Farina destaca safra recorde, perdas para produtores e benefícios para a Petrobrás em Conferência Internacional

28/10/2013 Cana-de-Açúcar POR: UNICA
As chuvas prejudicaram a colheita de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil durante o mês de outubro, mas não o suficiente para alterar a expectativa de uma moagem recorde na safra 2013/2014, que poderá atingir 587 milhões de toneladas. A informação foi transmitida pela presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, durante a tradicional palestra que a entidade realiza na abertura da 'Sugar Week' em São Paulo. A apresentação aconteceu no Grand Hyatt Hotel, ao final do primeiro dia da 13ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, no dia 21 de outubro.
 
“Mesmo com a queda no ritmo da produção na primeira quinzena de outubro, causada pelas chuvas que prejudicaram o trabalho no campo, o volume final da moagem de cana deverá superar em mais de 10% o registrado na safra passada,” frisou Farina, destacando o papel fundamental que o etanol vem desempenhando este ano no mercado doméstico de combustíveis.
 
“O aumento da moagem na atual safra foi direcionado à produção de etanol, o que resultou em uma contribuição significativa para o abastecimento. O aumento nas vendas de etanol hidratado, combinado com o crescimento na demanda por etanol anidro devido à volta da mistura de 25% na gasolina a partir de maio, favoreceu fortemente a balança comercial do País e permitiu uma economia fundamental para as contas da Petrobras, que passou a ter uma demanda menor por gasolina pura. Com isso, diminuiu a necessidade de importar gasolina com prejuízo,” enfatizou.
 
Apesar de todos esses benefícios, Farina ponderou que a expansão da oferta de etanol não está gerando resultados positivos para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, pois tanto produtores quanto fornecedores de cana continuam registrando fortes perdas econômicas.
 
“Essa contribuição para o mercado, que está produzindo benefícios importantes também para a Petrobras, não é economicamente sustentável pois as perdas do mercado de gasolina acabaram sendo transferidas para o setor sucroenergético. E o nosso setor depende de investimentos em ampliação da capacidade de produção, agrícola e industrial, que seguem sendo feitos às custas de um endividamento crescente e prejudicial para as empresas. O fato é que a margem obtida com as vendas de etanol na atual safra continuam desfavoráveis para os produtores," finalizou Farina.