Barracão ambientado com capacidade para cerca de 30 mil aves
Não é do dia para a noite que se consegue implementar uma granja rentável. Essa é a primeira conclusão que se tem depois de conhecer a operação do cooperado Guilherme Zamproni, que está na atividade há 18 anos e possui uma estrutura para criar 140 mil aves divididas em duas propriedades, uma em Guatapará-SP (distrito de Mombuca) e a outra em Conquista-MG.
Trabalhando em parceria com as integradoras (frigoríficos), num modelo de negócios que a indústria fornece o pintinho, a ração e a consultoria técnica enquanto que o criador investe na estrutura e nos manejos para a engorda das aves, o produtor destaca que o foco precisa estar em cumprir as metas estipuladas a cada alojamento (período de engorda que pode variar dependendo do mercado de destino da carne).
E para isso ele trabalha buscando o que há de mais moderno num tripé formado pela genética, nutrição e manejo. “Se um desses fatores falhar, simplesmente o resultado não vem”, disse Zamproni.
Sobre a evolução genética, o produtor conta que desde que iniciou viu as raças reduzirem o tempo de trato (chegada do pintinho até a final da engorda) em 20 dias, o que representa um ritmo de um dia por ano de evolução.
O cooperado, Guilherme Zamproni, ao lado do granjeiro, Edevar Debortoli, e o veterinário da Copercana, Gustavo Lopes
Nesse ponto, Zamproni alerta sobre a importância de trabalhar com integradoras que forneçam animais de raças evoluídas geneticamente e puras. No quesito nutrição, também é preciso ficar atento com a qualidade da ração fornecida pelo parceiro, de preferência as peletizadas, que oferecem ao animal a quantidade certa de nutrientes, além de fazer com que eles gastem menos energia para comer (diminuição de cinco bicadas).
Manejo de observação
Pode-se definir o manejo do frango num trabalho constante de observação. Em primeiro lugar em poder contar com um granjeiro experiente que saiba ler as necessidades das aves e estar atento ao ambiente para se conseguir a termoneutralidade, ou seja, que o animal gaste a menor quantidade de energia possível para controlar a temperatura corporal.
Sendo necessário para o controle de temperatura e umidade no interior da granja um alto investimento não somente na estrutura de exaustores e refrigeração (e aquecimento no inverno) mas em tecnologia de ponta de automação.
“Como o objetivo é transformar ração em carne precisamos ter todos os controles de ambiência pensando desde a sanidade do animal, pois se ele ficar doente não vai engordar, até a distribuição de água e ração de forma que ele faça o menor esforço possível”, disse o produtor.
Estrutura de exaustores que controlam a temperatura no interior da granja num sistema de pressão negativa e o seu painel de controle
Para ilustrar o nível de detalhamento do processo, a iluminação no interior da granja tem ciclos em que vai acendendo ou apagando várias vezes ao dia, isso para influenciar os animais a dormir, acordar para comer e dormir novamente.
Geração solar e segundo negócio
Como as granjas demandam uma quantidade de energia expressiva, na operação de Minas Gerais o produtor instalou 174 placas fotovoltaicas em cima dos barracões, o que gerou uma economia de quase R$ 100 mil ao ano. Por fim, o produtor conta que dentro da atividade consegue ter uma segunda fonte de renda através da venda da cama de frango como matéria-prima para adubo.
Imagem aérea feita da operação de Guatapará, repare que os dois barracões da esquerda estão ativos. Outros detalhes são as placas fotovoltaicas ao fundo e também a propriedade ser cercada por eucaliptos, isso porque, como a região de Mombuca tem muita produção de ovo, é preciso fazer uma barreira sanitária