Lloyd Day, o diretor geral do IICA: "A América é a maior exportadora de alimentos do mundo, desenvolver qualquer política sem nos ouvir é um grande erro”
No painel que foi discutido os desafios para elevar a taxa de segurança alimentar e ao mesmo tempo não haver regresso ambiental num ambiente de conflito entre duas importantes nações fornecedoras de insumos e alimentos (Rússia e Ucrânia), o diretor geral do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola), Lloyd Day, focou no perigo do aumento de preços, e consequentemente da fome, se governos manterem políticas baseadas em ideologias e não na ciência.
Voltando para a primeira metade do século passado, quando aconteceu a Revolução Verde, movimento que criou ganhos expressivos de produtividade em todo o mundo ao desenvolver tecnologias de nutrição, defesa, maquinário e genética (milho híbrido), ele argumentou que há um acúmulo de ideias propagadas sem um conhecimento sobre a história e como funciona um ambiente produtivo no campo.
“Hoje os fazendeiros precisam produzir, proteger, restaurar, diminuir os custos e evoluir constantemente nos aspectos da sustentabilidade”.
O painelista, que representa a voz dos ministérios da Agricultura dos países das três américas, alertou para o risco de políticas que levam em consideração o princípio da precaução, como a “Farm to Fork” (Da fazenda ao garfo), que está em discussão na União Europeia; ou o desastre do Sri Lanka, onde o governo impôs uma lei proibindo a importação de fertilizantes e defensivos no ano passado, fazendo com que o país perdesse 1/3 de sua produção agrícola e gerando uma inflação de 80%, como atos ideológicos, sem comprovação da ciência para tal mudança.
“O processo de inovação e a sustentabilidade são fatores intrínsecos dentro de qualquer atividade no campo. A América é a maior exportadora de alimentos do mundo, desenvolver qualquer política sem nos ouvir é um grande erro”, concluiu Lloyd.