Global Agribusiness Forum INSIDE: Manejo da água e solo: Produtividade convivendo com o stress hídrico

01/08/2022 Noticias POR: Marino Guerra

Ricardo Faria, fundador da Granja Faria (maior produtor de ovos do Brasil, com cerca de 10 milhões por dia) e presidente da Insolo (uma das maiores operações agrícolas nacionais com cerca de 180 mil hectares no MATOPIBA): “Nossa maior conquista foi ter conseguido fazer duas safras numa região onde não se pensava nisso há poucos anos atrás”

No painel que discutiu a gestão de recursos naturais, principalmente a água e o solo, o fundador da Granja Faria (maior produtor de ovos do Brasil, com cerca de 10 milhões por dia) e presidente da Insolo (uma das maiores operações agrícolas nacionais com cerca de 180 mil hectares no MATOPIBA), Ricardo Faria, falou sobre como trabalha no ganho de produtividade e queda nos custos numa região com tradicional stress hídrico, chove em média 1,2 mil mm por ano, com o agravante de caírem altos volumes, num curto período.

“Nossa maior conquista foi ter conseguido fazer duas safras numa região onde não se pensava nisso há poucos anos atrás”, informou o painelista para em seguida enumerar os fatores que os levaram a atingir o objetivo.

O primeiro ponto foi quanto a construção do perfil de solo com fertilidade, e para isso ele citou dois manejos fundamentais. A aplicação de corretivos a taxa variável e a adubação orgânica, que é praticada 100% em 40 mil hectares, através da mistura de cama de frango, rocha fosfatada e microrganismos de solubilização das rochas; o que garante a disponibilização dos nutrientes de maneira cadenciada, importante em regiões com grande concentração de chuvas.

Ainda sobre o tema, ele disse que devido o solo da região ser bastante judiado em decorrência das intempéries climáticas, trabalha com um perfil de solo de 45 cm, diferente por exemplo dos 15 cm que é adotado no estado do Mato Grosso, onde chove muito.

Ele também contou sobre sua experiência quanto ao uso de defensivos biológicos, que está em crescimento na operação, foram 25 mil hectares na última safra, mas que enxerga como o principal gargalo a falta de treinamento e conhecimento técnico para saber o tempo certo de aplicação, tendo em vista que é preciso usá-lo ante do estouro de uma infestação.