GAF Talks expõe as tendências da agricultura do futuro

18/05/2017 Agricultura POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – edição 130
“A tecnologia é indiscutivelmente a razão central dos avanços do agronegócio brasileiro”, assegurou Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, durante o GAF Talks, projeto do GAF (Global Agribusiness Forum) idealizado em série de encontros internacionais, que pretende discutir as principais tendências da agropecuária, lançado pela DATAGRO, no dia 29 de março, em São Paulo.
“Dos anos 90 até agora, a área plantada com grãos no Brasil cresceu 58% e a produção 285%, cinco vezes mais a produção do que a área plantada, o que é um número espetacular, mas o mais importante, é que nós preservamos 86 milhões de hectares devido aos sucessivos ganhos de produtividade”, afirmou Rodrigues, que também é embaixador especial da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para o cooperativismo mundial.
Ao participar do painel “Sustentabilidade e competitividade na agricultura”, o ex-ministro reforçou ainda que o desenvolvimento do agro se deve à pesquisa, abertura de mercados e a profissionais capacitados, que contribuíram para o salto na agricultura nos últimos 40 anos, porém, ponderou que é necessária uma estratégia para enfrentar a revolução tecnológica que acontecerá nas próximas décadas.  
Opinião compartilhada com o presidente da EMBRAPA, Maurício Antonio Lopes, que moderou o painel.  “O Brasil precisa se firmar na agenda da sustentabilidade, lançando um olhar cuidadoso para agregação de valor, diversificação e especialização da sua produção”, disse.  Ainda neste contexto, Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura, presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) confirmou a grande transformação ocorrida no setor desde a década de 70, com a conquista de grandes avanços, principalmente, no que se refere à agricultura tropical, mas ainda enfrenta gargalos logísticos, o que tem prejudicado seu crescimento contínuo. “A tecnologia é fundamental para aumentar a produtividade, mas estamos perdendo a capacidade competitiva devido aos problemas de infraestrutura”, refletiu.
O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, ressaltou que a tecnologia é de importância estratégica para conseguir produzir 70% mais alimentos até 2050, demandados devido ao aumento da população. “Grande parte desse avanço virá pelos ganhos da produtividade na agricultura e o Big Data é essencial neste sentido e está sendo implementado aos poucos no setor”, afirmou.  
Banalização da informação
"Nunca pensei que a banalização e a generalização da informação nos levassem
a momentos como este", afirmou o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, se referindo a Operação Carne Fraca, ao explanar no mesmo painel dos outros ex-ministros. "Nosso sistema foi questionado pelo mundo, após a Carne Fraca, destruindo a reputação conquistada nos últimos anos e a desconfiança gerada exigirá um trabalho de reaproximação dos destinos”, lamentou, mostrando dados que destacavam a importância da indústria brasileira de proteínas.
Turra ressaltou ainda que o Brasil é o único país que nunca teve gripe aviária, devido à seguridade exigida, muito superior aos americanos. “Em 40 anos, o Brasil exportou 60 milhões de toneladas, foram US$ 94 bilhões em receita; exportou 2,4 milhões de contêineres para 203 países e desde 2004, é o maior exportador mundial de carne de frango, sendo o terceiro maior produtor”, elucidou.
Manifesto de apoio a Maggi
O presidente do Conselho do Global Agribusiness Forum, Cesário Ramalho da
Silva, deu as boas-vindas aos participantes destacando a importância da agricultura para o país e leu um manifesto de apoio ao ministro da Agricultura e Abastecimento, Blairo Maggi, que não pôde participar do evento devido a compromissos relacionados à recuperação da exportação da carne, prejudicada pela Operação Carne Fraca. “O ministro Maggi e equipe agiram com velocidade e transparência e estopo técnico para resolução do caso, mais do que apenas defender a verdade para o setor das carnes, o ministro Maggi atuou para assegurar a saúde do consumidor e reiterar junto à comunidade internacional a excelência, sanidade e qualidade do produto brasileiro”, dizia um trecho da carta.
Cana energia
“A Nova Fronteira da Energia da Biomassa” foi tema da palestra de Luís Claudio
Rubio, diretor presidente da Vignis S/A, empresa de melhoramento genético de cana-de-açúcar, que disponibiliza a cana-energia no mercado. A variedade tem como característica a alta produtividade, chegando a 180 toneladas por hectares em canaviais de São Paulo, além de gerar maior teor de fibras, em média 12 vezes mais bagaço por hectares. “Por isso, foi preciso desenvolver sistemas de colheita, com equipamentos adaptados para a operação agrícola e, devido a ter mais tecnologia, gasta somente 0,6 litros de diesel por tonelada colhida, enquanto uma colhedora disponível hoje no mercado gasta 1,1 litros”, elucidou o executivo.
Criada em 2010, a empresa tem, atualmente, projetos em execução com a Odebrecht, Zilor, Caramuru, Citrosuco e Raízen. “Em agosto de 2015 foi inaugurada a primeira unidade de produção da Vignis em São Simão – GO para atender à demanda de combustíveis para geração de energia da Caramuru Alimentos e produzir aproximadamente 20 milhões de litros de etanol por ano.
Doze meses depois inauguramos a unidade para atender à fábrica da Caramuru
Alimentos, em Itumbiara – GO. Na safra atual, entram em operação os projetos com a Citrosuco, Odebrecht e a Raízen”, disse ele, contanto que serão colhidas quatro milhões de toneladas de cana-energia com a implantação total desses projetos, prevista ainda para esta safra. “Mas isso é só o começo, somos um país tropical, essa é uma planta tropical e pode gerar energia limpa, de fonte renovável e criar um “zilhão” de empregos neste setor”, afirmou o executivo, lembrando que, no momento, se fala de cana-energia para produzir energia e etanol, mas no futuro pode também ser direcionada para a produção de açúcar.
Futuro da Agricultura
As tendências no setor AgTech no Brasil e no mundo foram destacadas, na ocasião, por representantes da IBM, Microsoft e SAP durante as palestras “Inteligência artificial aplicada à agricultura”, “Cooperação como base do sucesso” e “Transformação digital e gestão do agronegócio”. A plataforma de inteligência artificial que a IBM vem desenvolvendo foi o assunto do diretor de pesquisa da multinacional, Ulisses Mello. “Estamos incubando uma plataforma para agronegócio que vai permitir ter dados de várias fontes confiáveis e disponibilizar recomendações sobre vários assuntos da cadeia produtiva”, explicou. 
O COO da Microsoft Participações, Franklin Luzes Júnior, afirmou que devido às empresas terem capacidade limitada de atuação, muitas vezes, não têm acesso às tecnologias desenvolvidas, devido a isso, a empresa resolveu criar um fundo de investimento de capital dedicado ao agronegócio, em parceria com a Monsanto, para disseminar o conhecimento por meio de empresas inovadoras, as Startups. Na ocasião, o profissional destacou que agricultura de precisão, análise de dados, sensores, softwares de gestão, dados de animais, área de robótica e drones, irrigação inteligente, são as principais áreas que querem investir e apoiar o desenvolvimento de Startups inovadoras.
Já Luís Cesar Verdi, vice-presidente sênior da SAP, afirmou que 90% dos CEOS acreditam que a economia digital vai impactar seu setor, mas menos de 25% têm uma estratégia digital. “É preciso repensar os processos de negócios, as relações entre empresas, empresas com seus clientes, com seus fornecedores e parceiros de negócio, com funcionários, pois as fronteiras entre setores de negócio estão diminuindo”, disse. Na ocasião, deu como exemplo uma experiência desenvolvida por eles, nos EUA, com a John Deere, que resolveu experimentar uma relação diferente com seus clientes, focada em não mais vender o ativo, mas sim o serviço com o intuito de melhorar o processo produtivo.
Hugh Grant, CEO da Monsanto, apresentou a palestra “Futuro da agricultura” e mesmo afirmando ser um otimista neste sentido, ressaltou que é preciso acelerar o ritmo de inovações no setor, que não acompanhou as mudanças ocorridas no mundo, e ainda demanda por muitos produtos e serviços. Segundo ele, a ciência de dados terá cada vez mais importância na tomada de decisões dos produtores e vai mudar ainda mais a agricultura nos próximos 20 anos. “Para que isso ocorra, é preciso a colaboração de universidades e institutos, como no caso brilhante da Embrapa. São esforços colaborativos que terão que aumentar no futuro para acelerar a inovação”, disse.
Paralelo às apresentações, o presidente da Monsanto para América Latina, Rodrigo Santos, disse, em coletiva de imprensa, que já está em teste uma terceira geração de soja, aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), para suceder a “Intacta”. Segundo ele, a nova variedade, ainda sem nome comercial, amplia o controle de lagartas por abranger as lagartas Spodoptera, e tem dois modos de ação para herbicidas, além de alto potencial produtivo. 
Comunicação direcionada 
O diretor de marketing da TV Globo, Roberto Schmidt, encerrou as palestras falando sobre ações para melhorar a percepção do consumidor sobre o agronegócio e a importância de se criar uma marca junto à sociedade. Schmidt citou a campanha “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil”, que vem sendo veiculada pela emissora, mostrando que o agronegócio movimenta diversos setores. “Essa comunicação, de contar para o brasileiro de onde vem o produto que ele recebe, qual a importância disso para a nossa economia, o impacto na quantidade de trabalhadores, é colocá-lo no lugar desse trabalhador; dele saber que ali no campo tem alguém produzindo, saber que essa indústria produz riqueza para o nosso país, esse é o grande conceito do nosso projeto, fazer com que o consumidor sinta orgulho do agronegócio”, explicou.  
Resultado satisfatório
 
"É tendência mundial. A tecnologia aplicada em todas as áreas: saúde, informática, etc e a agricultura não tem como ficar de fora. E isso foi destacado aqui, mostrando a oportunidade de trazer o futuro para aqui e agora. É impressionante", afirmou Almir Torcato, gestor corporativo da Canaoeste, que participou do evento.
De acordo com o diretor da DATAGRO, Guilherme Nastari, o GAF Talks superou as expectativas. “Foi muito melhor do que o esperado, pois a gente imaginava que um público de 350 pessoas e passaram por aqui umas 800 pessoas, isto certamente consolida o GAF como uma plataforma independente de discussões do agro”, concluiu.
“A tecnologia é indiscutivelmente a razão central dos avanços do agronegócio brasileiro”, assegurou Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, durante o GAF Talks, projeto do GAF (Global Agribusiness Forum) idealizado em série de encontros internacionais, que pretende discutir as principais tendências da agropecuária, lançado pela DATAGRO, no dia 29 de março, em São Paulo.
“Dos anos 90 até agora, a área plantada com grãos no Brasil cresceu 58% e a produção 285%, cinco vezes mais a produção do que a área plantada, o que é um número espetacular, mas o mais importante, é que nós preservamos 86 milhões de hectares devido aos sucessivos ganhos de produtividade”, afirmou Rodrigues, que também é embaixador especial da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para o cooperativismo mundial.

Ao participar do painel “Sustentabilidade e competitividade na agricultura”, o ex-ministro reforçou ainda que o desenvolvimento do agro se deve à pesquisa, abertura de mercados e a profissionais capacitados, que contribuíram para o salto na agricultura nos últimos 40 anos, porém, ponderou que é necessária uma estratégia para enfrentar a revolução tecnológica que acontecerá nas próximas décadas.  

Opinião compartilhada com o presidente da EMBRAPA, Maurício Antonio Lopes, que moderou o painel.  “O Brasil precisa se firmar na agenda da sustentabilidade, lançando um olhar cuidadoso para agregação de valor, diversificação e especialização da sua produção”, disse.  Ainda neste contexto, Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura, presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho) confirmou a grande transformação ocorrida no setor desde a década de 70, com a conquista de grandes avanços, principalmente, no que se refere à agricultura tropical, mas ainda enfrenta gargalos logísticos, o que tem prejudicado seu crescimento contínuo. “A tecnologia é fundamental para aumentar a produtividade, mas estamos perdendo a capacidade competitiva devido aos problemas de infraestrutura”, refletiu.
O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, ressaltou que a tecnologia é de importância estratégica para conseguir produzir 70% mais alimentos até 2050, demandados devido ao aumento da população. “Grande parte desse avanço virá pelos ganhos da produtividade na agricultura e o Big Data é essencial neste sentido e está sendo implementado aos poucos no setor”, afirmou.  


Banalização da informação

"Nunca pensei que a banalização e a generalização da informação nos levassem
a momentos como este", afirmou o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, se referindo a Operação Carne Fraca, ao explanar no mesmo painel dos outros ex-ministros. "Nosso sistema foi questionado pelo mundo, após a Carne Fraca, destruindo a reputação conquistada nos últimos anos e a desconfiança gerada exigirá um trabalho de reaproximação dos destinos”, lamentou, mostrando dados que destacavam a importância da indústria brasileira de proteínas.
Turra ressaltou ainda que o Brasil é o único país que nunca teve gripe aviária, devido à seguridade exigida, muito superior aos americanos. “Em 40 anos, o Brasil exportou 60 milhões de toneladas, foram US$ 94 bilhões em receita; exportou 2,4 milhões de contêineres para 203 países e desde 2004, é o maior exportador mundial de carne de frango, sendo o terceiro maior produtor”, elucidou.

Manifesto de apoio a Maggi
O presidente do Conselho do Global Agribusiness Forum, Cesário Ramalho da
Silva, deu as boas-vindas aos participantes destacando a importância da agricultura para o país e leu um manifesto de apoio ao ministro da Agricultura e Abastecimento, Blairo Maggi, que não pôde participar do evento devido a compromissos relacionados à recuperação da exportação da carne, prejudicada pela Operação Carne Fraca. “O ministro Maggi e equipe agiram com velocidade e transparência e estopo técnico para resolução do caso, mais do que apenas defender a verdade para o setor das carnes, o ministro Maggi atuou para assegurar a saúde do consumidor e reiterar junto à comunidade internacional a excelência, sanidade e qualidade do produto brasileiro”, dizia um trecho da carta.


Cana energia

“A Nova Fronteira da Energia da Biomassa” foi tema da palestra de Luís Claudio Rubio, diretor presidente da Vignis S/A, empresa de melhoramento genético de cana-de-açúcar, que disponibiliza a cana-energia no mercado. A variedade tem como característica a alta produtividade, chegando a 180 toneladas por hectares em canaviais de São Paulo, além de gerar maior teor de fibras, em média 12 vezes mais bagaço por hectares. “Por isso, foi preciso desenvolver sistemas de colheita, com equipamentos adaptados para a operação agrícola e, devido a ter mais tecnologia, gasta somente 0,6 litros de diesel por tonelada colhida, enquanto uma colhedora disponível hoje no mercado gasta 1,1 litros”, elucidou o executivo.

Criada em 2010, a empresa tem, atualmente, projetos em execução com a Odebrecht, Zilor, Caramuru, Citrosuco e Raízen. “Em agosto de 2015 foi inaugurada a primeira unidade de produção da Vignis em São Simão – GO para atender à demanda de combustíveis para geração de energia da Caramuru Alimentos e produzir aproximadamente 20 milhões de litros de etanol por ano.
Doze meses depois inauguramos a unidade para atender à fábrica da Caramuru
Alimentos, em Itumbiara – GO. Na safra atual, entram em operação os projetos com a Citrosuco, Odebrecht e a Raízen”, disse ele, contanto que serão colhidas quatro milhões de toneladas de cana-energia com a implantação total desses projetos, prevista ainda para esta safra. “Mas isso é só o começo, somos um país tropical, essa é uma planta tropical e pode gerar energia limpa, de fonte renovável e criar um “zilhão” de empregos neste setor”, afirmou o executivo, lembrando que, no momento, se fala de cana-energia para produzir energia e etanol, mas no futuro pode também ser direcionada para a produção de açúcar.
Futuro da Agricultura

As tendências no setor AgTech no Brasil e no mundo foram destacadas, na ocasião, por representantes da IBM, Microsoft e SAP durante as palestras “Inteligência artificial aplicada à agricultura”, “Cooperação como base do sucesso” e “Transformação digital e gestão do agronegócio”. A plataforma de inteligência artificial que a IBM vem desenvolvendo foi o assunto do diretor de pesquisa da multinacional, Ulisses Mello. “Estamos incubando uma plataforma para agronegócio que vai permitir ter dados de várias fontes confiáveis e disponibilizar recomendações sobre vários assuntos da cadeia produtiva”, explicou. 
O COO da Microsoft Participações, Franklin Luzes Júnior, afirmou que devido às empresas terem capacidade limitada de atuação, muitas vezes, não têm acesso às tecnologias desenvolvidas, devido a isso, a empresa resolveu criar um fundo de investimento de capital dedicado ao agronegócio, em parceria com a Monsanto, para disseminar o conhecimento por meio de empresas inovadoras, as Startups. Na ocasião, o profissional destacou que agricultura de precisão, análise de dados, sensores, softwares de gestão, dados de animais, área de robótica e drones, irrigação inteligente, são as principais áreas que querem investir e apoiar o desenvolvimento de Startups inovadoras.
Já Luís Cesar Verdi, vice-presidente sênior da SAP, afirmou que 90% dos CEOS acreditam que a economia digital vai impactar seu setor, mas menos de 25% têm uma estratégia digital. “É preciso repensar os processos de negócios, as relações entre empresas, empresas com seus clientes, com seus fornecedores e parceiros de negócio, com funcionários, pois as fronteiras entre setores de negócio estão diminuindo”, disse. Na ocasião, deu como exemplo uma experiência desenvolvida por eles, nos EUA, com a John Deere, que resolveu experimentar uma relação diferente com seus clientes, focada em não mais vender o ativo, mas sim o serviço com o intuito de melhorar o processo produtivo.

Hugh Grant, CEO da Monsanto, apresentou a palestra “Futuro da agricultura” e mesmo afirmando ser um otimista neste sentido, ressaltou que é preciso acelerar o ritmo de inovações no setor, que não acompanhou as mudanças ocorridas no mundo, e ainda demanda por muitos produtos e serviços. Segundo ele, a ciência de dados terá cada vez mais importância na tomada de decisões dos produtores e vai mudar ainda mais a agricultura nos próximos 20 anos. “Para que isso ocorra, é preciso a colaboração de universidades e institutos, como no caso brilhante da Embrapa. São esforços colaborativos que terão que aumentar no futuro para acelerar a inovação”, disse.

Paralelo às apresentações, o presidente da Monsanto para América Latina, Rodrigo Santos, disse, em coletiva de imprensa, que já está em teste uma terceira geração de soja, aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), para suceder a “Intacta”. Segundo ele, a nova variedade, ainda sem nome comercial, amplia o controle de lagartas por abranger as lagartas Spodoptera, e tem dois modos de ação para herbicidas, além de alto potencial produtivo. 
Comunicação direcionada 
O diretor de marketing da TV Globo, Roberto Schmidt, encerrou as palestras falando sobre ações para melhorar a percepção do consumidor sobre o agronegócio e a importância de se criar uma marca junto à sociedade. Schmidt citou a campanha “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil”, que vem sendo veiculada pela emissora, mostrando que o agronegócio movimenta diversos setores. “Essa comunicação, de contar para o brasileiro de onde vem o produto que ele recebe, qual a importância disso para a nossa economia, o impacto na quantidade de trabalhadores, é colocá-lo no lugar desse trabalhador; dele saber que ali no campo tem alguém produzindo, saber que essa indústria produz riqueza para o nosso país, esse é o grande conceito do nosso projeto, fazer com que o consumidor sinta orgulho do agronegócio”, explicou.  

Resultado satisfatório

 
"É tendência mundial. A tecnologia aplicada em todas as áreas: saúde, informática, etc e a agricultura não tem como ficar de fora. E isso foi destacado aqui, mostrando a oportunidade de trazer o futuro para aqui e agora. É impressionante", afirmou Almir Torcato, gestor corporativo da Canaoeste, que participou do evento.
De acordo com o diretor da DATAGRO, Guilherme Nastari, o GAF Talks superou as expectativas. “Foi muito melhor do que o esperado, pois a gente imaginava que um público de 350 pessoas e passaram por aqui umas 800 pessoas, isto certamente consolida o GAF como uma plataforma independente de discussões do agro”, concluiu.