A cana-de-açúcar começa a sair de cena numa região onde é cultivada há mais de 500 anos. Pela primeira vez, uma usina da Zona da Mata de Pernambuco inicia um processo para substituir uma parte do seu canavial em larga escala. O plantio de eucalipto começou no mês passado. Serão plantados 2 mil hectares por ano, e, se tudo sair como o planejado, alcançará um total de 18 mil hectares em 2021. À frente desta iniciativa, está o empresário Jorge Petribú que vem de uma família que vive da cana-de-açúcar há nove gerações. “É a maior e mais radical mudança de todas: a substituição definitiva da cultura canavieira nas encostas. Foi uma decisão econômica e difícil, mas há uma concorrência desleal com a cana plantada nessa área (de encosta), conta o diretor da Usina Petribú, Jorge Petribú. A empresa funciona há 106 anos e surgiu a partir um engenho banguê fundado há 286 anos.
O canavial cultivado nas encostas (área de declive) tem o custo mais alto do que o das áreas planas. Para fazer a colheita das áreas de declive, são necessárias quatro vezes mais horas de trabalho de homens e oito vezes mais horas de máquinas, segundo um levantamento feito pela Petribú. “Isso causa uma enorme diferença em relação às usinas do Sudeste e Centro-Oeste em custo operacional que é muito mais alto”, conta Jorge.
O custo mais alto do plantio nas encostas mais “a política econômica dos preços dos combustíveis dos últimos anos que contribuíram para o viés de baixa mundial no valor do álcool e do açúcar” contribuíram para mostrar a inviabilidade das áreas de declive, de acordo com o empresário. Dos 18 mil hectares a serem plantados com o eucalipto, 8 mil hectares ficarão em terreno próprio, 4 mil hectares serão arrendados e mais 6 mil hectares a serem cultivados pelos fornecedores de cana-de-açúcar. Um hectare ocupa uma área do tamanho de um campo de futebol.
Ao ser questionado sobre a condição dos fornecedores entrarem num cultivo de uma planta de ciclo mais longo, Petribú argumenta que já há algumas linhas de financiamento de longo prazo que podem ser usadas pelos fornecedores. As áreas da usina que continuarem com a cana-de-açúcar serão irrigadas para aumentar a produtividade. “A cana vai crescer mais verticalmente para compensar a perda gradativa do canavial”, afirma. A Petribú é uma das usinas mais inovadoras e organizadas do Estado.
O eucalipto plantado será usado pela termelétrica da própria usina, que tem a capacidade de gerar 69 megawatts (MW). Com o eucalipto, a térmica poderá produzir energia o ano inteiro. Atualmente, ela funciona com o bagaço somente nos meses em que ocorre a moagem da cana-de-açúcar, geralmente de agosto a março. Hoje, a energia elétrica representa 30% do negócio do grupo. A expectativa é de que alcance 50% do faturamento em 2021.
“A intenção é criar um novo cluster, usando o bagaço e madeiras plantadas para gerar bioeletricidade. O eucalipto está dentro de um conceito de floresta energética, propiciando uma geração distribuída, mais próxima aos grandes centros e que tem menos custos com a transmissão”, diz o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha.
A Zona da Mata de Pernambuco tem 40% a 60% da sua área com declives, o que dificulta a colheita mecanizada. A região também tem muitas áreas abandonadas de usinas que fecharam. “Já começou uma redução da área plantada da cana no Estado, o que provocou um empobrecimento da região. Acreditamos que a substituição pelo eucalipto é uma boa solução e vai contribuir para a diversificação da nossa matriz energética”, conclui o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões. A inspiração para implantar eucalipto na Petribú veio de uma experiência do Grupo Carlos Lyra, em Alagoas.
A cana-de-açúcar começa a sair de cena numa região onde é cultivada há mais de 500 anos. Pela primeira vez, uma usina da Zona da Mata de Pernambuco inicia um processo para substituir uma parte do seu canavial em larga escala. O plantio de eucalipto começou no mês passado. Serão plantados 2 mil hectares por ano, e, se tudo sair como o planejado, alcançará um total de 18 mil hectares em 2021. À frente desta iniciativa, está o empresário Jorge Petribú que vem de uma família que vive da cana-de-açúcar há nove gerações. “É a maior e mais radical mudança de todas: a substituição definitiva da cultura canavieira nas encostas. Foi uma decisão econômica e difícil, mas há uma concorrência desleal com a cana plantada nessa área (de encosta), conta o diretor da Usina Petribú, Jorge Petribú. A empresa funciona há 106 anos e surgiu a partir um engenho banguê fundado há 286 anos.
O canavial cultivado nas encostas (área de declive) tem o custo mais alto do que o das áreas planas. Para fazer a colheita das áreas de declive, são necessárias quatro vezes mais horas de trabalho de homens e oito vezes mais horas de máquinas, segundo um levantamento feito pela Petribú. “Isso causa uma enorme diferença em relação às usinas do Sudeste e Centro-Oeste em custo operacional que é muito mais alto”, conta Jorge.
O custo mais alto do plantio nas encostas mais “a política econômica dos preços dos combustíveis dos últimos anos que contribuíram para o viés de baixa mundial no valor do álcool e do açúcar” contribuíram para mostrar a inviabilidade das áreas de declive, de acordo com o empresário. Dos 18 mil hectares a serem plantados com o eucalipto, 8 mil hectares ficarão em terreno próprio, 4 mil hectares serão arrendados e mais 6 mil hectares a serem cultivados pelos fornecedores de cana-de-açúcar. Um hectare ocupa uma área do tamanho de um campo de futebol.
Ao ser questionado sobre a condição dos fornecedores entrarem num cultivo de uma planta de ciclo mais longo, Petribú argumenta que já há algumas linhas de financiamento de longo prazo que podem ser usadas pelos fornecedores. As áreas da usina que continuarem com a cana-de-açúcar serão irrigadas para aumentar a produtividade. “A cana vai crescer mais verticalmente para compensar a perda gradativa do canavial”, afirma. A Petribú é uma das usinas mais inovadoras e organizadas do Estado.
O eucalipto plantado será usado pela termelétrica da própria usina, que tem a capacidade de gerar 69 megawatts (MW). Com o eucalipto, a térmica poderá produzir energia o ano inteiro. Atualmente, ela funciona com o bagaço somente nos meses em que ocorre a moagem da cana-de-açúcar, geralmente de agosto a março. Hoje, a energia elétrica representa 30% do negócio do grupo. A expectativa é de que alcance 50% do faturamento em 2021.
“A intenção é criar um novo cluster, usando o bagaço e madeiras plantadas para gerar bioeletricidade. O eucalipto está dentro de um conceito de floresta energética, propiciando uma geração distribuída, mais próxima aos grandes centros e que tem menos custos com a transmissão”, diz o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha.
A Zona da Mata de Pernambuco tem 40% a 60% da sua área com declives, o que dificulta a colheita mecanizada. A região também tem muitas áreas abandonadas de usinas que fecharam. “Já começou uma redução da área plantada da cana no Estado, o que provocou um empobrecimento da região. Acreditamos que a substituição pelo eucalipto é uma boa solução e vai contribuir para a diversificação da nossa matriz energética”, conclui o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões. A inspiração para implantar eucalipto na Petribú veio de uma experiência do Grupo Carlos Lyra, em Alagoas.