Estímulo às usinas de álcool
10/02/2014
Etanol
POR: O Liberal Regional - Araçatuba/SP
O programa brasileiro de estímulo aos biocombustíveis precisa ser revisto e com urgência. Da forma como está sendo conduzido pode levar muitos grupos econômicos à falência. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou-se no principal garoto-propaganda do etanol, o combustível limpo do Brasil e começou a abrir mercado. Porém, a política errada de atrelar o preço do etanol ao da gasolina somada à necessidade se combater a inflação, está levando o Brasil mergulhar o setor em crise aguda. Muito grupos acreditaram que seria possível abrir mercados e aumentar as exportações. Estão endividados. Assim, o governo que estimulou investimentos está levando quem acreditou e confiou a grave crise econômica.
Para ajudar no combate à inflação, o governo está segurando o preço dos combustíveis. Aumento dos combustíveis reflete diretamente na economia e provoca efeito cascata, com onda de reajustes e, consequentemente, elevação da inflação. Por isso, o governo está impedindo a Petrobras de fazer o esperado realinhamento de preços. Sem poder reajustar a gasolina, a empresa se desvaloriza e acaba segurando também o preço do álcool, descapitalizando as usinas, que mesmo em períodos de entressafra não conseguem recompor os preços. Diante deste quadro, usinas estão sendo negociadas, outras semiparalisadas e com dívidas crescendo a cada ano.
O governo precisa, com urgência, repensar esta política e estabelecer planos de ação para socorro do setor. Este socorro não significa injetar dinheiro nas usinas apenas. O comprometimento da produção de etanol, tem consequências mais drásticas. Sem produção elevada, os investimentos na hidrovia, desde a construção de barcaças à modernização do sistema deixam de ser prioridade. Portanto, a crise que está atingindo o setor há vários anos não pega apenas as usinas. Refletem em quem planta cana, em quem trabalhar no setor e até mesmo em outras áreas da economia, mas que dependem do sucesso da cadeia do biocombustível.
O governo que tanto estimulou novos investimentos e "vendeu" um futuro de prosperidade não pode, agora, simplesmente virar as costas a um setor tão importante para a economia brasileira e principalmente no Estado de São Paulo. A situação é preocupante.