A alta de preço do etanol nos postos de combustíveis pegou de surpresa os motoristas de Bauru nesta semana. Da última terça-feira até ontem, o preço do combustível em grande parte dos estabelecimentos registrou aumento de até R$ 0,40.
De R$ 1,89, o preço médio encontrado nas bombas dos postos, localizados em algumas das principais avenidas da cidade, aumentou para R$ 2,29, voltando ao patamar de preços registrados no início abril deste ano, antes do período de safra da cana-de-açúcar, que vai até setembro. Contudo, o combustível ainda compensa em relação à gasolina (leia mais ao lado).
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Bauru diz que o aumento ocorreu por causa de uma compra do estoque de etanol da região por parte do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).
O Sindicom, por sua vez, afirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não possui poder de compra. Mas aponta que, se houve alguma aquisição envolvendo o nome da entidade, há a possibilidade de ela "ter ocorrido por parte de empresas associadas ao sindicato". O Sindicato das Distribuidoras diz, no entanto, que não pode responder por cada empresa.
`Regular mercado´
Diretor do Sincopetro, Edvaldo Tuschi, que também é empresário do setor, afirma que as distribuidoras repassaram o aumento de preços no início desta semana. "Tem uma [distribuidora] que hoje (ontem) ainda não tinha subido", cita. "Pelo que soube, esse sindicato (Sindicom) comprou o estoque para tentar acabar com a `bagunça´ que estavam os preços. Tinha gente vendendo etanol abaixo do preço de mercado em Bauru. Agora, acredito que eles irão regular o mercado, fazer o que, em tese, deveria ser o papel do governo", acrescenta.
Situação essa que pode passar a dificultar o trabalho das distribuidoras menores.
Segundo pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em Bauru, do período entre 17 de julho e ontem, o preço de comercialização do etanol nas distribuidoras variava entre R$ 1,77 e R$1,86.
E o consumidor?
A alta do etanol fez muita gente gastar um pouco mais de tempo em filas de estabelecimentos que ainda mantinham o combustível a R$ 1,89 ontem. É o caso do taxista Eron Faustino, de 53 anos, que depende do etanol para trabalhar e não hesitou esperar cerca de 15 minutos para conseguir encher o tanque com preço mínimo. "É brincadeira esse aumento em pleno período de safra. Eles aumentam o preço da noite para o dia e nem explicam o motivo. O jeito é correr em busca do mais barato, porque não dá para aumentar a corrida", reclama Eron.
O aumento do etanol também teria influenciado no preço da gasolina, que aumentou em média R$ 0,10 nos postos com e sem bandeira. Ontem, o valor do produto, na maioria dos estabelecimentos, conforme o JC apurou, era de R$ 3,57.
Faça a conta
Para saber se ainda compensa abastecer com etanol, basta fazer uma conta simples e rápida. O consumidor deve dividir o preço do litro do álcool pelo valor da gasolina. Se o resultado for maior que 0,7, deve optar pelo segundo combustível. Se for inferior, é melhor ficar com o álcool.
Considerando o etanol a R$ 2,29 e a gasolina a R$ 3,57, o resultado da conta é 0,64, ou seja, mesmo com o aumento, ainda compensa abastecer com o etanol.
Variação
Análise de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que indica a variação do preço do etanol, aponta que o produto chegou a ser comercializado com valores entre R$ 1,84 e R$ 2,39, no período entre o último domingo e ontem em Bauru.
Com o preço médio atual, de R$ 2,29, o etanol em Bauru passa a ser um pouco mais caro que o comercializado em Ribeirão Preto, que é a maior região canavieira do Interior. Lá, a pesquisa de variação de preços da ANP, com mesmo período que a realizada em Bauru, indica que o preço em 34 postos variava entre R$ 1,80 e R$ 2,19, um dos menores no Estado.
Marcele Tonelli
A alta de preço do etanol nos postos de combustíveis pegou de surpresa os motoristas de Bauru nesta semana. Da última terça-feira até ontem, o preço do combustível em grande parte dos estabelecimentos registrou aumento de até R$ 0,40.
De R$ 1,89, o preço médio encontrado nas bombas dos postos, localizados em algumas das principais avenidas da cidade, aumentou para R$ 2,29, voltando ao patamar de preços registrados no início abril deste ano, antes do período de safra da cana-de-açúcar, que vai até setembro. Contudo, o combustível ainda compensa em relação à gasolina (leia mais ao lado).
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Bauru diz que o aumento ocorreu por causa de uma compra do estoque de etanol da região por parte do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).
O Sindicom, por sua vez, afirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não possui poder de compra. Mas aponta que, se houve alguma aquisição envolvendo o nome da entidade, há a possibilidade de ela "ter ocorrido por parte de empresas associadas ao sindicato". O Sindicato das Distribuidoras diz, no entanto, que não pode responder por cada empresa.
`Regular mercado´
Diretor do Sincopetro, Edvaldo Tuschi, que também é empresário do setor, afirma que as distribuidoras repassaram o aumento de preços no início desta semana. "Tem uma [distribuidora] que hoje (ontem) ainda não tinha subido", cita. "Pelo que soube, esse sindicato (Sindicom) comprou o estoque para tentar acabar com a `bagunça´ que estavam os preços. Tinha gente vendendo etanol abaixo do preço de mercado em Bauru. Agora, acredito que eles irão regular o mercado, fazer o que, em tese, deveria ser o papel do governo", acrescenta.
Situação essa que pode passar a dificultar o trabalho das distribuidoras menores.
Segundo pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em Bauru, do período entre 17 de julho e ontem, o preço de comercialização do etanol nas distribuidoras variava entre R$ 1,77 e R$1,86.
E o consumidor?
A alta do etanol fez muita gente gastar um pouco mais de tempo em filas de estabelecimentos que ainda mantinham o combustível a R$ 1,89 ontem. É o caso do taxista Eron Faustino, de 53 anos, que depende do etanol para trabalhar e não hesitou esperar cerca de 15 minutos para conseguir encher o tanque com preço mínimo. "É brincadeira esse aumento em pleno período de safra. Eles aumentam o preço da noite para o dia e nem explicam o motivo. O jeito é correr em busca do mais barato, porque não dá para aumentar a corrida", reclama Eron.
O aumento do etanol também teria influenciado no preço da gasolina, que aumentou em média R$ 0,10 nos postos com e sem bandeira. Ontem, o valor do produto, na maioria dos estabelecimentos, conforme o JC apurou, era de R$ 3,57.
Faça a conta
Para saber se ainda compensa abastecer com etanol, basta fazer uma conta simples e rápida. O consumidor deve dividir o preço do litro do álcool pelo valor da gasolina. Se o resultado for maior que 0,7, deve optar pelo segundo combustível. Se for inferior, é melhor ficar com o álcool.
Considerando o etanol a R$ 2,29 e a gasolina a R$ 3,57, o resultado da conta é 0,64, ou seja, mesmo com o aumento, ainda compensa abastecer com o etanol.
Variação
Análise de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que indica a variação do preço do etanol, aponta que o produto chegou a ser comercializado com valores entre R$ 1,84 e R$ 2,39, no período entre o último domingo e ontem em Bauru.
Com o preço médio atual, de R$ 2,29, o etanol em Bauru passa a ser um pouco mais caro que o comercializado em Ribeirão Preto, que é a maior região canavieira do Interior. Lá, a pesquisa de variação de preços da ANP, com mesmo período que a realizada em Bauru, indica que o preço em 34 postos variava entre R$ 1,80 e R$ 2,19, um dos menores no Estado.
Marcele Tonelli
