EUA comprarão milho do Brasil
31/07/2012
Agricultura
POR: Sou Agro com informações do Mapa
A forte seca que castiga os Estados Unidos – uma das piores desde 1956 – reduzirá a safra local de milho, abrindo uma janela de oportunidades para o produto brasileiro no mercado norte-americano. A avaliação é do consultor e analista de mercado André Pessoa, da Agroconsult, que palestrou nesta segunda-feira (30), em Brasília, em seminário organizado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Segundo Pessoa, a estimativa da safra norte-americana de milho no ciclo atual caiu de 376 milhões de toneladas para 300 milhões de toneladas, podendo cair ainda mais. De acordo com o consultor, o recuo na produção provocará uma tendência de alta nas cotações, fazendo com que o mercado se torne atraente para os produtores do cereal. “Não está afastada a possibilidade de o Brasil se tornar grande exportador de milho, junto com a soja.”
Na avaliação de Pessoa, mesmo com as exportações em alta, o Brasil não terá problemas de abastecimento de milho à vista. “Nosso país vive uma situação privilegiada pela elevada estocagem que dispõe do produto”, disse. Para o consultor, os preços serão os vilões do mercado mundial e o Brasil terá de trabalhar estratégias de gestão para escoar os estoques, concentrados na maioria no Centro-Oeste, para as demais regiões do País, especialmente o Sul, a preços competitivos.
Para a soja, a situação também é promissora, assinalou Pessoa, prevendo uma produção de 66,37 milhões de toneladas na atual safra. Segundo ele, no longo prazo, os prognósticos também são bons com projeções de produção de 120 milhões de toneladas em 2021/22 para a soja e 100 milhões de toneladas para o milho.
No entanto, para chegar a esses patamares, o consultor chamou atenção para a necessidade de trabalho conjunto entre governo e iniciativa privada. “Precisaremos trabalhar muito para chegar nesses níveis. O conjunto do agro terá um grande desafio pela frente”, alertou.