Fundos voltam a impulsionar preços da soja

03/05/2016 Agricultura POR: Valor Econômico
O interesse especulativo de fundos de investimento voltou a marcar presença no mercado futuro da soja ontem. Os papéis da oleaginosa com entrega em julho subiram 14 centavos na bolsa de Chicago, a US$ 10,4375 por bushel, o maior valor desde 30 de junho de 2015.
Analistas têm observado nas últimas semanas um forte crescimento do apetite dos fundos chineses, que estão deixando em segundo plano sua atuação nos mercados de bonds e de ações para focarem em commodities agrícolas e não agrícolas. Entre as agrícolas, a soja é um dos destinos preferidos dos especuladores chineses, o que tem servido de impulso às cotações da oleaginosa.
Os produtores brasileiros permanecem aproveitando os preços atraentes para vender soja ao exterior. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) informou ontem que o Brasil exportou 10,08 milhões de toneladas da oleaginosa em abril, um recorde mensal.
Fonte: Valor Econômico
Plano Safra 2016/17 corre risco de ser anunciado e, depois, mudado
Agricultura
03.05.2016
Em mais um exemplo de medidas editadas pelo atual governo que podem sofrer alterações e causar constrangimento para uma eventual gestão de
Michel Temer, o Plano Safra 2016/17, que deve ser lançado na próxima quarta­feira, corre o risco de não ser regulamentado a tempo pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e de ser modificado pelo próximo governo.
Assim, pode­se ter um plano apenas no papel com grandes chances de não ser cumprido por uma possível nova composição do CMN em um governo do peemedebista, segundo técnicos do governo.
A questão que mais preocupa o agronegócio e a equipe econômica do governo Dilma é que até hoje ainda não há nenhum indicativo de reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que normalmente acontece antes do anúncio do plano e geralmente divulga suas decisões no dia em que este é lançado. Todas as principais regras do plano — volume de recursos para o crédito rural subsidiado, taxas de juros e limites de financiamento por linhas — precisam obrigatoriamente ser referendadas por decisão do CMN.
Teoricamente, o conselho teria até amanhã para se reunir. Contudo, como, pelo menos por enquanto, não há sinalização de que os ministros vão se encontrar, o governo Dilma está criando uma situação em que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, vai apresentar vários detalhes do Plano Safra, que podem ser ignorados na próxima reunião do CMN, agendada apenas para a última semana de maio.
Uma fonte do governo que acompanha as discussões diz que o Ministério da Agricultura tem tido “mais dificuldades políticas” de garantir o Plano Safra do que o Desenvolvimento Agrário, com o seu Plano Safra da Agricultura Familiar, que será lançado amanhã.
O governo, inclusive, já avalia adiar o lançamento do Plano Safra voltado à agricultura empresarial, depois que setores do agronegócio disseram que irão boicotar a cerimônia de anúncio no Palácio do Planalto. Além disso, ainda pairam incertezas sobre a capacidade de o Tesouro Nacional garantir recursos para equalização de taxas de juros do plano, o que seria argumento suficiente para que uma eventual equipe econômica sob a gestão Temer propusesse novos números, com valores mais modestos para o montante de crédito, por exemplo.
A própria presidente Dilma, em discurso do Dia do Trabalho, ontem, em São Paulo, anunciou apenas o Plano Safra direcionado aos agricultores familiares. O que despertou incertezas entre técnicos do governo quanto à existência do plano.
Para o ex­diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e hoje consultor, Ademiro Vian, fica claro que, na ânsia de “limpar as gavetas” antes de sair, o governo está desrespeitando os produtores rurais ao nem sequer discutir o plano com entidades do setor.
“Olha a situação em que estamos: a ministra vai divulgar um Plano Safra com a presidente Dilma em que as medidas dependem do CMN, que ainda não se encontrou”, disse Vian. “Se deixar para a próxima reunião, então a possibilidade de isso não ser referendado pelo próximo governo é grande”, acrescentou.
O interesse especulativo de fundos de investimento voltou a marcar presença no mercado futuro da soja ontem. Os papéis da oleaginosa com entrega em julho subiram 14 centavos na bolsa de Chicago, a US$ 10,4375 por bushel, o maior valor desde 30 de junho de 2015.
Analistas têm observado nas últimas semanas um forte crescimento do apetite dos fundos chineses, que estão deixando em segundo plano sua atuação nos mercados de bonds e de ações para focarem em commodities agrícolas e não agrícolas. Entre as agrícolas, a soja é um dos destinos preferidos dos especuladores chineses, o que tem servido de impulso às cotações da oleaginosa.
Os produtores brasileiros permanecem aproveitando os preços atraentes para vender soja ao exterior. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) informou ontem que o Brasil exportou 10,08 milhões de toneladas da oleaginosa em abril, um recorde mensal.