Etanol sobe na bomba em dezembro; gasolina e diesel aumentam até 15% em janeiro

Os preços dos combustíveis etanol, gasolina e diesel têm forte tendência de alta a partir de dezembro. Motivado no comportamento do setor sucroenergético, o etanol é o que tem imediata garantia de acréscimo no preço por conta da entressafra da cana-de-açúcar, além da grande demanda doméstica e sua produção insuficiente para abastecer o mercado interno. E já há certeza de alta nos preços dos combustíveis fósseis feita por órgãos nacionais.

A análise faz parte do boletim mensal de novembro e da análise de combustíveis de dezembro realizados pela pesquisadora Joseane Thereza Bigaran do Esalq-LOG, Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP (Universidade de São Paulo).

O preço do etanol deverá ser pressionado duplamente com o período sem colheita da matéria-prima e pelo maior preço da gasolina - lembrando que o combustível fóssil é misturado ao biocombustível. "O mercado trabalha com a expectativa do reajuste da gasolina para janeiro ou fevereiro de 2013, o que deve impactar os valores do etanol."

De acordo com previsão de analistas do setor, embora a produção maior da safra de cana-de-açúcar 2012/13 frente ao ano anterior, o volume produzido de etanol hidratado continua muito inferior à capacidade de consumo do mesmo no mercado doméstico. Esse fato pressiona o setor e faz com que os preços do etanol combustível na bomba mantenham-se próximo ou superior aos 70% do valor da gasolina na maioria dos Estados. "O setor espera que para 2013 haja estímulo à produção e ao consumo do etanol, aliviando assim os problemas enfrentados na distribuição de gasolina no país", conta a pesquisadora Joseane Thereza Bigaran.

Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), no final deste ano vários Estados brasileiros tiveram problemas no abastecimento de gasolina por conta do preço mais atrativo na maioria deles. Assim, a demanda pelo produto cresceu acima da média em relação ao ano anterior, o que tem pressionado o repasse de reajuste pela Petrobras, que alega estar operando em déficit, uma vez que importa gasolina e vende abaixo do preço de paridade internacional.

"Ainda não se sabe o exato percentual de aumento, há especulações que variam de 12 a 15%, mas o fato é, que para início de 2013, a gasolina ficará mais cara para o consumidor", conclui a pesquisadora Joseane.

Além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter confirmado nesta semana que o preço da gasolina vai subir em 2013 - sem citar datas -, a presidente da Petrobras, Graça Foster, já havia verbalizado anteriormente ao chefe da Pasta a mesma direção de alta e a necessidade de um novo reajuste no preço da gasolina, também sem definir prazos.

É relevante destacar que o último reajuste no preço do litro do óleo diesel anunciado pelo setor ocorreu em junho de 2012. Ao longo do ano, o diesel tem sofrido leves e gradativos aumentos, uma política que impactou o mercado de transporte de forma gradual a partir de junho. Na média, o preço deste combustível subiu aproximadamente R$ 0,06 por litro entre outubro e novembro.