GranBio investirá R$ 4 bilhões para produzir etanol de 2ª geração

11/11/2013 Etanol POR: Revista Exame, edição nº 1053 | Texto extraído do Portal Brasil Agro
A obscessão por produtividade vem atraindo para o agronegócio uma nova leva de empresas inovadoras. Duas delas entraram no ranking das 50 mais inovadoras do mundo, elaborado pela revista americana Fast Company.
 
A Enalta, de São Carlos, no interior paulista, desenvolveu um sistema que monitora o trajeto das máquinas agrícolas e traça o melhor percurso de acordo com o que precisa ser feito na plantação. E a Bug Agentes Biológicos, de Piracicaba, cria em laboratório insetos para substituir o inseticida nas lavouras.
 
Talvez nenhuma dessas empresas recém-criadas tenha tanta ambição quanto a GranBio, fundada pelo empresário Bernardo Gradin com a intenção de virar do avesso o mercado do etanol. Gradin pretende produzir etanol de forma alternativa: em vez de usar o caldo de cana-de-açúcar como matéria-prima, vai usar a celulose obtida do bagaço e da palha da cana, o chamado etanol de segunda geração.
 
"Queremos gerar etanol de forma mais barata e eficiente usando a biotecnologia", diz Gradin, cuja família detém 20% das ações do grupo Odebrecht. A empresa importou uma variedade mais produtiva de cana, encontrada em Barbados, no Caribe.
 
Hoje, está plantando de forma experimental em Alagoas, fazendo o cruzamento genético com variedades brasileiras para chegar a uma espécie mais adaptada ao clima local.
A GranBio montou um laboratório em Campinas, onde uma dezena de Ph.Ds. pesquisa enzimas e leveduras capazes de converter enzimas e leveduras capazes de converter a celulose em etanol de forma mais eficiente.
 
A previsão é que a primeira fábrica comece a funcionar em fevereiro de 2014. O investimento será de 4 bilhões de reais até 2020 - o BNDES já aportou 900 milhões. Caso dê certo, o etanol de segunda geração deverá ser 30% mais barato do que o extraído do caldo da cana (Revista Exame, edição nº 1053)