O cultivo de cana-de-açúcar em áreas que eram utilizadas para a pastagem, pode equilibrar ou até mesmo aumentar o processo de captura de carbono pelo solo. Essa é a informação trazida pelo estudo “Estoques de carbono do solo na mudança do uso da terra para cultivo da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil”, publicado no início de junho pela revista científica Nature Climate Change.
Segundo a pesquisa, dependendo das práticas de manejo adotadas, a substituição da pastagem pelo cultivo da cana-de-açúcar enriquece a estrutura física do solo, uma vez que promove a sua melhor agregação, conferindo-lhe maior porosidade, e permitindo uma maior infiltração e armazenamento de água.
Desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo foi realizado de forma colaborativo por uma equipe formada por profissionais de diversos instituições renomadas, como o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ambos da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Institut de Recherche pour le Développement, na França, Harvard University, Colorado State University e do Shell Technology Center Houston, nos Estados Unidos, e esclarece algumas dúvidas relacionadas ao agronegócio, fortalecendo os ganhos ambientais decorrentes da atividade canavieira.
De acordo com a pesquisa, mesmo nos casos em que se verifica a diminuição do estoque de carbono do solo no momento inicial da substituição da pastagem pela cana-de-açúcar, que a tal perda é compensada no prazo máximo de três anos de cultivo.
Segundo o coordenador do projeto e pesquisador do Cena/USP, Carlos Clemente Cerri, a cana produzida nessas áreas equilibra, com o passar dos anos, as emissões de CO2 ocorridas na troca de cultura, visto que o biocombustível, quando comparado com a gasolina, reduz em média 90% os gases responsáveis pelo efeito estufa.
“Os cálculos que realizamos podem assegurar que o Brasil está produzindo e comercializando no mercado nacional e internacional um combustível com baixa emissão de carbono,” afirmou o pesquisador do Cena/USP.
Na avaliação de Cerri, considerando a demanda de 61.6 bilhões de litros etanol estimada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para 2021, os estudos poderão ajudar o setor sucroenergético a desenvolver políticas públicas para o seu crescimento.
O pesquisador estimou ainda que, para atender a essa demanda de etanol será necessário a ampliação da área de cultivo da cana-de-açúcar dos atuais 9,7 milhões de hectares para 17 milhões de hectares. Ressaltando, que uma opção viável para tal expansão é estender o cultivo da cana para áreas degradadas, principalmente aquelas utilizadas como pastagens.
“Hoje há 198 milhões de hectares de terra voltados à pastagem no Brasil e 60 milhões de hectares para a agricultura”, afirmou Cerri. “Será preciso aumentar a área para cultivo agrícola no país, indiscutivelmente, a partir de áreas de pastagem”, avaliou Cerri.
O estudo foi realizado em 13 áreas da região Centro-Sul do Brasil, com medições e coletas de seis mil amostras de solo de 135 locais, cultivados com cana-de-açúcar.
Para o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o estudo repercute a favor do etanol e outros subprodutos da cana, especialmente os biocombustíveis e os plásticos verdes.
“Um aspecto importante desse trabalho é que o grupo de autores inclui também instituições científicas estrangeiras, que dão credibilidade internacional aos resultados e reforçam os aspectos ambientais defendidos pela indústria sucroenergética brasileira,” explicou o consultor da UNICA.
O cultivo de cana-de-açúcar em áreas que eram utilizadas para a pastagem, pode equilibrar ou até mesmo aumentar o processo de captura de carbono pelo solo. Essa é a informação trazida pelo estudo “Estoques de carbono do solo na mudança do uso da terra para cultivo da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil”, publicado no início de junho pela revista científica Nature Climate Change.
Segundo a pesquisa, dependendo das práticas de manejo adotadas, a substituição da pastagem pelo cultivo da cana-de-açúcar enriquece a estrutura física do solo, uma vez que promove a sua melhor agregação, conferindo-lhe maior porosidade, e permitindo uma maior infiltração e armazenamento de água.
Desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo foi realizado de forma colaborativo por uma equipe formada por profissionais de diversos instituições renomadas, como o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ambos da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Institut de Recherche pour le Développement, na França, Harvard University, Colorado State University e do Shell Technology Center Houston, nos Estados Unidos, e esclarece algumas dúvidas relacionadas ao agronegócio, fortalecendo os ganhos ambientais decorrentes da atividade canavieira.
De acordo com a pesquisa, mesmo nos casos em que se verifica a diminuição do estoque de carbono do solo no momento inicial da substituição da pastagem pela cana-de-açúcar, que a tal perda é compensada no prazo máximo de três anos de cultivo.
Segundo o coordenador do projeto e pesquisador do Cena/USP, Carlos Clemente Cerri, a cana produzida nessas áreas equilibra, com o passar dos anos, as emissões de CO2 ocorridas na troca de cultura, visto que o biocombustível, quando comparado com a gasolina, reduz em média 90% os gases responsáveis pelo efeito estufa.
“Os cálculos que realizamos podem assegurar que o Brasil está produzindo e comercializando no mercado nacional e internacional um combustível com baixa emissão de carbono,” afirmou o pesquisador do Cena/USP.
Na avaliação de Cerri, considerando a demanda de 61.6 bilhões de litros etanol estimada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para 2021, os estudos poderão ajudar o setor sucroenergético a desenvolver políticas públicas para o seu crescimento.
O pesquisador estimou ainda que, para atender a essa demanda de etanol será necessário a ampliação da área de cultivo da cana-de-açúcar dos atuais 9,7 milhões de hectares para 17 milhões de hectares. Ressaltando, que uma opção viável para tal expansão é estender o cultivo da cana para áreas degradadas, principalmente aquelas utilizadas como pastagens.
“Hoje há 198 milhões de hectares de terra voltados à pastagem no Brasil e 60 milhões de hectares para a agricultura”, afirmou Cerri. “Será preciso aumentar a área para cultivo agrícola no país, indiscutivelmente, a partir de áreas de pastagem”, avaliou Cerri.
O estudo foi realizado em 13 áreas da região Centro-Sul do Brasil, com medições e coletas de seis mil amostras de solo de 135 locais, cultivados com cana-de-açúcar.
Para o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o estudo repercute a favor do etanol e outros subprodutos da cana, especialmente os biocombustíveis e os plásticos verdes.
“Um aspecto importante desse trabalho é que o grupo de autores inclui também instituições científicas estrangeiras, que dão credibilidade internacional aos resultados e reforçam os aspectos ambientais defendidos pela indústria sucroenergética brasileira,” explicou o consultor da UNICA.