O governou decidiu acabar com as possibilidades de contratação de crédito rural para custeio acima do teto estipulado pelo Plano Safra, como era permitido até a temporada 2014/15, depois de constatar que os bancos estavam emprestando um montante próximo de R$ 20 bilhões a um número de produtores considerado pequeno (ver infográfico abaixo). As restrições, portanto, são uma tentativa de diluir as liberações e democratizar um pouco mais o acesso a esses recursos, que, em sua maior parte, têm juros subsidiados pelo Tesouro.
Normalmente clientes já importantes para os bancos, esses produtores de maior porte, juntos, responderam por apenas 0,6% de um total de 754 mil contratos envolvendo crédito rural para custeio fechados no ciclo 2014/15. E o valor que contrataram foi equivalente a quase 35% do total de R$ 55,2 bilhões em crédito rural reservado pelo governo para custeio no ciclo.
É essa concentração que as resoluções já aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que elevaram um pouco os limites de tomada de crédito por produtor, mas extinguiram as alternativas usadas para driblar os tetos buscaram combater. O novo arcabouço foi editado quando a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Safra 2015/16, no dia 2 de junho.
Na segundafeira, quando fez um balanço dos primeiros seis meses de sua gestão, a ministra Kátia Abreu explicou que a ideia central do governo foi de fato democratizar o acesso aos financiamentos com recursos controlados, sempre preferidos pelos produtores diante dos elevados juros de mercado cobradas pelos bancos. "O que nós observamos nessas práticas é a repetição do mesmo personagem [produtor]", disse a ministra. " Essa escolha não ficará a cargo só de banco que fica olhando a situação cadastral mais favorável", advertiu.
Nesse quadro de financiamentos acima dos tetos estabelecidos pelo governo havia duas situações. Em 2014/15, por exemplo, era permitido que produtores tivessem acesso a um volume de crédito até 45% superior ao limite de R$ 1,1 milhão desde que comprovassem inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), aquisição de sementes genéticas (básicas ou certificadas) ou a prática de plantio direto na palha. Dada a reação negativa de muitos produtores, o governo até admite rever as restrições impostas nessa frente e permitir algum limite adicional.
Mas havia uma "segunda via" para a ampliação da tomada de crédito rural, denominada de "extrateto", pela qual os bancos também podiam destinar até 10% das suas fontes de crédito rural para empréstimos sem limite geralmente valores superiores a R$ 1,5 milhão , em uma clara estratégia para atrair grandes clientes e, teoricamente, diminuir riscos.
Uma fonte da equipe econômica diz que essa medida tem relação com uma estratégia de médio a longo prazos para estimular o aumento de oferta de crédito nesse mercado, que também inclui a desburocratização do processo.
"Temos que atrair novos players e novos clientes. Nos últimos dez anos muitos bancos saíram do mercado de crédito rural", diz. "A concessão de crédito está muito concentrada em poucos bancos."
O governou decidiu acabar com as possibilidades de contratação de crédito rural para custeio acima do teto estipulado pelo Plano Safra, como era permitido até a temporada 2014/15, depois de constatar que os bancos estavam emprestando um montante próximo de R$ 20 bilhões a um número de produtores considerado pequeno (ver infográfico abaixo). As restrições, portanto, são uma tentativa de diluir as liberações e democratizar um pouco mais o acesso a esses recursos, que, em sua maior parte, têm juros subsidiados pelo Tesouro.
Normalmente clientes já importantes para os bancos, esses produtores de maior porte, juntos, responderam por apenas 0,6% de um total de 754 mil contratos envolvendo crédito rural para custeio fechados no ciclo 2014/15. E o valor que contrataram foi equivalente a quase 35% do total de R$ 55,2 bilhões em crédito rural reservado pelo governo para custeio no ciclo.
É essa concentração que as resoluções já aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que elevaram um pouco os limites de tomada de crédito por produtor, mas extinguiram as alternativas usadas para driblar os tetos buscaram combater. O novo arcabouço foi editado quando a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Safra 2015/16, no dia 2 de junho.
Na segundafeira, quando fez um balanço dos primeiros seis meses de sua gestão, a ministra Kátia Abreu explicou que a ideia central do governo foi de fato democratizar o acesso aos financiamentos com recursos controlados, sempre preferidos pelos produtores diante dos elevados juros de mercado cobradas pelos bancos. "O que nós observamos nessas práticas é a repetição do mesmo personagem [produtor]", disse a ministra. " Essa escolha não ficará a cargo só de banco que fica olhando a situação cadastral mais favorável", advertiu.
Nesse quadro de financiamentos acima dos tetos estabelecidos pelo governo havia duas situações. Em 2014/15, por exemplo, era permitido que produtores tivessem acesso a um volume de crédito até 45% superior ao limite de R$ 1,1 milhão desde que comprovassem inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), aquisição de sementes genéticas (básicas ou certificadas) ou a prática de plantio direto na palha. Dada a reação negativa de muitos produtores, o governo até admite rever as restrições impostas nessa frente e permitir algum limite adicional.
Mas havia uma "segunda via" para a ampliação da tomada de crédito rural, denominada de "extrateto", pela qual os bancos também podiam destinar até 10% das suas fontes de crédito rural para empréstimos sem limite geralmente valores superiores a R$ 1,5 milhão , em uma clara estratégia para atrair grandes clientes e, teoricamente, diminuir riscos.
Uma fonte da equipe econômica diz que essa medida tem relação com uma estratégia de médio a longo prazos para estimular o aumento de oferta de crédito nesse mercado, que também inclui a desburocratização do processo.
"Temos que atrair novos players e novos clientes. Nos últimos dez anos muitos bancos saíram do mercado de crédito rural", diz. "A concessão de crédito está muito concentrada em poucos bancos."