A oposição dos Estados Unidos à maior aquisição de uma empresa estrangeira por uma chinesa está crescendo. Um grupo de senadores do Cinturão Agrícola americano está dizendo que a venda, por US$ 43 bilhões, da gigante de sementes e pesticidas Syngenta AGpara a China National Chemical Corp. pode representar riscos para a segurança do abastecimento de alimentos dos EUA.
O senador republicano Chuck Grassley lançou uma campanha pública contra a oferta apresentada pela ChemChina, como a empresa chinesa é conhecida, para comprar a Syngenta, dizendo que o governo precisa garantir que “nós não estamos permitindo a venda de grande parte da nossa indústria de alimentos, especialmente quando entidades controladas por governos como a ChemChina são os compradores.”
Numa entrevista ao The Wall Street Journal, Grassley disse que ele e um grupo bipartidário de senadores planejam buscar um papel formal para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na investigação do acordo já anunciada pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS), ligado ao Departamento do Tesouro. Os legisladores querem que a segurança alimentar e riscos à cadeia de suprimentos sejam analisados, além dos fatores militares e de inteligência, disse Grassley.
A Syngenta, que tem sede na Suíça, gera cerca de 25% das suas vendas na América do Norte, onde ela é uma das principais vendedoras de pesticidas e fornece cerca de 10% das sementes de soja e 6% das de milho nos EUA.
Os comentários do senador aumentam as ameaças ao acordo, que ainda é visto com ceticismo pelos investidores. O USDA já havia expressado preocupações sobre o potencial impacto do negócio ao setor agrícola do país.
A ChemChina fechou o acordo com a Syngenta em fevereiro, unindo-se a uma série de transações fechadas entre gigantes mundiais dos agronegócios no setor de pesticidas e sementes, que movimenta US$ 100 bilhões ao ano.
“Não estou dizendo que o investimento estrangeiro é intrinsicamente ruim”, disse Grassley.
“Nós precisamos considerar as implicações de longo prazo de deixar entidades estrangeiras controlarem uma fatia de mercado significativa da agricultura americana, especialmente em mercados consolidados, como é o de sementes” hoje, disse ele.
O CFIUS é composto por representantes de 16 departamentos e agências do governo americano, incluindo o Tesouro, a agência de Segurança Nacional e o Departamento de Defesa, mas não inclui o USDA. O CFIUS tem um histórico de barrar compras de ativos americanos por empresas estrangeiras que considera um risco para a segurança nacional.
Grassley disse que ele e outros senadores querem funções permanentes no CFIUS para o USDA e a FDA, a agência que regula alimentos e remédios nos EUA. Os dois órgãos são incumbidos de manifestar sua visão sobre fusões, avaliar questões como segurança alimentar e aspectos de segurança de negócios envolvendo estrangeiros, mas não de forma frequente.
Grupos de produtores e empresas agrícolas dos EUA têm reclamado também que o processo na China para avaliar e aprovar produtos agrícolas como sementes geneticamente modificadas diverge do de outras grandes economias, o que às vezes leva a longos atrasos no caso de sementes envolvendo alta tecnologia e causa interrupções no comércio.
O secretário do Departamento de Agricultura dos EUA, Thomas Vilsack, disse em fevereiro que o setor agrícola americano tem enfrentado “inconsistência” e “falta de sincronização” no que se refere à obtenção da aprovação de Pequim para que a China possa importar cultivos biotecnológicos. A China é um dos maiores mercados compradores de commodities agrícolas.
Uma porta-voz da USDA não quis fazer comentários adicionais. Uma porta-voz do Departamento do Tesouro, que responde pelo CFIUS, não quis comentar. Representantes da ChemChina e do Ministério da Agricultura chinês não responderam a pedidos de comentários.
Outros legisladores de Estados agrícolas importantes dos EUA têm suas próprias reservas.
“Sempre que os chineses compram operações americanas, é motivo de preocupação”, disse o deputado do Estado de Nebraska pelo partido Republicano, Jeff Fortenberry, em uma declaração recente ao WSJ. O deputado Adrian Smith, também do Nebraska, declarou ao WSJ que tinha “ainda muitos detalhes” a ser avaliados. “Eu planejo examinar de perto quaisquer implicações potenciais à segurança nacional.”
Um porta-voz da Syngenta não quis comentar sobre a análise do CFIUS.
O presidente do conselho da Syngenta, Michel Demaré, disse em fevereiro que a empresa não espera ter nenhum tratamento preferencial pelas autoridades agrícolas chinesas e que o negócio com a ChemChina poderia ajudar a indústria ocidental de sementes ao abrir mais o país para culturas biotecnológicas. A China atualmente permite essas sementes para as culturas de algodão, papaia, pimentão e tomate. “Estamos bem convencidos de que não há uma questão de segurança”, disse Demaré.
Os investidores ainda não consideram a fusão como algo certo.
As ações da Syngenta subiram ontem para 399,10 francos suíços e, desde o anúncio do negócio, têm sido negociadas bem abaixo do valor oferecido pela ChemChina em sua proposta de compra, equivalente a 480 francos suíços por ação.
A ChemChina e a Syngenta começaram voluntariamente a revisão do CFIUS após o anúncio do negócio. O processo formal normalmente leva 75 dias. As empresas esperam fechar o acordo até o fim deste ano.
As empresas chinesas estão cada vez mais buscando ativos no exterior, o que leva o CFIUS a investigar os acordos.
Em janeiro, a holandesa Royal Philips NV desistiu de vender 80% da sua unidade de componentes de iluminação para um investidor chinês depois que o CFIUS barrou o negócio, alegando questões de segurança nacional. As americanas Fairchild Semiconductor International e a Pericom Semiconductor Corp. recusaram propostas de compra apresentadas por firmas chinesas, receosas de um parecer negativo do CFIUS.
A oposição dos Estados Unidos à maior aquisição de uma empresa estrangeira por uma chinesa está crescendo. Um grupo de senadores do Cinturão Agrícola americano está dizendo que a venda, por US$ 43 bilhões, da gigante de sementes e pesticidas Syngenta AGpara a China National Chemical Corp. pode representar riscos para a segurança do abastecimento de alimentos dos EUA.
O senador republicano Chuck Grassley lançou uma campanha pública contra a oferta apresentada pela ChemChina, como a empresa chinesa é conhecida, para comprar a Syngenta, dizendo que o governo precisa garantir que “nós não estamos permitindo a venda de grande parte da nossa indústria de alimentos, especialmente quando entidades controladas por governos como a ChemChina são os compradores.”
Numa entrevista ao The Wall Street Journal, Grassley disse que ele e um grupo bipartidário de senadores planejam buscar um papel formal para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na investigação do acordo já anunciada pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS), ligado ao Departamento do Tesouro. Os legisladores querem que a segurança alimentar e riscos à cadeia de suprimentos sejam analisados, além dos fatores militares e de inteligência, disse Grassley.
A Syngenta, que tem sede na Suíça, gera cerca de 25% das suas vendas na América do Norte, onde ela é uma das principais vendedoras de pesticidas e fornece cerca de 10% das sementes de soja e 6% das de milho nos EUA.
Os comentários do senador aumentam as ameaças ao acordo, que ainda é visto com ceticismo pelos investidores. O USDA já havia expressado preocupações sobre o potencial impacto do negócio ao setor agrícola do país.
A ChemChina fechou o acordo com a Syngenta em fevereiro, unindo-se a uma série de transações fechadas entre gigantes mundiais dos agronegócios no setor de pesticidas e sementes, que movimenta US$ 100 bilhões ao ano.
“Não estou dizendo que o investimento estrangeiro é intrinsicamente ruim”, disse Grassley.
“Nós precisamos considerar as implicações de longo prazo de deixar entidades estrangeiras controlarem uma fatia de mercado significativa da agricultura americana, especialmente em mercados consolidados, como é o de sementes” hoje, disse ele.
O CFIUS é composto por representantes de 16 departamentos e agências do governo americano, incluindo o Tesouro, a agência de Segurança Nacional e o Departamento de Defesa, mas não inclui o USDA. O CFIUS tem um histórico de barrar compras de ativos americanos por empresas estrangeiras que considera um risco para a segurança nacional.
Grassley disse que ele e outros senadores querem funções permanentes no CFIUS para o USDA e a FDA, a agência que regula alimentos e remédios nos EUA. Os dois órgãos são incumbidos de manifestar sua visão sobre fusões, avaliar questões como segurança alimentar e aspectos de segurança de negócios envolvendo estrangeiros, mas não de forma frequente.
Grupos de produtores e empresas agrícolas dos EUA têm reclamado também que o processo na China para avaliar e aprovar produtos agrícolas como sementes geneticamente modificadas diverge do de outras grandes economias, o que às vezes leva a longos atrasos no caso de sementes envolvendo alta tecnologia e causa interrupções no comércio.
O secretário do Departamento de Agricultura dos EUA, Thomas Vilsack, disse em fevereiro que o setor agrícola americano tem enfrentado “inconsistência” e “falta de sincronização” no que se refere à obtenção da aprovação de Pequim para que a China possa importar cultivos biotecnológicos. A China é um dos maiores mercados compradores de commodities agrícolas.
Uma porta-voz da USDA não quis fazer comentários adicionais. Uma porta-voz do Departamento do Tesouro, que responde pelo CFIUS, não quis comentar. Representantes da ChemChina e do Ministério da Agricultura chinês não responderam a pedidos de comentários.
Outros legisladores de Estados agrícolas importantes dos EUA têm suas próprias reservas.
“Sempre que os chineses compram operações americanas, é motivo de preocupação”, disse o deputado do Estado de Nebraska pelo partido Republicano, Jeff Fortenberry, em uma declaração recente ao WSJ. O deputado Adrian Smith, também do Nebraska, declarou ao WSJ que tinha “ainda muitos detalhes” a ser avaliados. “Eu planejo examinar de perto quaisquer implicações potenciais à segurança nacional.”
Um porta-voz da Syngenta não quis comentar sobre a análise do CFIUS.
O presidente do conselho da Syngenta, Michel Demaré, disse em fevereiro que a empresa não espera ter nenhum tratamento preferencial pelas autoridades agrícolas chinesas e que o negócio com a ChemChina poderia ajudar a indústria ocidental de sementes ao abrir mais o país para culturas biotecnológicas. A China atualmente permite essas sementes para as culturas de algodão, papaia, pimentão e tomate. “Estamos bem convencidos de que não há uma questão de segurança”, disse Demaré.
Os investidores ainda não consideram a fusão como algo certo.
As ações da Syngenta subiram ontem para 399,10 francos suíços e, desde o anúncio do negócio, têm sido negociadas bem abaixo do valor oferecido pela ChemChina em sua proposta de compra, equivalente a 480 francos suíços por ação.
A ChemChina e a Syngenta começaram voluntariamente a revisão do CFIUS após o anúncio do negócio. O processo formal normalmente leva 75 dias. As empresas esperam fechar o acordo até o fim deste ano.
As empresas chinesas estão cada vez mais buscando ativos no exterior, o que leva o CFIUS a investigar os acordos.
Em janeiro, a holandesa Royal Philips NV desistiu de vender 80% da sua unidade de componentes de iluminação para um investidor chinês depois que o CFIUS barrou o negócio, alegando questões de segurança nacional. As americanas Fairchild Semiconductor International e a Pericom Semiconductor Corp. recusaram propostas de compra apresentadas por firmas chinesas, receosas de um parecer negativo do CFIUS.