Estudo com cana-de-açúcar aponta aumento de 63% na produtividade

30/08/2021 BANCO DE VARIEDADES POR: Leonardo Gottems, assessor de comunicação da TCP

Houve ainda ganho de índice ATR de 5%, além de controle de colletotrichum falcatum em 92%

 

Dois resultados preliminares na cana-de-açúcar comprovam o potencial do uso da TCP (Tec­nologia do Consórcio Probiótico) nessa cultura de grande interesse para o Brasil. Estudo realizado em uma área comercial procurou verificar se os microbio­mas projetados TCP teriam eficiência na produtividade da cana soca e da cana planta, incluindo aumento do índice ATR. Um segundo estudo em laboratório procu­rou ver a eficiência da TCP em controlar um fungo que vem causando grandes prejuízos à cultura da cana-de­-açúcar. O fungo Colletotrichum falcatum é o responsá­vel pela doença conhecida por podridão vermelha, que ataca severamente o colmo e pode reduzir a produtivi­dade e a qualidade da matéria-prima. São frequentes os relatos de perda de 50 a 70% da sacarose de colmos ata­cados simultaneamente pelo fungo e pela broca da cana.

Primeiramente foi realizado um experimento in vitro, e um segundo em campo está em andamento para ratificar o que foi obtido. No experimento in vitro, a TCP foi dilu­ída em meio de cultura apropriado para C. falcatum, de forma a obter as concentrações correspondentes a 2,0; 4,0 e 20,0 L/ha. Os testes foram realizados em placas de Petri. Os isolados, previamente preparados, foram depositados sobre o meio. As placas de Petri foram incubadas em BOD, à temperatura adequada. Cada tra­tamento obteve quatro repetições, sendo que para os “controles”não foi adicionado o TCP ao meio de cultura, somente o respectivo isolado. O crescimento micelial foi mensurado até ao décimo segundo dia, tomando como base a expansão micelial nas placas “controle”. Os halos de crescimento foram medidos em centímetro e, poste­riormente, tais medidas foram transformadas em porcen­tagem de Inibição de Crescimento – PIC, segundo Abbas (2016). Assim, para o cálculo do PIC, considerou-se a média dos diâmetros das colônias miceliais das placas do controle e o diâmetro das placas contendo o isolado, jun­tamente com as respectivas concentrações de TCP.

O uso da TCP para controle do C. falcatum obteve con­trole estatisticamente igual nas dosagens de 2,0; 4,0 e 20,0 L/ha. Em todas as dosagens, ao 6º dia, pode-se observar controle acima de 80% e ao 12º dia, acima de 90%. Mais especificamente: 92,5%. Tal informação sugere que é possível ter o controle de C. falcatum utilizando-se o TCP na dosagem de 2L/ha. O conjunto de tais dados sugere que é possível que o TCP possa ser um bom agente no controle do C. falcatum nas lavouras de cana-de-açúcar acometidas de tal patógeno.

Cana planta

Foi realizada uma avaliação de observação de campo, ciclo de cana-planta, em área localizada no município de Neves Paulista, SP, localizado a 20º50′46” de latitude sul e 49º37′47” de longitude oeste. O clima é tropical, tipo Aw segundo Köppen, com altitude de 549m. O solo no qual essa observação de campo foi desenvolvida caracte­rizou-se por um Argissolo Vermelho Amarelo (ambiente C). A variedade avaliada foi a CTC9001, desenvolvida para a região do cerrado, apresentando alto rendimento agrícola, P.U.I. longo, precode em ambientes restritivos, ATR elevado, alto teor de fibra, resposta a maturadores, adaptabilidade a colheita mecanizada e tolerante aos principais patógenos que ocorrem na cultura da cana-de­-açúcar. A metodologia utilizada para obter as médias de produtividade foi feita conforme (Gheller et.al., 1999).

Cana soca

No mesmo município foi realizada outra avaliação de observação de campo, em um Latossolo Vermelho eutrófico (ambiente B2), entretanto em ciclo de cana soca, sendo a variedade avaliada, a RB 97-5201, mate­rial que apresenta resistência às principais doenças que atingem a cana-de-açúcar, crescimento rápido, ótimo perfilhamento em cana-planta e cana-soca, com exce­lente fechamento da entrelinha, e ótima brotação em colheita mecanizada, alta produtividade agrícola, com elevada estabilidade de produção, teor de fibra médio, PUI médio e maturação tardia. Recomenda-se plantio em ambientes com alto potencial produtivo (A, B e C) e colheita no final de safra (entre agosto e novem­bro). Apresenta ausência de florescimento e isoporiza­ção. A metodologia utilizada para obter as médias de produtividade foi feita conforme (Gheller et.al., 1999).

“Apesar dos resultados em ambos os estudos e da vali­dade das observações a campo, dois estudos científi­cos estão em andamento para a confirmação desses resultados na cultura da cana”, diz Altamiro Alvernaz, idealizador da TCP, que completa: “A TCP, em outros testes e estudos, comprovou disponibilização de macro e micronutrientes a partir de diversas fontes. Compro­vou a fixação de nitrogênio. São resultados que nos deixam confiantes em irmos além. Iniciaremos testes com Fusarium em algumas semanas.”

Segundo Alvernaz, “nosso grande desafio hoje é con­solidar todos esses benefícios dentro de um único ecos­sistema que, sozinho, conseguirá trazer três, quatro ou até cinco benefícios para o produtor. Na soja consegui­mos demonstrar nessa última safra uma única solução TCP com várias funcionalidades. O desafio agora é na cana e suas peculiaridades. O objetivo final é apresen­tarmos para 2022 uma solução que, aplicada ao solo, possa ajudar no controle do Colletotrichum e de outras doenças do solo, além de ajudar na produtividade via a disponibilização de nutrientes e fixação de N. Após isso realizado, apresentaremos ao mercado e as empre­sas interessadas”, conclui.