Marcos Jank, professor sênior de agronegócios global no Insper: "O mundo fala em taxar e proibir a exportação, como a Argentina fez, e o resultado disso é péssimo, não é possível ter segurança alimentar sem que os mercados estejam abertos”
No painel que foi discutido os desafios para elevar a taxa de segurança alimentar e ao mesmo tempo não haver regresso ambiental num ambiente de conflito entre duas importantes nações fornecedoras de insumos e alimentos (Rússia e Ucrânia), o professor sênior de agronegócios global no Insper, Marcos Jank, disse que o mundo passa, nos últimos dois anos e meio, por um momento de desequilíbrio inimaginável há três anos, o que afetou o preço de tudo.
Na sua visão, em plena época em que falamos de metaverso, voltaram problemas que eram considerados superados (como exemplo: pandemia e ameaça de conflito nuclear). Sendo a principal consequência desse cenário uma profunda crise no multilateralismo (ONU, OMC, OMS, entre outras), o que fez todo processo de globalização, que nasceu na década de 90, desaparecer a partir de 2015.
“O mundo fala em taxar e proibir a exportação, como a Argentina fez, e o resultado disso é péssimo, não é possível ter segurança alimentar sem que os mercados estejam abertos”. Alertou o professor ao apontar para a tendência de que os tempos turbulentos deverão persistir.
Ele ainda destacou sobre os problemas da visão internacional sobre o agronegócio brasileiro, dos quais identificou o desmatamento como o principal vilão, a agricultura a maior vítima e a solução em três fatores: implementação do Código Florestal, evolução constante no manejo (sendo a bola da vez o avanço da lavoura-pecuária sobre áreas de pasto degradado ou de baixa produtividade) e a revolução logística (a qual ele comemorou a chegada dos trens ao Mato Grosso).