não temos infraestrutura adequada para trazer esse produto para cá. Em tão, acredito que, a médio e longo prazos, o setor terá muitas oportunidades”, emendou Campos. Para Antônio César Salibe, presidente executivo da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), a interlocução com o Governo de Dilma Rousseff melhorou em relação à primeira gestão da Presidente. Isso graças à indicação de Kátia Abreu como ministra da Agricultura e de Armando Monteiro como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que, segundo ele, conhecem as demandas do setor.
Por isso, ainda é possível ter otimismo. “Dizem que o brasileiro é otimista sempre. O Governo pode não querer ou não ter interesse, mas ele precisa salvar o país. Se tiver qualquer noção de futuro, qualquer planejamento, não vai fazer porque gosta da gente, mas porque precisa governar. Para governar, tem que pôr energia limpa aqui dentro. E essa energia limpa, quem tem condições de produzir somos nós”.
Abertura
As cobranças por medidas que favoreçam o setor foram feitas durante a abertura da Fenasucro & Agrocana diretamente ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, que participou da cerimônia. Ele destacou as conquistas da cana-de-açúcar para a economia do país e afirmou que as alternativas de desenvolvimento apresentadas pela sucroenergia têm o apoio do Governo Federal. “O setor é muito forte, pelo que gera de renda, de emprego, de impostos, mas também como setor inovador, que agrega muita ciência à atividade. Desperta o interesse do mundo inteiro, pelo pioneirismo. Então, nós podemos olhar para a crise e achar que não vamos sair dela. Vamos sair, como saímos outras vezes. Aliás, o setor canavieiro em São Paulo ganhou impulso num momento de crise. Nos anos 30, nas dificuldades do café, ele apareceu  se tornou muito competitivo, importante para a economia local”.
Para Rebelo, é preciso olhar para o setor com otimismo. A própria Fenasucro, segundo ele, é um sinal de que a situação tende a melhorar. “Essa feira faz um volume de negócios que surpreende, até contraditório com a fase de ajustes que o país passa. No caso do Ministério da Ciência e Tecnologia, nós apostamos. Temos vários programas voltados para pesquisa e inovação no setor sucroenergético.
Um deles já empregou R$ 1 bilhão. Outro, que é uma rede nacional de instituições universitárias e técnicas, R$ 150 milhões. E agora estamos criando uma plataforma de estudos exatamente no setor de biocombustíveis. Por isso, acho que vamos encontrar saídas para as dificuldades que o a economia do Brasil e este setor estão atravessando”
O vice-governador de São Paulo e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França, também esteve presente. Ele assinou um protocolo de intenções entre Governo Estadual e o Centro Paula Souza, de formação tecnológica, prevendo o repasse de R$ 2,88 milhões, a serem investidos em projetos de capacitação profissional no setor na região de Sertãozinho. “Foi um volume de recursos que me foi pedido pelo Tonho Tonielo
(Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br), juntamente com o Arnaldo Jardim (secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento), para implementar um arranjo produtivo. Sertãozinho tem característica industrial dentro do setor sucroalcooleiro. Muitas empresas que mexem com caldeiras, que atuam nessa área. É preciso oferecer formação para que elas tenham mão de obra qualificada. Caso contrário, vão vir pessoas de fora para trabalhar aqui. O ideal é que as pessoas da própria região se qualifiquem para trabalhar no setor”.
França prometeu empenho para conquistar novos recursos. “Queremos colaborar mais com o setor sucroalcooleiro. Já fizemos legislações especiais de tributação, linhas de financiamento, mas estaremos sempre em busca de alternativas, principalmente para energia. Precisamos garantir que as usinas tenham caldeiras modernas, aumentando a lucratividade e, ao mesmo tempo, diminuindo o consumo de energia produzida pelas hidrelétricas. Esse é o grande segredo”.
Discursaram, também, na abertura, Arnaldo Jardim, o prefeito de Sertãozinho,
José Alberto Gimenez, o presidente de honra da Fenasucro, Antonio Eduardo Tonielo – que também é presidente da Copercana e da Sicoob Cocred –, Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br, e Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, empresa que realiza a feira em parceria com o CEISE Br.
Juan Pablo destacou a força do evento e agradeceu ao presidente de honra, Antônio Eduardo Tonielo, pela liderança e pelos conselhos que permitem à Fenasucro continuar seu trabalho. Tonielo agradeceu e demonstrou entusiasmo
“É com muita alegria que expresso meu desejo de que a feira deste ano supere as expectativas iniciais de negócios, mesmo num cenário difícil que atravessa o nosso setor sucroenergético”, disse, ao dar boas-vindas aos participantes.
“Mesmo o setor vivendo momentos de muitas dificuldades, é impressionante termos uma feira desse porte, com tantas palavras de otimismo”. Foi assim que
Arnaldo Jardim, secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, abriu a fala dele. Parabenizou o ministro Aldo Rebelo pela atuação como relator do Código Florestal e afirmou que o Executivo Paulista tem lutado para incrementar o segmento canavieiro. Para ele, a agroindústria da cana é ambientalmente correta, geradora de empregos e será muito maior que as instabilidades enfrentadas. 
“O setor está vivo. Sobreviveu até agora e continuará nessa toada”. O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, chamou a atenção para o fato de que os interesses do país precisam estar acima dos problemas políticos. E que, diante de um momento difícil, a soma de forças é fundamental.
“Está aqui essa feira, com tecnologia de ponta e inovação, para provar que Sertãozinho e o setor são pujantes. Não queremos nada de graça de São Paulo nem de Brasília. Queremos trabalho para o nosso povo”. Para Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br, “apesar da crise, a feira demonstra a esperança que temos no setor sucroenergético”. Ele lembrou que o evento movimenta a economia regional, gerando mais de cinco mil empregos diretos e indiretos durante sua realização.
O diretor da Copercana Pedro Esrael Bighetti, que assistiu à solenidade, acredita em tempos melhores a partir de 2016. Para ele, o setor está começando a se recuperar, processo que deve começar a se consolidar em meados do ano que vem. “Os preços não estão bons, o clima não está bom, o mercado internacional não anda bem. Mas uma hora a situação terá que reverter. Crise tem em todo lugar. Temos que admitir e administrá-la. Graças a Deus, a Copercana tem os pés no chão e os nossos cooperados também”.
A Fenasucro & Agrocana em números
As rodadas internacionais de negócios realizadas no estande da APLA/Apex levaram para a Fenasucro & Agrocana 61 empresas brasileiras, responsáveis por 691 oportunidades de negócios com compradores da África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Sudão e Venezuela.
O valor negociado foi de US$ 290 milhões, segundo o diretor executivo da APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), Flávio Castelar. “Essa edição da feira superou nossas expectativas”.
Confira outros números da feira: Público presente: 30 mil (presença de representantes de usinas e indústrias de mais de 30 países e de 100% das usinas brasileiras);
Marcas em exposição: mais de mil (em um espaço de 70 mil metros quadrados);
Mais de 90 horas de eventos de conteúdo;
Espaço de Conferências: presença de duas mil pessoas ao todo.
Esqueçam a crise que afeta o setor sucroenergético. Ou, pelo menos, mantenham o otimismo de que ela vai passar logo. Esse parece ter sido o recado dos organizadores da Fenasucro & Agrocana, a maior feira de tecnologia para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar do planeta, que, em sua 23ª edição, foi realizada entre os dias 25 e 28 de agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho-SP. Projeções divulgadas menos de uma semana após o término do evento apontaram que os negócios iniciados nos estandes deverão atingir R$ 2,8 bilhões até o final de 2015, um expressivo aumento de pouco mais de 27% em comparação com o balanço do ano passado.
 
 
Os números contrastam com o resultado de outras feiras agrícolas importantes do país. A Expointer, em Esteio-RS, realizada de 29 de agosto a 6 de setembro, estimou ter registrado um faturamento de R$ 1,7 bilhão, queda de 37,4% ante os R$ 2,7 bilhões de 2014.

 
A expectativa inicial era de, pelo menos, R$ 2 bilhões. O balanço foi ainda pior que o apurado na Agrishow, no final de abril e começo de maio, em Ribeirão Preto-SP. Considerada a maior feira de tecnologia para a agricultura da América Latina e uma das três maiores do mundo, atingiu R$ 1,9 bilhão, 30% a menos que o ano passado.

 
Expectativa
Antes da cerimônia que marcou a abertura da Fenasucro & Agrocana, um misto de otimismo e cautela. Paulo Montabone, diretor da feira, destacou que a edição deste ano era o “marco zero para a retomada do setor sucroenergético”. 

 
Justificou com números sobre a grandeza da feira, como a presença de 450 expositores e a destinação de mais de 90 horas no Espaço de Conferências Fenasucro para a discussão de temas relacionados à cana-de-açúcar, principalmente a produção de energia elétrica a partir da palha e do bagaço, uma das principais apostas dos expositores. “O advento da bioeletricidade é uma oportunidade que o setor precisa aproveitar com todos os seus esforços, políticos, governamentais e de tecnologia, que a gente consegue desenvolver aqui na nossa região e, com isso, cogerar mais energia no Brasil”, disse.  Segundo ele, a Fenasucro atrai a “nata das indústrias do setor sucroenergético”.

 
“Desde o plantio até os subprodutos, tendo o setor como ponto de integração, epicentro das soluções, das inovações que temos que trazer para que esse mercado saia de onde está para um lugar melhor. O que dá para tirar hoje é o seguinte: o setor está prestes a pegar a retomada de investimentos”.

 
Mário Campos Filho, presidente do Siamig (Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais), e André Rocha, presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, lembraram que, para garantir uma retomada sustentável, são imprescindíveis decisões coerentes do Governo Federal.

 
“Temos um cenário com que o país precisa se preocupar, porque vamos ter uma necessidade grande de combustíveis nos próximos dez anos. E não temos condições de atender com produção própria de petróleo. Ou iremos importar gasolina ou produzir mais etanol, talvez uma combinação de produção de etanol com importação de gasolina. Gostaria que fosse somente produção de etanol. Mas para que possamos aumentar a produção de cana e etanol, independente dos investimentos em tecnologia, precisamos de sustentabilidade para o negócio, de melhorar a competitividade do setor.

 
Isso só será possível com o reconhecimento das externalidades positivas que temos”, disse Rocha. “Se nada for feito em termos de políticas públicas para que o setor volte a investir, daqui a dez anos o Brasil estará importando 20 bilhões de litros de gasolina-equivalente. Não temos condições, como país continental, com as riquezas que temos, de aceitar isso. A sociedade não vai aceitar isso. E outra coisa: não temos infraestrutura adequada para trazer esse produto para cá. Em tão, acredito que, a médio e longo prazos, o setor terá muitas oportunidades”, emendou Campos. Para Antônio César Salibe, presidente executivo da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), a interlocução com o Governo de Dilma Rousseff melhorou em relação à primeira gestão da Presidente. Isso graças à indicação de Kátia Abreu como ministra da Agricultura e de Armando Monteiro como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que, segundo ele, conhecem as demandas do setor.

 
Por isso, ainda é possível ter otimismo. “Dizem que o brasileiro é otimista sempre. O Governo pode não querer ou não ter interesse, mas ele precisa salvar o país. Se tiver qualquer noção de futuro, qualquer planejamento, não vai fazer porque gosta da gente, mas porque precisa governar. Para governar, tem que pôr energia limpa aqui dentro. E essa energia limpa, quem tem condições de produzir somos nós”.

 
Abertura
As cobranças por medidas que favoreçam o setor foram feitas durante a abertura da Fenasucro & Agrocana diretamente ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, que participou da cerimônia. Ele destacou as conquistas da cana-de-açúcar para a economia do país e afirmou que as alternativas de desenvolvimento apresentadas pela sucroenergia têm o apoio do Governo Federal. “O setor é muito forte, pelo que gera de renda, de emprego, de impostos, mas também como setor inovador, que agrega muita ciência à atividade. Desperta o interesse do mundo inteiro, pelo pioneirismo. Então, nós podemos olhar para a crise e achar que não vamos sair dela. Vamos sair, como saímos outras vezes. Aliás, o setor canavieiro em São Paulo ganhou impulso num momento de crise. Nos anos 30, nas dificuldades do café, ele apareceu  se tornou muito competitivo, importante para a economia local”.

 
Para Rebelo, é preciso olhar para o setor com otimismo. A própria Fenasucro, segundo ele, é um sinal de que a situação tende a melhorar. “Essa feira faz um volume de negócios que surpreende, até contraditório com a fase de ajustes que o país passa. No caso do Ministério da Ciência e Tecnologia, nós apostamos. Temos vários programas voltados para pesquisa e inovação no setor sucroenergético.

 
Um deles já empregou R$ 1 bilhão. Outro, que é uma rede nacional de instituições universitárias e técnicas, R$ 150 milhões. E agora estamos criando uma plataforma de estudos exatamente no setor de biocombustíveis. Por isso, acho que vamos encontrar saídas para as dificuldades que o a economia do Brasil e este setor estão atravessando”.

 
O vice-governador de São Paulo e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França, também esteve presente. Ele assinou um protocolo de intenções entre Governo Estadual e o Centro Paula Souza, de formação tecnológica, prevendo o repasse de R$ 2,88 milhões, a serem investidos em projetos de capacitação profissional no setor na região de Sertãozinho. “Foi um volume de recursos que me foi pedido pelo Tonho Tonielo
(Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br), juntamente com o Arnaldo Jardim (secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento), para implementar um arranjo produtivo. Sertãozinho tem característica industrial dentro do setor sucroalcooleiro. Muitas empresas que mexem com caldeiras, que atuam nessa área. É preciso oferecer formação para que elas tenham mão de obra qualificada. Caso contrário, vão vir pessoas de fora para trabalhar aqui. O ideal é que as pessoas da própria região se qualifiquem para trabalhar no setor”.

 
França prometeu empenho para conquistar novos recursos. “Queremos colaborar mais com o setor sucroalcooleiro. Já fizemos legislações especiais de tributação, linhas de financiamento, mas estaremos sempre em busca de alternativas, principalmente para energia. Precisamos garantir que as usinas tenham caldeiras modernas, aumentando a lucratividade e, ao mesmo tempo, diminuindo o consumo de energia produzida pelas hidrelétricas. Esse é o grande segredo”.

 
Discursaram, também, na abertura, Arnaldo Jardim, o prefeito de Sertãozinho,
José Alberto Gimenez, o presidente de honra da Fenasucro, Antonio Eduardo Tonielo – que também é presidente da Copercana e da Sicoob Cocred –, Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br, e Juan Pablo de Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, empresa que realiza a feira em parceria com o CEISE Br.

 
Juan Pablo destacou a força do evento e agradeceu ao presidente de honra, Antônio Eduardo Tonielo, pela liderança e pelos conselhos que permitem à Fenasucro continuar seu trabalho. Tonielo agradeceu e demonstrou entusiasmo.

 
“É com muita alegria que expresso meu desejo de que a feira deste ano supere as expectativas iniciais de negócios, mesmo num cenário difícil que atravessa o nosso setor sucroenergético”, disse, ao dar boas-vindas aos participantes.

 
“Mesmo o setor vivendo momentos de muitas dificuldades, é impressionante termos uma feira desse porte, com tantas palavras de otimismo”. Foi assim que
Arnaldo Jardim, secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, abriu a fala dele. Parabenizou o ministro Aldo Rebelo pela atuação como relator do Código Florestal e afirmou que o Executivo Paulista tem lutado para incrementar o segmento canavieiro. Para ele, a agroindústria da cana é ambientalmente correta, geradora de empregos e será muito maior que as instabilidades enfrentadas. 

 
“O setor está vivo. Sobreviveu até agora e continuará nessa toada”. O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, chamou a atenção para o fato de que os interesses do país precisam estar acima dos problemas políticos. E que, diante de um momento difícil, a soma de forças é fundamental.

 
“Está aqui essa feira, com tecnologia de ponta e inovação, para provar que Sertãozinho e o setor são pujantes. Não queremos nada de graça de São Paulo nem de Brasília. Queremos trabalho para o nosso povo”. Para Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br, “apesar da crise, a feira demonstra a esperança que temos no setor sucroenergético”. Ele lembrou que o evento movimenta a economia regional, gerando mais de cinco mil empregos diretos e indiretos durante sua realização.

 
O diretor da Copercana Pedro Esrael Bighetti, que assistiu à solenidade, acredita em tempos melhores a partir de 2016. Para ele, o setor está começando a se recuperar, processo que deve começar a se consolidar em meados do ano que vem. “Os preços não estão bons, o clima não está bom, o mercado internacional não anda bem. Mas uma hora a situação terá que reverter. Crise tem em todo lugar. Temos que admitir e administrá-la. Graças a Deus, a Copercana tem os pés no chão e os nossos cooperados também”.

 
A Fenasucro & Agrocana em números
As rodadas internacionais de negócios realizadas no estande da APLA/Apex levaram para a Fenasucro & Agrocana 61 empresas brasileiras, responsáveis por 691 oportunidades de negócios com compradores da África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Sudão e Venezuela.

 
O valor negociado foi de US$ 290 milhões, segundo o diretor executivo da APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), Flávio Castelar. “Essa edição da feira superou nossas expectativas”.

 
Confira outros números da feira: Público presente: 30 mil (presença de representantes de usinas e indústrias de mais de 30 países e de 100% das usinas brasileiras);

 
Marcas em exposição: mais de mil (em um espaço de 70 mil metros quadrados);
Mais de 90 horas de eventos de conteúdo;

 
Espaço de Conferências: presença de duas mil pessoas ao todo.