Estudo compara viabilidade de usina flex e full de etanol de milho
03/10/2013
Agricultura
POR: Globo Rural
Segundo Aprosoja, ainda há barreiras para produção do combustível
A chamada usina flex, que pode produzir etanol de milho e de cana-de-açúcar, pode ser mais viável no curto prazo. É a avaliação de um estudo do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) mencionado em artigo divulgado nesta quarta-feira (2/10), pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja).
“As adaptações nas usinas seriam menos custosas e o consumo de material para propulsão das caldeiras seria menor, visto que o bagaço da cana-de-açúcar tem a mesma função da madeira, sendo complementar”, menciona o artigo.
De acordo com a entidade, o investimento para uma planta “flex”, utilizando 500 (quinhentas) toneladas de milho por dia, durante 105 dias por ano, seria de R$ 18 milhões. Já para uma usina “full” (que usaria somente milho), processando 500 toneladas ao dia, 330 dias por ano, o investimento seria de R$ 45 milhões.
“Os valores pagos na saca de milho ao produtor também variam de acordo com o modelo de planta da usina, a “flex” poderia pagar R$ 20 na saca, já a “full” R$ 18”, informa o texto.
No entanto, o estudo faz a ressalva de que o problema do excedente de milho em Mato Grosso ainda não estaria resolvido. Considerando um cenário em que as oito usinas ativas em Mato Grosso começassem usando 500 toneladas por dia, o consumo seria de 1,3 milhão por ano. Nesta safra, o estado produziu 22 milhões de toneladas.
“A produção de etanol potencializaria um setor ainda pouquíssimo explorado no estado, mas a solução definitiva para o milho continuaria sendo investimentos expressivos em logística e armazenagem”, avalia a Aprosoja. “A iniciativa tem à frente barreiras quanto às estruturas das usinas, a formação de um mercado, o preço pago ao produtor na saca do grão e, principalmente, a falta de subsídios governamentais”.