O projeto “Geladeiroteca: consuma aqui e alimente seu espírito” foi apresentado pelo bibliotecário Haroldo Beraldo, em forma de painel, durante o seminário
Com pouco mais de um ano, o projeto Geladeiroteca, apoiado pela biblioteca da Canaoeste, vem ganhando espaços e se destacando cada vez mais. Para fechar o ano com chave de ouro, o projeto foi apresentado durante o 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias (Seminário Biblioteca Viva), que aconteceu entre os dias 17 e 19 de novembro, no Novo Centro de Convenções Rebouças, na Capital Paulista.
Realizado pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Biblioteca e Leituras (UBL), e a SP Leituras, o evento teve o objetivo de valorizar ainda mais as bibliotecas, disseminar a leitura e a informação e promover reflexões sobre o papel das bibliotecas na comunidade.
Estiveram presentes bibliotecários de vários Estados, profissionais de bibliotecas, dirigentes de cultura, estudantes, além de convidados nacionais e internacionais de países como o Chile, Colômbia, Espanha, Portugal e Estados Unidos, que participaram de palestras, debates, apresentações de painéis e pôsteres sobre as mais variadas experiências em bibliotecas.
Entre os temas apresentados estavam: acessibilidade, bibliotecas como espaços além da leitura, leitura nas diversas mídias, sustentabilidade e soluções inovadoras e criativas para ambientes em bibliotecas, passando por questões muito atuais como a diversidade de gênero e sexualidade.
Na abertura, o secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Matos Araújo, representando o governador do Estado, Geraldo Alckmin, falou sobre a importância do trabalho realizado pelos bibliotecários. “Em pesquisa recente realizada sobre os hábitos culturais dos paulistas, a leitura é o hábito cultural mais praticado por eles no seu tempo livre. Temos a certeza de que esse dado é, dentre outros, decorrência do trabalho realizado pelos bibliotecários. Sabemos que, para a maior parte das pessoas, as bibliotecas públicas e as comunitárias são o único meio de acesso aos livros e a cultura de forma geral”, afirmou o secretário.
“Essa é a primeira vez que os três sistemas de bibliotecas públicas se reúnem, o Municipal, o Estadual e o Nacional, que estão cada vez mais alinhados na missão de garantir o direito de acesso à leitura, à informação e à cultura a todos os brasileiros. Eu espero que as pessoas consigam compartilhar os conhecimentos, que elas se sintam acolhidas, motivadas e revigoradas para continuarem disseminando a leitura no País”, disse a coordenadora geral do evento, Adriana Cybele Ferrari.
O primeiro dia de seminário contou com um bate-papo descontraído com o escritor Maurício de Sousa, criador de personagens clássicos como a Mônica e sua turma.
Maurício de Sousa subiu ao palco afirmando que seria uma pessoa diferente se não frequentasse a biblioteca da sua cidade quando criança e contou um pouco da sua trajetória. Ainda jovem, chegava a ler um livro por dia. “Quem lê tem sempre algo a dizer, tem sempre algo no coração e na cabeça para dividir com alguém. Não é uma pessoa vazia”. Ao mudar-se para São Paulo, o escritor chegou a apresentar alguns de seus desenhos para o editor de um jornal, mas o editor pediu para que ele desistisse porque desenhos não davam dinheiro. Ao invés de desistir, Maurício colocou seu sonho em prática e hoje conduz uma empresa com 200 funcionários, que é responsável por 86% do mercado brasileiro, com atuação em mais de vinte países, e que edita cerca de 2 milhões de livros em parceria com 22 editoras brasileiras.
A primeira palestra do seminário foi ministrada pela convidada Sílvia Castrillón, da Associação Colombiana de Leitura e Escrita (Asolectura), que fez um panorama sobre as bibliotecas colombianas, seus acertos, frustrações e desafios.
Já o chileno Gonzalo Oyarzún, do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas do Chile, falou sobre gibiteca e mediação de leitura e dividiu mesa-redonda com Patrícia Pina, da Universidade Estadual da Bahia.
“As bibliotecas públicas, motores culturais da Catalunha”, foi o tema apresentado por Carme Fenoll, que em sua apresentação afirmou que “na Espanha, as bibliotecas são os equipamentos mais próximos do público, especialmente nas pequenas cidades, mas não são os que mais atraem visitantes”.
Para finalizar o primeiro dia de seminário, foram realizados painéis, com exposições de diversos cases de sucesso de bibliotecas do Brasil e o bibliotecário Haroldo Luís Beraldo apresentou o projeto Geladeiroteca ao público presente.
“Como profissional é uma experiência única, é a primeira vez que participo de um evento com tamanha repercussão, pois reúne bibliotecários e profissionais que trabalham no Brasil, América Latina, América do Norte e Europa. Ter sido convidado para apresentar o projeto Geladeiroteca neste 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias, é uma grande satisfação”, afirmou Beraldo.
“A Geladeiroteca é um projeto bem interessante e criativo, porque ao colocar livros dentro de um utensílio doméstico em locais públicos, ele se torna muito mais atrativo, pois instiga a curiosidade e acaba aproximando as pessoas à leitura”, ressaltou Adriana Cybele Ferrari.
“Tendo em vista que as maiores autoridades em bibliotecas do mundo estão presentes neste seminário apresentando seus projetos mais inovadores de bibliotecas, poder presenciar o projeto do Haroldo inserido dentro desse evento é uma honra imensa para Sertãozinho e demonstra a importância que a própria cidade dá para o livro e para a leitura”, destacou a chefe de bibliotecas de Sertãozinho, Sônia Sarti.
“A ideia da Geladeiroteca é bem interessante pelo fato de aproveitar, de forma lúdica, um material que seria descartado, que não teria utilidade. Além de facilitar o acesso aos livros, à informação, você pode colocar a Geladeiroteca numa praça e, faça sol ou faça chuva, é só fechar que não danifica os livros. Eu achei muito prática essa ideia”, disse o bibliotecário de São José dos Campos-SP, Sidnei Pereira.
“O projeto em si, a distribuição de livros na comunidade não é algo novo, muitas bibliotecas fazem isso. O que eu achei interessante é o móvel, o suporte que eles usaram para poder deixar esses livros expostos para a comunidade. Estão usando geladeiras velhas, reutilizando algo que é tão prejudicial ao meio ambiente. Achei muito bacana, gostei do projeto”, afirmou a bibliotecária em Cananéia, Alaide Pereira Santos Faraci.
Lembrando que o 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias ainda contou com bate-papos interessantes com os escritores Fabrício Carpinejar e Laurentino Gomes e com uma programação bastante diversificada.
Com pouco mais de um ano, o projeto Geladeiroteca, apoiado pela biblioteca da Canaoeste, vem ganhando espaços e se destacando cada vez mais. Para fechar o ano com chave de ouro, o projeto foi apresentado durante o 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias (Seminário Biblioteca Viva), que aconteceu entre os dias 17 e 19 de novembro, no Novo Centro de Convenções Rebouças, na Capital Paulista.
Realizado pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Biblioteca e Leituras (UBL), e a SP Leituras, o evento teve o objetivo de valorizar ainda mais as bibliotecas, disseminar a leitura e a informação e promover reflexões sobre o papel das bibliotecas na comunidade.
Estiveram presentes bibliotecários de vários Estados, profissionais de bibliotecas, dirigentes de cultura, estudantes, além de convidados nacionais e internacionais de países como o Chile, Colômbia, Espanha, Portugal e Estados Unidos, que participaram de palestras, debates, apresentações de painéis e pôsteres sobre as mais variadas experiências em bibliotecas.
Entre os temas apresentados estavam: acessibilidade, bibliotecas como espaços além da leitura, leitura nas diversas mídias, sustentabilidade e soluções inovadoras e criativas para ambientes em bibliotecas, passando por questões muito atuais como a diversidade de gênero e sexualidade.
Na abertura, o secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Matos Araújo, representando o governador do Estado, Geraldo Alckmin, falou sobre a importância do trabalho realizado pelos bibliotecários. “Em pesquisa recente realizada sobre os hábitos culturais dos paulistas, a leitura é o hábito cultural mais praticado por eles no seu tempo livre. Temos a certeza de que esse dado é, dentre outros, decorrência do trabalho realizado pelos bibliotecários. Sabemos que, para a maior parte das pessoas, as bibliotecas públicas e as comunitárias são o único meio de acesso aos livros e a cultura de forma geral”, afirmou o secretário.
“Essa é a primeira vez que os três sistemas de bibliotecas públicas se reúnem, o Municipal, o Estadual e o Nacional, que estão cada vez mais alinhados na missão de garantir o direito de acesso à leitura, à informação e à cultura a todos os brasileiros. Eu espero que as pessoas consigam compartilhar os conhecimentos, que elas se sintam acolhidas, motivadas e revigoradas para continuarem disseminando a leitura no País”, disse a coordenadora geral do evento, Adriana Cybele Ferrari.
O primeiro dia de seminário contou com um bate-papo descontraído com o escritor Maurício de Sousa, criador de personagens clássicos como a Mônica e sua turma.
Maurício de Sousa subiu ao palco afirmando que seria uma pessoa diferente se não frequentasse a biblioteca da sua cidade quando criança e contou um pouco da sua trajetória. Ainda jovem, chegava a ler um livro por dia. “Quem lê tem sempre algo a dizer, tem sempre algo no coração e na cabeça para dividir com alguém. Não é uma pessoa vazia”. Ao mudar-se para São Paulo, o escritor chegou a apresentar alguns de seus desenhos para o editor de um jornal, mas o editor pediu para que ele desistisse porque desenhos não davam dinheiro. Ao invés de desistir, Maurício colocou seu sonho em prática e hoje conduz uma empresa com 200 funcionários, que é responsável por 86% do mercado brasileiro, com atuação em mais de vinte países, e que edita cerca de 2 milhões de livros em parceria com 22 editoras brasileiras.
A primeira palestra do seminário foi ministrada pela convidada Sílvia Castrillón, da Associação Colombiana de Leitura e Escrita (Asolectura), que fez um panorama sobre as bibliotecas colombianas, seus acertos, frustrações e desafios.
Já o chileno Gonzalo Oyarzún, do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas do Chile, falou sobre gibiteca e mediação de leitura e dividiu mesa-redonda com Patrícia Pina, da Universidade Estadual da Bahia.
“As bibliotecas públicas, motores culturais da Catalunha”, foi o tema apresentado por Carme Fenoll, que em sua apresentação afirmou que “na Espanha, as bibliotecas são os equipamentos mais próximos do público, especialmente nas pequenas cidades, mas não são os que mais atraem visitantes”.
Para finalizar o primeiro dia de seminário, foram realizados painéis, com exposições de diversos cases de sucesso de bibliotecas do Brasil e o bibliotecário Haroldo Luís Beraldo apresentou o projeto Geladeiroteca ao público presente.
“Como profissional é uma experiência única, é a primeira vez que participo de um evento com tamanha repercussão, pois reúne bibliotecários e profissionais que trabalham no Brasil, América Latina, América do Norte e Europa. Ter sido convidado para apresentar o projeto Geladeiroteca neste 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias, é uma grande satisfação”, afirmou Beraldo.
“A Geladeiroteca é um projeto bem interessante e criativo, porque ao colocar livros dentro de um utensílio doméstico em locais públicos, ele se torna muito mais atrativo, pois instiga a curiosidade e acaba aproximando as pessoas à leitura”, ressaltou Adriana Cybele Ferrari.
“Tendo em vista que as maiores autoridades em bibliotecas do mundo estão presentes neste seminário apresentando seus projetos mais inovadores de bibliotecas, poder presenciar o projeto do Haroldo inserido dentro desse evento é uma honra imensa para Sertãozinho e demonstra a importância que a própria cidade dá para o livro e para a leitura”, destacou a chefe de bibliotecas de Sertãozinho, Sônia Sarti.
“A ideia da Geladeiroteca é bem interessante pelo fato de aproveitar, de forma lúdica, um material que seria descartado, que não teria utilidade. Além de facilitar o acesso aos livros, à informação, você pode colocar a Geladeiroteca numa praça e, faça sol ou faça chuva, é só fechar que não danifica os livros. Eu achei muito prática essa ideia”, disse o bibliotecário de São José dos Campos-SP, Sidnei Pereira.
“O projeto em si, a distribuição de livros na comunidade não é algo novo, muitas bibliotecas fazem isso. O que eu achei interessante é o móvel, o suporte que eles usaram para poder deixar esses livros expostos para a comunidade. Estão usando geladeiras velhas, reutilizando algo que é tão prejudicial ao meio ambiente. Achei muito bacana, gostei do projeto”, afirmou a bibliotecária em Cananéia, Alaide Pereira Santos Faraci.
Lembrando que o 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias ainda contou com bate-papos interessantes com os escritores Fabrício Carpinejar e Laurentino Gomes e com uma programação bastante diversificada.