Os estoques chineses de commodities agrícolas atingiram níveis historicamente elevados, complicando os esforços para eliminar progressivamente uma política de compras pelo Estado sem causar uma queda acentuada nos preços, segundo o mais alto conselheiro agrícola de Pequim.
As compras governamentais de algodão, trigo, milho, soja, açúcar e arroz a preços acima dos de mercado têm incentivado os agricultores a cultivar produtos agrícolas estratégicos. Mas a prática tem resultado em excessos de ocupação de silos, contrabando e crescimento de importações mais baratas.
A China acumulou 60% do algodão no mundo, o que levou Pequim a anunciar, no ano passado, que iria desovar seus estoques de algodão. Quanto mais crescem os estoques, mais difícil fica, para o governo chinês, sair dessa situação. Desovar o excesso no mercado reverberaria nos mercados internacionais, porque a China é uma grande compradora de commodities agrícolas.
As autoridades temem que a desova dos estoques deprima os preços e induza os agricultores a plantar culturas de maior rendimento, aumentando a dependência em relação às importações.
As safras de grãos na China cresceram ano após ano por mais de uma década, pois os altos preços incentivam os agricultores a produzir culturas estratégicas. Mas os custos mantiveram-se elevados e o setor agrícola não é competitivo quando comparado com outros países.
"Desde o ano passado nós não aumentamos os preços mínimos [do trigo e do arroz]. Isso representa uma sinalização para os agricultores", disse Chen Xiwen, diretor do birô do grupo diretor central de trabalho rural, numa conferência de imprensa para explicar as políticas rurais para este ano.
Ao impor tetos aos preços mínimos de compra definidos pelo Estado em meio a um aumento dos custos, o governo esperava alinhá-los aos preços de mercado, disse Chen. Mas a queda acentuada dos preços do petróleo significou que os produtores ainda terão margens confortáveis neste ano, acrescentou ele. "Nós
apenas queremos que eles se estabilizem - apenas isso".
Um esquema piloto para substituir os preços mínimos por pagamentos diretos aos produtores de algodão e soja, que então teriam liberdade para vender esses produtos a preços de mercado, ainda está sendo avaliado, disse Chen.
Se o esquema tiver êxito, deverá ser tomada uma decisão de estender o esquema a outras culturas.Pequim subsidia em cerca de 600 yuans (US$ 96) por tonelada os produtores de algodão em Xinjiang, onde grande parte da cultura é produzida pela Xinjiang Production and Construction Corps, um grupo paramilitar de colonos chineses de etnia Han ao longo da fronteira com a Ásia Central. Os agricultores na região central da China recebem menos que isso.
O subsídio visa eliminar o diferencial entre os preços praticados no mercado - em torno de 13,6 mil yuans por tonelada - e o preço de compra pelo Estado, ou 9,8 mil yuans.
Os produtores foram convidados a reduzir sua área plantada, neste ano, para diminuir os excedentes, segundo Chen. Entre as consequências involuntárias dos preços mínimos pagos pelo Estado é que alguns comerciantes de [produtos agrícolas], inclusive empresas estatais, importam arroz relativamente barato e outras commodities para usá-las como garantia para tomar empréstimos, que são então investidos no setor bancário sombra.
Os estoques chineses de commodities agrícolas atingiram níveis historicamente elevados, complicando os esforços para eliminar progressivamente uma política de compras pelo Estado sem causar uma queda acentuada nos preços, segundo o mais alto conselheiro agrícola de Pequim.
As compras governamentais de algodão, trigo, milho, soja, açúcar e arroz a preços acima dos de mercado têm incentivado os agricultores a cultivar produtos agrícolas estratégicos. Mas a prática tem resultado em excessos de ocupação de silos, contrabando e crescimento de importações mais baratas.
A China acumulou 60% do algodão no mundo, o que levou Pequim a anunciar, no ano passado, que iria desovar seus estoques de algodão. Quanto mais crescem os estoques, mais difícil fica, para o governo chinês, sair dessa situação. Desovar o excesso no mercado reverberaria nos mercados internacionais, porque a China é uma grande compradora de commodities agrícolas.
As autoridades temem que a desova dos estoques deprima os preços e induza os agricultores a plantar culturas de maior rendimento, aumentando a dependência em relação às importações.
As safras de grãos na China cresceram ano após ano por mais de uma década, pois os altos preços incentivam os agricultores a produzir culturas estratégicas. Mas os custos mantiveram-se elevados e o setor agrícola não é competitivo quando comparado com outros países.
"Desde o ano passado nós não aumentamos os preços mínimos [do trigo e do arroz]. Isso representa uma sinalização para os agricultores", disse Chen Xiwen, diretor do birô do grupo diretor central de trabalho rural, numa conferência de imprensa para explicar as políticas rurais para este ano.
Ao impor tetos aos preços mínimos de compra definidos pelo Estado em meio a um aumento dos custos, o governo esperava alinhá-los aos preços de mercado, disse Chen. Mas a queda acentuada dos preços do petróleo significou que os produtores ainda terão margens confortáveis neste ano, acrescentou ele. "Nós
apenas queremos que eles se estabilizem - apenas isso".
Um esquema piloto para substituir os preços mínimos por pagamentos diretos aos produtores de algodão e soja, que então teriam liberdade para vender esses produtos a preços de mercado, ainda está sendo avaliado, disse Chen.
Se o esquema tiver êxito, deverá ser tomada uma decisão de estender o esquema a outras culturas.Pequim subsidia em cerca de 600 yuans (US$ 96) por tonelada os produtores de algodão em Xinjiang, onde grande parte da cultura é produzida pela Xinjiang Production and Construction Corps, um grupo paramilitar de colonos chineses de etnia Han ao longo da fronteira com a Ásia Central. Os agricultores na região central da China recebem menos que isso.
O subsídio visa eliminar o diferencial entre os preços praticados no mercado - em torno de 13,6 mil yuans por tonelada - e o preço de compra pelo Estado, ou 9,8 mil yuans.
Os produtores foram convidados a reduzir sua área plantada, neste ano, para diminuir os excedentes, segundo Chen. Entre as consequências involuntárias dos preços mínimos pagos pelo Estado é que alguns comerciantes de [produtos agrícolas], inclusive empresas estatais, importam arroz relativamente barato e outras commodities para usá-las como garantia para tomar empréstimos, que são então investidos no setor bancário sombra.