O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) firmou parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que vai permitir às cooperativas distribuírem o cartão de crédito com a linha do banco de fomento a partir do mês que vem. O emissor será o banco cooperativo Bancoob e a bandeira a Cabal, uma joint venture entre o Sicoob (51%) e a argentina Cabal Cooperativa de Provisión de Serviços (49%).
A parceria para a bandeira Cabal foi anunciada em outubro do ano passado pelo BNDES e o Sicoob é o primeiro fornecedor credenciado. Com os cartões, os cooperados poderão realizar compras somente em estabelecimentos filiados à Cabal Brasil. O crédito pré-aprovado vai de até R$ 1 milhão.
O presidente do Sicoob, José Salvino de Menezes, desafiou os associados para que até o fim do ano o sistema cooperativista emita 5 mil cartões, marca atual do Itaú. O líder no segmento é o Banco do Brasil, com mais de 411 mil cartões emitidos. Menezes acredita que esses 5 mil cartões estimados pelo Sicoob movimentem R$ 3,2 milhões até o fim do ano.
A expectativa é que o tíquete médio das transações com o Cartão BNDES Sicoob seja maior do que nos outros emissores porque foi estabelecido um teto para a taxa cobrada do lojista, fixada em 2%, no valor de R$ 1 mil para a cobrança nas compras acima de R$ 50 mil. Ou seja, proporcionalmente, o valor do lojista será menor quanto maior for o valor da venda.
Poderão adquirir o Cartão BNDES Sicoob as empresas micro, pequenas e de médio porte associadas ao sistema cooperativista, cujo faturamento bruto anual não ultrapasse R$ 90 milhões. Segundo informações do Sicoob, dos 300 mil associados, 90% se encaixam nesse perfil. De acordo com Menezes, a metade dos empresários cooperados no país é associada ao Sicoob.
"O BNDES nasceu para financiar grandes projetos, mas aos poucos o banco foi descobrindo que também tinha que financiar pequenos projetos", disse Maurício Borges Lemos, diretor de Administração, Financeira e Operações Indiretas do BNDES.
A projeção do BNDES é de que todos os bancos emissores liberem, via cartão, R$ 12 bilhões neste ano, ante R$ 10 bilhões do ano passado. Segundo o banco de fomento, 95% desse valor são direcionados a micro e pequenos negócios.
Fonte: Valor
(04)
Etanol entra na pauta de evento sobre produção de alimentos e ração animal na África do Sul
É plenamente possível ampliar a segurança energética no mundo, sem comprometer a segurança alimentar. Foi o que defendeu a coordenadora de Relações Institucionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Luana Maia, durante discussão sobre o impacto dos biocombustíveis na produção de alimentos e de ração animal, na 4ª edição do Global Feed and Food Congress, em Sun City, na África do Sul.
Organizado pela International Feed Industry Federation (IFIF) com suporte técnico da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o evento aconteceu entre os dias 10 e 12 de abril. A participação da UNICA no Congresso é mais uma ação da parceria entre a entidade e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), dedicada a disseminar o etanol brasileiro de cana como alternativa energética limpa e renovável.
“A produção de etanol no Brasil vai além da produção de uma energia mais limpa, pois faz parte de um processo mais amplo, de diversificação da matriz energética brasileira, que já é uma das mais limpas do mundo. No Brasil, 44,1% de toda a energia utilizada é de origem renovável, o que reduz substancialmente a dependência do petróleo,” destacou Luana Maia.
Durante o painel “Seminário Biocombustíveis: oportunidades e desafios,” Maia descreveu a experiência brasileira, enfatizando que o etanol de cana produzido em larga escala há mais de 30 anos no Brasil ocupa apenas 1% do território nacional. Ela ressaltou que com esta área, o País tem substituído mais de um terço do consumo total de gasolina, além de gerar excedentes para exportação.
A representante da UNICA lembrou também que a área utilizada para cana no Brasil é sete vezes menor que a utilizada para a produção de grãos e 23 vezes menor do que aquelas dedicadas às pastagens, grande parte delas com baixíssima produtividade, com uma média de uma cabeça de gado por hectare. “Embora cerca de 70% da expansão da cana-de-açúcar tenha se dado majoritariamente em áreas de pastagem, o País já teve um ganho com o aumento da produtividade na pecuária. Ainda há muito espaço para ampliar a otimização do uso da terra, incluindo a expansão de outras culturas nessas regiões,” explicou.
Maia acrescentou que a cana-de-açúcar é a matéria-prima que oferece a mais alta produtividade para a produção de açúcar e etanol, e ainda é a que melhor se adapta a regiões onde há disponibilidade de terras aráveis em regiões tropicais.
“Outros fatores também contribuem para a produção de cana de forma mais sustentável, como a disponibilidade de terras que o Brasil oferece, um setor agrícola e industrial bastante eficiente e fortes leis de conservação que garantem uma grande quantidade de vegetação nativa protegida,” afirma. Maia destacou que vários destes fatores poderiam ser replicados em regiões com condições de clima e solo muito semelhantes às do Brasil, a exemplo de várias regiões da África.
Além disso, o etanol de cana reduz em até 90% a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), quando comparado à gasolina. Todas essas razões fazem do etanol brasileiro um ‘case’ bem sucedido, apresentado durante o evento na África do Sul.
O painel também teve a participação do presidente da American Feed Industry Federation (AFIA), Joel Newman, que abordou o potencial que a produção de biocombustíveis pode ter no desenvolvimento sustentável da pecuária e do especialista para a produção animal da FAO, Harinder Makkar, que analisou como os co-produtos da produção de biocombustíveis podem ser usados na indústria de ração animal. A moderação foi do presidente da Ajinomoto Heartland, Daniel Bercovici.
Luana Maia, da UNICA, fala sobre a experiência brasileira em biocombustíveis no Global Feed and Food Congress
É plenamente possível ampliar a segurança energética no mundo, sem comprometer a segurança alimentar. Foi o que defendeu a coordenadora de Relações Institucionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Luana Maia, durante discussão sobre o impacto dos biocombustíveis na produção de alimentos e de ração animal, na 4ª edição do Global Feed and Food Congress, em Sun City, na África do Sul.
Organizado pela International Feed Industry Federation (IFIF) com suporte técnico da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o evento aconteceu entre os dias 10 e 12 de abril. A participação da UNICA no Congresso é mais uma ação da parceria entre a entidade e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), dedicada a disseminar o etanol brasileiro de cana como alternativa energética limpa e renovável.
“A produção de etanol no Brasil vai além da produção de uma energia mais limpa, pois faz parte de um processo mais amplo, de diversificação da matriz energética brasileira, que já é uma das mais limpas do mundo. No Brasil, 44,1% de toda a energia utilizada é de origem renovável, o que reduz substancialmente a dependência do petróleo,” destacou Luana Maia.
Durante o painel “Seminário Biocombustíveis: oportunidades e desafios,” Maia descreveu a experiência brasileira, enfatizando que o etanol de cana produzido em larga escala há mais de 30 anos no Brasil ocupa apenas 1% do território nacional. Ela ressaltou que com esta área, o País tem substituído mais de um terço do consumo total de gasolina, além de gerar excedentes para exportação.
A representante da UNICA lembrou também que a área utilizada para cana no Brasil é sete vezes menor que a utilizada para a produção de grãos e 23 vezes menor do que aquelas dedicadas às pastagens, grande parte delas com baixíssima produtividade, com uma média de uma cabeça de gado por hectare. “Embora cerca de 70% da expansão da cana-de-açúcar tenha se dado majoritariamente em áreas de pastagem, o País já teve um ganho com o aumento da produtividade na pecuária. Ainda há muito espaço para ampliar a otimização do uso da terra, incluindo a expansão de outras culturas nessas regiões,” explicou.
Maia acrescentou que a cana-de-açúcar é a matéria-prima que oferece a mais alta produtividade para a produção de açúcar e etanol, e ainda é a que melhor se adapta a regiões onde há disponibilidade de terras aráveis em regiões tropicais.
“Outros fatores também contribuem para a produção de cana de forma mais sustentável, como a disponibilidade de terras que o Brasil oferece, um setor agrícola e industrial bastante eficiente e fortes leis de conservação que garantem uma grande quantidade de vegetação nativa protegida,” afirma. Maia destacou que vários destes fatores poderiam ser replicados em regiões com condições de clima e solo muito semelhantes às do Brasil, a exemplo de várias regiões da África.
Além disso, o etanol de cana reduz em até 90% a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), quando comparado à gasolina. Todas essas razões fazem do etanol brasileiro um ‘case’ bem sucedido, apresentado durante o evento na África do Sul.
O painel também teve a participação do presidente da American Feed Industry Federation (AFIA), Joel Newman, que abordou o potencial que a produção de biocombustíveis pode ter no desenvolvimento sustentável da pecuária e do especialista para a produção animal da FAO, Harinder Makkar, que analisou como os co-produtos da produção de biocombustíveis podem ser usados na indústria de ração animal. A moderação foi do presidente da Ajinomoto Heartland, Daniel Bercovici.