Fundos turbinam as cotações da soja

02/05/2016 Agricultura POR: Valor Econômico
O tsunami de compras especulativas que turbinou o mercado de soja em abril levou a cotação média dos contratos de segunda posição do grão a encerrar o mês com forte alta em relação a março na bolsa de Chicago. Segundo cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais de contratos de segunda posição de entrega das oito principais commodities agrícolas negociadas em Chicago e em Nova York, a valorização foi de 7,68%, a maior da lista. Ao longo de abril, a alta foi de 12,2%.
E os sinais disponíveis no mercado indicam que novos ganhos virão. Dados divulgados na sexta­feira pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostram que, na semana móvel encerrada no dia 26, a posição líquida dos gestores de recursos ("managed money") nos contratos de soja em Chicago era ainda mais comprada do que na semana anterior. O saldo comprado atingiu 160.125 posições, com um crescimento de 18%.
Alguns analistas justificam esse agressivo movimento dos fundos com as tempestades que prejudicam a produção na Argentina. Há especulações de que as inundações causadas pelas chuvas teriam comprometido 7 milhões de hectares plantados, ou que a produção poderia ser 10 milhões de toneladas menor do que o estimado inicialmente.
Levantamentos de campo realizados até o momento, entretanto, dão conta de perdas menores. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires prevê que a colheita argentina nesta temporada 2015/16 ficará em 56 milhões de toneladas ­ 4 milhões de toneladas a menos que o projetado inicialmente.
O banco Pine promoveu um tour nas principais áreas produtoras e chegou à conclusão de que as perdas no país por causa das intempéries ficarão em cerca de 5 milhões de toneladas ante o volume que estimava inicialmente e que a produção alcançará 55,1 milhões de toneladas. "Devido aos alagamentos, deverá ser a maior área perdida dos últimos anos", escreveu Lucas Brunetti, analista da área de pesquisa do Pine. Segundo ele, na área colhida a produtividade média deverá ser 3% menor que em 2014/15.
Apesar da expressiva alta observada em abril, que levou a cotação média dos futuros de segunda posição da soja ao maior patamar desde julho de 2015, o degrau alcançado é o mesmo de abril do ano passado. Para especialistas, é mais uma mostra de acomodação dos preços em torno de um eixo mais baixo, adequado às atuais condições de demanda e oferta do mercado mundial.
No mercado do milho, cuja cotação média em Chicago fechou abril com alta de 2,5% em relação a março, as apostas dos fundos também sinalizam que há espaço para mais ganhos. Na semana até o dia 26, a posição líquida dos gestores, que estava negativa na semana anterior, foi positiva em 79.781 contratos.
Os analistas ressaltam que têm contribuído para esse movimento as perspectivas de problemas na colheita do milho safrinha no Brasil. Se o país não tiver oferta suficiente para atender a demanda nos próximos meses, avaliasse que os importadores podem recorrer aos estoques americanos. Mas, como também acontece na soja, fatores ligados ao mercado financeiro, como o câmbio, influenciam no direcionamento das apostas.
No caso do trigo, os fundos especulativos continuaram com saldos líquidos vendidos nos contratos de trigo duro e brando, mas houve uma redução sensível em apenas sete dias. Até o dia 26, o saldo vendido no trigo duro despencou para apenas 639 posições, o equivalente a uma redução semanal de 95%. Já o saldo vendido no trigo brando diminuiu 31% na comparação semanal, para 60.805 posições.
 
O tsunami de compras especulativas que turbinou o mercado de soja em abril levou a cotação média dos contratos de segunda posição do grão a encerrar o mês com forte alta em relação a março na bolsa de Chicago. Segundo cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais de contratos de segunda posição de entrega das oito principais commodities agrícolas negociadas em Chicago e em Nova York, a valorização foi de 7,68%, a maior da lista. Ao longo de abril, a alta foi de 12,2%.
E os sinais disponíveis no mercado indicam que novos ganhos virão. Dados divulgados na sexta­feira pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostram que, na semana móvel encerrada no dia 26, a posição líquida dos gestores de recursos ("managed money") nos contratos de soja em Chicago era ainda mais comprada do que na semana anterior. O saldo comprado atingiu 160.125 posições, com um crescimento de 18%.
Alguns analistas justificam esse agressivo movimento dos fundos com as tempestades que prejudicam a produção na Argentina. Há especulações de que as inundações causadas pelas chuvas teriam comprometido 7 milhões de hectares plantados, ou que a produção poderia ser 10 milhões de toneladas menor do que o estimado inicialmente.
Levantamentos de campo realizados até o momento, entretanto, dão conta de perdas menores. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires prevê que a colheita argentina nesta temporada 2015/16 ficará em 56 milhões de toneladas ­ 4 milhões de toneladas a menos que o projetado inicialmente.
O banco Pine promoveu um tour nas principais áreas produtoras e chegou à conclusão de que as perdas no país por causa das intempéries ficarão em cerca de 5 milhões de toneladas ante o volume que estimava inicialmente e que a produção alcançará 55,1 milhões de toneladas. "Devido aos alagamentos, deverá ser a maior área perdida dos últimos anos", escreveu Lucas Brunetti, analista da área de pesquisa do Pine. Segundo ele, na área colhida a produtividade média deverá ser 3% menor que em 2014/15.
Apesar da expressiva alta observada em abril, que levou a cotação média dos futuros de segunda posição da soja ao maior patamar desde julho de 2015, o degrau alcançado é o mesmo de abril do ano passado. Para especialistas, é mais uma mostra de acomodação dos preços em torno de um eixo mais baixo, adequado às atuais condições de demanda e oferta do mercado mundial.
No mercado do milho, cuja cotação média em Chicago fechou abril com alta de 2,5% em relação a março, as apostas dos fundos também sinalizam que há espaço para mais ganhos. Na semana até o dia 26, a posição líquida dos gestores, que estava negativa na semana anterior, foi positiva em 79.781 contratos.
Os analistas ressaltam que têm contribuído para esse movimento as perspectivas de problemas na colheita do milho safrinha no Brasil. Se o país não tiver oferta suficiente para atender a demanda nos próximos meses, avaliasse que os importadores podem recorrer aos estoques americanos. Mas, como também acontece na soja, fatores ligados ao mercado financeiro, como o câmbio, influenciam no direcionamento das apostas.
No caso do trigo, os fundos especulativos continuaram com saldos líquidos vendidos nos contratos de trigo duro e brando, mas houve uma redução sensível em apenas sete dias. Até o dia 26, o saldo vendido no trigo duro despencou para apenas 639 posições, o equivalente a uma redução semanal de 95%. Já o saldo vendido no trigo brando diminuiu 31% na comparação semanal, para 60.805 posições.