Em uma época na qual a crise afugenta investidores e leva a nocaute empresas do setor sucroenergético, a Raízen segue na vanguarda da agroindústria canavieira iniciando a operação de sua primeira unidade de etanol de segunda geração. A planta tem capacidade para gerar anualmente 42 milhões de litros de etanol celulósico e demandou investimentos de R$ 237 milhões, sendo que parte dos recursos veio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A nova fábrica de 2G foi construída ao lado da unidade do grupo já dedicada à produção de etanol tradicional (a partir do caldo da cana), a Costa Pinto, em Piracicaba – SP, coincidentemente também a primeira das 24 usinas do Grupo.
“A proximidade e a sinergia entre as duas unidades conferem ganhos logísticos e de custo, proporcionando eficiência e competitividade a todo o processo produtivo”, afirmou Pedro Mizutani, vice-presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, durante coletiva de imprensa realizada no dia 17 de dezembro, na nova unidade. Na ocasião, Mizutani explicou que foi necessário buscar conhecimento fora do País já que, a tecnologia para a produção do biocombustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar precisava ser desenvolvida.
“Desde 2012, o grupo em parceria com a Iogen Corporation, empresa canadense de biotecnologia, mantém uma planta teste de etanol celulósico no Canadá, com o objetivo de adquirir a expertise necessária para implementar a primeira unidade comercial da Raízen, no Brasil”, contextualizou o executivo, contando que os testes incluíram o envio de mais de 1000 toneladas de bagaço de cana-de-açúcar para o Canadá para o aprimoramento das técnicas de produção de etanol celulósico.
Durante o encontro com a imprensa, João Alberto Abreu, diretor agroindustrial e Rodrigo Pacheco, diretor de Projeto, do Grupo Raízen, explanaram sobre a implantação da nova planta de etanol 2G da empresa. A unidade, que começou a ser construída em outubro de 2013 e a operar em novembro de 2014, é a primeira a produzir em escala o biocombustível a partir do bagaço da cana.
“As palhas e folhas podem ser a principal matéria-prima do 2G se superarem os desafios da logística”, apontou Abreu, afirmando que como o processo de mecanização vem aumentando muito, tendo atingindo em média 85% da colheita, há muito matéria no campo. “Não queimar a cana significa 45 milhões extras de biomassa disponíveis no setor e podemos escolher entre trazer a biomassa com a cana e ou usar o sistema de coleta de fardo, explicou o diretor contanto que a empresa também vem desenvolvendo tecnologia neste sentido, buscando custos diferentes. “Mas o objetivo é dominar esta logística para conseguir trazer essa matéria-prima da melhor maneira possível, para as nossas unidades”.
Outro ponto fundamental destacado pelo executivo é a questão da sustentabilidade. “Na produção de 2G a emissão de CO2 é 15 vezes menor do que a pegada de carbono da produção da primeira geração, que já é baixa”, disse. “É sair de 1,5 milhão de toneladas de CO2 para 100 mil toneladas de CO2. Então este é um elemento fundamental dentro da nossa estratégia, de estar desenvolvendo produtos totalmente relacionados ao nosso elemento sustentabilidade”, afirmou.
Abreu também informou que faz parte do plano de longo prazo da empresa chegar a produzir 1 bilhão de litros de etanol até 2024, ou seja, 50% a mais do que produz hoje, que são os 2 bilhões de litros de etanol de primeira geração. Para isso, serão construídas outras sete plantas, sendo que algumas terão capacidade de produzir 130 milhões de etanol por ano e deverão ser integradas às já unidades existentes do Grupo. “Para chegar a um bilhão de litros será preciso investir em torno de R$ 2,5 bilhões, e isso acontecerá depois que algumas etapas forem cumpridas, como atingir a capacidade total da primeira planta”, concluiu o diretor, avisando que a data de início da construção da próxima fábrica no plano da empresa está acertada para junho de 2016. “É claro que este prazo está condicionado a cumprir todas as etapas do nosso projeto”.
Segundo o diretor de projetos do Grupo, Rodrigo Pacheco, a primeira planta tem 10 mil m² de área construída e mais 30 mil m² para estoque de bagaço, com mais de 700 toneladas de estruturas metálicas e 300 toneladas de tubulação. Nos 14 meses de obra foram gerados cerca de 200 empregos temporários, sendo que em alguns períodos de pico, chegou a 500. “A planta é muito automatizada, tem mais controles e mais pontos de automação do que a planta de Jataí, que a planta mais nova da Raízen, portanto, somente 33 funcionários trabalham no local”, contou o diretor. Pacheco disse ainda que 30% dos equipamentos foram importados, pois não existiam no Brasil, mas a ideia é que sejam construídos em terras brasileiras para atender às próximas plantas.
Tecnologia própria
De acordo com Antonio Alberto Stuchi, diretor executivo de produção do Grupo Raízen, embora a fábrica esteja acertada para usar o bagaço, a tecnologia também pode ser usada com a palha. “Essa fábrica funcionará como um grande piloto para a incluirmos outras matérias-primas”, disse Stuch, explicando que cerca de 60% a 70% do poder calorífico do bagaço volta via lignina - uma substância três vezes mais energética que o bagaço da cana e obtida no processo de produção do 2G - para a caldeira para a produção de eletricidade.
Para a produção de segunda geração os resíduos (matéria-prima) passam por um pré-tratamento, no qual as fibras do bagaço são desestruturadas e depois transformadas em açúcares solúveis por meio de um processo chamado “hidrólise enzimática”. A empresa dinamarquesa Novozymes fornece a tecnologia de enzimas específica para a produção do etanol de segunda geração nessa etapa. Na fase seguinte, a fermentação converte o açúcar em etanol, que é purificado na destilação e enviado para a comercialização. A composição do produto final é idêntica a do etanol convencional, explica Stuchi, informando que o tempo entre a entrada do bagaço na planta e a produção do etanol celulósico é de cerca de cinco dias - ante oito horas do processo do etanol convencional. Nesta primeira etapa, a planta fará produção por fermentação da glicose (C6), e a partir do ano que vem, darão novo passo com o desenvolvimento da fermentação da parte de C5 (açúcares provenientes da xilose) através de uma levedura geneticamente modificada. A empresa parceira para o fornecimento desse material modificado não foi divulgada.
Etanol 2G nos postos
Para testar o processo como um todo, a produção, a logística, a comercialização e também a percepção do consumidor com relação a um produto muito mais sustentável, a empresa disponibilizou 200 mil litros do combustível para o Posto GT Shopping, da rede Shell, localizado na Avenida Limeira, 950, em Piracicaba-SP. O novo biocombustível, igual ao fornecido até então, será oferecido aos consumidores sem diferenciação de preço. “O objetivo de vender durante 30 dias é de fato testar a percepção do consumidor, mas o nosso objetivo não é fazer hidratado, e sim usar o etanol de segunda geração para fazer anidro, e isso significa fazer o blend gasolina ou exportar”, explicou Abreu.
Segundo Augusto César Mafia, proprietário do estabelecimento, os clientes estão curiosos e também gostando da novidade. “É uma honra ser pioneiro neste projeto da Raízen, pois a gente entende que é um produto com uma sustentabilidade importante e sempre buscamos este tipo de comportamento no mercado, então, esperamos que o consumidor compre essa causa com a gente”, disse o executivo, que é dono de mais dois postos na cidade.
O novo combustível da Raízen deverá chegar aos postos de todo o Brasil a partir de 2015.
Raízen: nome que nasceu da junção entre as palavras raiz e energia
A Raízen surgiu em 2011 como uma das maiores empresas do país, através da joint venture da Cosan e da Shell. Com pais gigantes e conhecidos pelo DNA focado em expansão, a nova empresa precisava ter um nome forte, que representasse suas origens.
Assim nasceu a palavra Raízen, que significa a união entre as palavras raiz e energia, e a cor roxa da marca remete à aparência da cana-de-açúcar madura.
Mas o nome já embalava uma banda paranaense de reggae, que chegou a ser um dos destaques do concurso “Olha Minha Banda”, do Caldeirão do Huck, da Rede Globo.
A solução foi adquirir o nome da banda pelo valor de R$ 10 mil, conforme declarou o vice-presidente da empresa, em evento realizado recentemente, em Piracicaba-SP.
Atualmente, em suas 24 unidades produtoras, a Raízen, que tem quase um milhão de hectares de área cultivada, produz atualmente cerca de 2,2 bilhões de litros de etanol por ano, 4,5 milhões de toneladas de açúcar e gera mais de 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A empresa fatura quase R$ 60 bilhões e tem cerca de 40 mil funcionários.
Segunda geração chegou para ficar
Novos investimentos já foram confirmados para a produção de combustível a partir do bagaço e palha da cana-de-açúcar. Recentemente, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou a aprovação de financiamentos via linhas Inova Sustentabilidade e PAISS Agrícola no valor de R$ 592,1 milhões para projetos do setor sucroenergético. Entre eles, tem destaque o projeto para implantação de uma planta de etanol de segunda geração da Abengoa Bioenergia Agroindústria. A multinacional receberá créditos de R$ 309,6 milhões para construir a nova unidade, que será integrada à Usina São Luiz, em Pirassununga- SP, e terá capacidade de 64 milhões de litros por safra.
Com a nova planta, o Brasil passará a ter quatro unidades produtoras de etanol celulósico. São elas, a da Raízen, em Piracicaba-SP, a da GranBio, em São Miguel dos Campos, em Alagoas e a unidade do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em parceria com Usina São Manoel, localizada São Manoel – SP.
A capacidade instalada de produção de etanol 2G no Brasil atingirá quase 200 milhões de litros por safra com o novo investimento, segundo cálculos do BNDES.
Além do Brasil, os Estados Unidos e a Itália já produzem o etanol 2G a partir de outras biomassas, como palha de milho, de arroz ou de lascas de madeira. A China também entrou nesta onda, e está construindo a maior fábrica desde tipo de combustível, com capacidade de produzir cerca de 235 milhões de litros de etanol celulósico por ano.
Em uma época na qual a crise afugenta investidores e leva a nocaute empresas do setor sucroenergético, a Raízen segue na vanguarda da agroindústria canavieira iniciando a operação de sua primeira unidade de etanol de segunda geração. A planta tem capacidade para gerar anualmente 42 milhões de litros de etanol celulósico e demandou investimentos de R$ 237 milhões, sendo que parte dos recursos veio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A nova fábrica de 2G foi construída ao lado da unidade do grupo já dedicada à produção de etanol tradicional (a partir do caldo da cana), a Costa Pinto, em Piracicaba – SP, coincidentemente também a primeira das 24 usinas do Grupo.
“A proximidade e a sinergia entre as duas unidades conferem ganhos logísticos e de custo, proporcionando eficiência e competitividade a todo o processo produtivo”, afirmou Pedro Mizutani, vice-presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, durante coletiva de imprensa realizada no dia 17 de dezembro, na nova unidade. Na ocasião, Mizutani explicou que foi necessário buscar conhecimento fora do País já que, a tecnologia para a produção do biocombustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar precisava ser desenvolvida.
“Desde 2012, o grupo em parceria com a Iogen Corporation, empresa canadense de biotecnologia, mantém uma planta teste de etanol celulósico no Canadá, com o objetivo de adquirir a expertise necessária para implementar a primeira unidade comercial da Raízen, no Brasil”, contextualizou o executivo, contando que os testes incluíram o envio de mais de 1000 toneladas de bagaço de cana-de-açúcar para o Canadá para o aprimoramento das técnicas de produção de etanol celulósico.
Durante o encontro com a imprensa, João Alberto Abreu, diretor agroindustrial e Rodrigo Pacheco, diretor de Projeto, do Grupo Raízen, explanaram sobre a implantação da nova planta de etanol 2G da empresa. A unidade, que começou a ser construída em outubro de 2013 e a operar em novembro de 2014, é a primeira a produzir em escala o biocombustível a partir do bagaço da cana.
“As palhas e folhas podem ser a principal matéria-prima do 2G se superarem os desafios da logística”, apontou Abreu, afirmando que como o processo de mecanização vem aumentando muito, tendo atingindo em média 85% da colheita, há muito matéria no campo. “Não queimar a cana significa 45 milhões extras de biomassa disponíveis no setor e podemos escolher entre trazer a biomassa com a cana e ou usar o sistema de coleta de fardo", explicou o diretor contanto que a empresa também vem desenvolvendo tecnologia neste sentido, buscando custos diferentes. “Mas o objetivo é dominar esta logística para conseguir trazer essa matéria-prima da melhor maneira possível, para as nossas unidades”.
Outro ponto fundamental destacado pelo executivo é a questão da sustentabilidade. “Na produção de 2G a emissão de CO2 é 15 vezes menor do que a pegada de carbono da produção da primeira geração, que já é baixa”, disse. “É sair de 1,5 milhão de toneladas de CO2 para 100 mil toneladas de CO2. Então este é um elemento fundamental dentro da nossa estratégia, de estar desenvolvendo produtos totalmente relacionados ao nosso elemento sustentabilidade”, afirmou.
Abreu também informou que faz parte do plano de longo prazo da empresa chegar a produzir 1 bilhão de litros de etanol até 2024, ou seja, 50% a mais do que produz hoje, que são os 2 bilhões de litros de etanol de primeira geração. Para isso, serão construídas outras sete plantas, sendo que algumas terão capacidade de produzir 130 milhões de etanol por ano e deverão ser integradas às já unidades existentes do Grupo. “Para chegar a um bilhão de litros será preciso investir em torno de R$ 2,5 bilhões, e isso acontecerá depois que algumas etapas forem cumpridas, como atingir a capacidade total da primeira planta”, concluiu o diretor, avisando que a data de início da construção da próxima fábrica no plano da empresa está acertada para junho de 2016. “É claro que este prazo está condicionado a cumprir todas as etapas do nosso projeto”.
Segundo o diretor de projetos do Grupo, Rodrigo Pacheco, a primeira planta tem 10 mil m² de área construída e mais 30 mil m² para estoque de bagaço, com mais de 700 toneladas de estruturas metálicas e 300 toneladas de tubulação. Nos 14 meses de obra foram gerados cerca de 200 empregos temporários, sendo que em alguns períodos de pico, chegou a 500. “A planta é muito automatizada, tem mais controles e mais pontos de automação do que a planta de Jataí, que é a planta mais nova da Raízen, portanto, somente 33 funcionários trabalham no local”, contou o diretor. Pacheco disse ainda que 30% dos equipamentos foram importados, pois não existiam no Brasil, mas a ideia é que sejam construídos em terras brasileiras para atender às próximas plantas.
Tecnologia própria
De acordo com Antonio Alberto Stuchi, diretor executivo de produção do Grupo Raízen, embora a fábrica esteja acertada para usar o bagaço, a tecnologia também pode ser usada com a palha. “Essa fábrica funcionará como um grande piloto para a incluirmos outras matérias-primas”, disse Stuch, explicando que cerca de 60% a 70% do poder calorífico do bagaço volta via lignina - uma substância três vezes mais energética que o bagaço da cana e obtida no processo de produção do 2G - para a caldeira para a produção de eletricidade.
Para a produção de segunda geração os resíduos (matéria-prima) passam por um pré-tratamento, no qual as fibras do bagaço são desestruturadas e depois transformadas em açúcares solúveis por meio de um processo chamado “hidrólise enzimática”. A empresa dinamarquesa Novozymes fornece a tecnologia de enzimas específica para a produção do etanol de segunda geração nessa etapa. Na fase seguinte, a fermentação converte o açúcar em etanol, que é purificado na destilação e enviado para a comercialização. A composição do produto final é idêntica a do etanol convencional, explica Stuchi, informando que o tempo entre a entrada do bagaço na planta e a produção do etanol celulósico é de cerca de cinco dias - ante oito horas do processo do etanol convencional. Nesta primeira etapa, a planta fará produção por fermentação da glicose (C6), e a partir do ano que vem, darão novo passo com o desenvolvimento da fermentação da parte de C5 (açúcares provenientes da xilose) através de uma levedura geneticamente modificada. A empresa parceira para o fornecimento desse material modificado não foi divulgada.
Etanol 2G nos postos
Para testar o processo como um todo, a produção, a logística, a comercialização e também a percepção do consumidor com relação a um produto muito mais sustentável, a empresa disponibilizou 200 mil litros do combustível para o Posto GT Shopping, da rede Shell, localizado na Avenida Limeira, 950, em Piracicaba-SP. O novo biocombustível, igual ao fornecido até então, será oferecido aos consumidores sem diferenciação de preço. “O objetivo de vender durante 30 dias é de fato testar a percepção do consumidor, mas o nosso objetivo não é fazer hidratado, e sim usar o etanol de segunda geração para fazer anidro, e isso significa fazer o blend gasolina ou exportar”, explicou Abreu.
Segundo Augusto César Mafia, proprietário do estabelecimento, os clientes estão curiosos e também gostando da novidade. “É uma honra ser pioneiro neste projeto da Raízen, pois a gente entende que é um produto com uma sustentabilidade importante e sempre buscamos este tipo de comportamento no mercado, então, esperamos que o consumidor compre essa causa com a gente”, disse o executivo, que é dono de mais dois postos na cidade.
O novo combustível da Raízen deverá chegar aos postos de todo o Brasil a partir de 2015.
Raízen: nome que nasceu da junção entre as palavras raiz e energia
A Raízen surgiu em 2011 como uma das maiores empresas do país, através da joint venture da Cosan e da Shell. Com pais gigantes e conhecidos pelo DNA focado em expansão, a nova empresa precisava ter um nome forte, que representasse suas origens.
Assim nasceu a palavra Raízen, que significa a união entre as palavras raiz e energia, e a cor roxa da marca remete à aparência da cana-de-açúcar madura.
Mas o nome já embalava uma banda paranaense de reggae, que chegou a ser um dos destaques do concurso “Olha Minha Banda”, do Caldeirão do Huck, da Rede Globo.
A solução foi adquirir o nome da banda pelo valor de R$ 10 mil, conforme declarou o vice-presidente da empresa, Pedro Mizutani, em evento realizado recentemente, em Piracicaba-SP.
Atualmente, em suas 24 unidades produtoras, a Raízen, que tem quase um milhão de hectares de área cultivada, produz cerca de 2,2 bilhões de litros de etanol por ano, 4,5 milhões de toneladas de açúcar e gera mais de 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A empresa fatura quase R$ 60 bilhões e tem cerca de 40 mil funcionários.
Segunda geração chegou para ficar
Novos investimentos já foram confirmados para a produção de combustível a partir do bagaço e palha da cana-de-açúcar. Recentemente, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou a aprovação de financiamentos via linhas Inova Sustentabilidade e PAISS Agrícola no valor de R$ 592,1 milhões para projetos do setor sucroenergético. Entre eles, tem destaque o projeto para implantação de uma planta de etanol de segunda geração da Abengoa Bioenergia Agroindústria. A multinacional receberá créditos de R$ 309,6 milhões para construir a nova unidade, que será integrada à Usina São Luiz, em Pirassununga- SP, e terá capacidade de 64 milhões de litros por safra.
Com a nova planta, o Brasil passará a ter quatro unidades produtoras de etanol celulósico. São elas, a da Raízen, em Piracicaba-SP, a da GranBio, em São Miguel dos Campos, em Alagoas e a unidade do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em parceria com Usina São Manoel, localizada São Manoel – SP, além da Abengoa.
A capacidade instalada de produção de etanol 2G no Brasil atingirá quase 200 milhões de litros por safra com o novo investimento, segundo cálculos do BNDES. Além do Brasil, os Estados Unidos e a Itália já produzem o etanol 2G a partir de outras biomassas, como palha de milho, de arroz ou de lascas de madeira. A China também entrou nesta onda, e está construindo a maior fábrica desde tipo de combustível, com capacidade de produzir cerca de 235 milhões de litros de etanol celulósico por ano.