Etanol de milho está fora dos planos do governo

07/10/2013 Etanol POR: Jornal Cruzeiro do Sul
A implantação de uma política de incentivo à produção de etanol de milho, defendida pelos produtores de Mato Grosso como alternativa para escoar o grande excedente da safra estadual do cereal, não contará com o apoio do governo federal. A afirmação é do ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB/MG), que descarta também o incentivo oficial à produção de etanol de arroz para escoar o excesso de produção no Rio Grande do Sul.
Em entrevista, Antônio Andrade afirmou que a própria presidente Dilma Rousseff deixou claro que o incentivo à produção de etanol de milho e arroz está descartado no curto e médio prazos. Segundo o ministro, o governo está trabalhando para abrir novos mercados na China, Hong Kong e Japão, tanto para exportação do cereal como de carnes de aves e suínos, cuja produção elevará a demanda por milho no mercado interno.
O ministro fez um balanço dos seis primeiros meses de governo, que teve como um dos fatores positivos a abertura do mercado japonês à carne suína brasileira. Do outro lado da balança pesam a greve dos fiscais agropecuários e a demora na reação dos preços do café às medidas de apoio ao setor anunciadas no mês passado. Mesmo com a liberação de R$ 5,8 bilhões para financiar a estocagem e comercialização do café, os preços seguem caindo.
Antônio Andrade destaca que nos primeiros meses de mandato aumentou a participação do agronegócio na economia brasileira, como demonstram o bom desempenho do PIB e o aumento das exportações do setor, que superaram a casa dos R$ 100 bilhões. Ele comemora também a queda dos preços de hortifrutigranjeiros, como o tomate, que no início do ano era apontado como vilão da inflação. Ele reconhece que o grande problema da agricultura brasileira continua sendo o gargalo logístico, mas observa que "a presidente Dilma tem tido todo cuidado com a infraestrutura", como demonstra a criação da linha de crédito de R$ 25 bilhões para financiar a construção de armazéns privados nos próximos cinco anos, com juros de 3,5% ao ano e 15 anos para amortização.
Andrade acredita que a safra de grãos 2013/14, em fase inicial de plantio, deve superar as 190 milhões de toneladas previstas pelo governo no lançamento do Plano de Safra. "Na safra passada já tivemos um recorde, pois a expectativa era produzir 184 milhões de toneladas e colhemos 187 milhões de toneladas. Acreditamos que, em função das condições climáticas favoráveis e do aumento da área plantada, iremos ultrapassar 190 milhões de toneladas", declarou, lembrando que o agronegócio impulsiona também a indústria de máquinas e equipamentos, que devem registrar recorde de produção neste ano.