Grupo Fitotécnico apresenta Censo Varietal em sua primeira reunião do ano

05/04/2017 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 129
“Plantio de cana-de-açúcar” foi o tema escolhido para dar início às atividades do Grupo Fitotécnico do IAC (Instituto Agronômico) em 2017. O encontro, que aconteceu no dia 7 de março, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto e contou com representantes de usinas e produtores de várias regiões canavieiras do Brasil, divulgou dados do Censo Varietal e um panorama do setor nos últimos 10 anos, após o advento do plantio mecânico e cases mostrando o avanço neste contexto, como também, as novidades em agricultura de precisão e as experiências com o uso de MPB (Mudas Pré-Brotadas).
A programação começou com a análise da evolução das áreas de plantio na região Centro-Sul do Brasil. “Os dados levantados mostraram que os produtores da região Centro-Sul estão projetando um aumento nas suas áreas de plantio”, afirmou Rubens Leite do Canto Braga Jr, consultor em Planejamento Estratégico, explicando que Censo Varietal IAC foi iniciado em maio de 2016 com a intenção de levantar informações sobre área de variedades por estágio de corte em todas as unidades produtoras de cana-de-açúcar (usinas, destilarias, associações de fornecedores, etc.) do Brasil, sendo que foram recenseadas 241 unidades na região Centro-Sul, na safra 16/17, o que representa 6.521.610 hectares.
Segundo Braga Jr., entre abril/15 e março/16, a relação plantio/cultivo foi igual a 10,5%, ou seja, apenas 10,5% da área total cultivada foi ocupada com plantios. Já para o período de abril/16 e março/17, a relação plantio/cultivo foi estimada em 14,3%, valor próximo da média histórica para a região.
No caso da análise histórica da idade da cana na região Centro-Sul do Brasil, foi constatado que este indicador deverá crescer na safra 2017/18.
“Os resultados mostraram que estágio médio de corte (estimado em 3,86) atingirá o maior valor histórico das últimas 30 safras agrícolas. Esse valor é 7% superior ao obtido na safra 2016/17”, afirma o consultor, explicando que esse aumento no estágio médio de corte deverá provocar uma quebra de, aproximadamente, três toneladas de cana por hectare, considerando as mesmas condições climáticas.
Fez parte ainda deste painel a apresentação dos resultados da pesquisa realizada em 71 unidades produtoras da região Centro-Sul. As principais informações obtidas destacaram que 41% das empresas já utilizaram a tecnologia de MPB para plantar os seus viveiros neste verão e que 34% das empresas pesquisadas já possuem produção própria de MPB.
Cases mostram a evolução no plantio mecânico O segundo painel do encontro mostrou o avanço no plantio mecânico. Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC, abordou a questão das características biométricas da cana e a relação que têm com o plantio e ressaltou o roteiro da alta produtividade para os canaviais de três dígitos, afirmando que para que isso ocorra é necessário o estabelecimento de canaviais de alto patrimônio biológico com o uso de variedades facilitadoras que garantam boa brotação e boa operação de plantio, além de minimizar a desconstrução deste patrimônio biológico, com a redução do pisoteio, verificando a velocidade de colheita e a boa nutrição de socas. Também destacou outra meta a ser alcançada em relação à redução do volume de muda no plantio mecânico. “A medida resultará no aumento de produtividade dos primeiros cortes do canavial”, avisou.
Kamyro Bastos, gerente motomecanização corporativo da Bunge, explanou sobre os procedimentos utilizados no grupo, dono de oito usinas localizadas em quatro estados brasileiros, e afirmou que foi iniciado um processo para alcançar maior produtividade. O executivo contou que o plantio 100% automático proporcionou redução de custo fixo, padronização dos processos e treinamento do time operacional. Para aumentar o rendimento operacional, a empresa investe em variedades facilitadoras, monitoramento online dos equipamentos para reduzir ociosidade, como também, da qualidade da operação e gestão de desvios; fazem uso do sistema de meiose para reduzir estruturas, aplicação de produtos de proteção, estímulo de plantio e aceleração da multiplicação de variedades por MPB.
Antonio Carlos de Oliveira Júnior, gestor de planejamento agrícola da usina Denusa - Destilaria Nova União, de Goiás, pediu atenção ao desenvolvimento dos viveiros, “pois a muda é o nosso bem mais precioso", afirmou ao palestrar. O profissional ressaltou ainda que deve-se dar atenção à qualidade dos processos. "O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado", lembrou, contando que em sua usina o plantio de verão tem preferência, devido ao alto custo do plantio do inverno, por causa da irrigação. “Como temos um inverno muito seco, geralmente temos que fazer uma lâmina de 60 mm em pré-plantio e até três lâminas de 25 mm em pós-plantio. Com isso o nosso planejamento de plantio é voltado ao verão salvo as áreas de multiplicação varietal que são realizadas o ano todo de forma irrigada através do uso de MPB”, explica.
Já Edgar Alves, gerente agrícola do Grupo Jalles Machado, apresentou os aspectos gerais do plantio mecanizado da empresa, uma referência no setor sucroenergético devido a seus métodos de redução de custos e altos índices de produtividade. Na Jalles Machado, 100% do plantio é mecanizado e utilizam, há alguns anos, tecnologias resultando em uma série de benefícios para o estabelecimento do plantio da cana, com precisão e rapidez. De acordo com Alves, outro fator essencial é o treinamento.
“É necessário treinamento. Não é possível falar em redução, produtividade, plantio sem falha, sem treinamento direto com a equipe”, pontuou. Lucas Aguilar Cortez, gestor de plantio do Grupo São Martinho, falou sobre as estratégias da usina com relação ao uso de MPB e mostrou a evolução do sistema desde que começou a ser implantado no grupo, que tem atualmente capacidade de produção de 4.871.600 mudas. “Antes de 2014 tínhamos testes com MPB e poucas áreas com MPB, estas adquiridas de terceiros. A partir de 2014, o grupo investiu em uma biofábrica e na produção própria de MPB”, elucidou, contando que na safra 14 /15, foram plantados 302 hectares com MPB; na 15 /16 831 ha e nesta (16 /17), deverá atingir a marca de mil hectares.
Cortez ressaltou também a importância da meiosi dentro deste conceito. “Oferece qualidade da muda, otimização de equipamentos, menor compactação no solo melhor aproveitamento de tempo e economia de muda”, disse.
Ainda sobre MPB, Igor Vanzela Pizzo, gerente de Tecnologia e Inovação da Coplana, mostrou balanço sobre o programa +Cana - Mais Produtividade no Canavial, uma parceria entre Coplana, IAC e Socicana.
Já Fabio Balaban, Marketing de Produto da Case, apresentou as tecnologias da multinacional para o setor sucroenergético, na ocasião, antecipando as novidades da empresa para 2017, em primeira mão na reunião. “Antes mesmo da Agrishow, quando tradicionalmente mostramos nossos lançamentos, resolvemos relevar aqui a colhedora A8800 MY 2017”, disse ele, explicando que o menor consumo de combustível, maior facilidade de operação e maior qualidade de colheita são os três indicadores que configuram a nova máquina na versão 2017.
Prêmio "Variedades IAC Avanço em inovação e produtividade"
Durante o encontro foi entregue pela primeira vez, o Prêmio "Variedades IAC - Avanço em inovação e produtividade" e a Canaoeste foi homenageada como uma das empresas com maior área de plantio e cultivo de variedades IAC na safra 2016/2017. O presidente da associação, Manoel Carlos Azevedo Ortolan, o gestor corporativo da associação, Almir Torcato, e de sua equipe técnica, recebeu o prêmio e agradeceu em nome dos associados, dizendo estar muito feliz em compartilhar o momento de êxito, companheirismo e amizade. "Eu venho acompanhando o trabalho de melhoramento do IAC e vejo a dedicação e o esforço do Marcos Landell (diretor do Centro de Cana) que felizmente está tendo um desenvolvimento muito bom e nós estamos satisfeitos com os resultados.
Acho que ver essas variedades serem plantadas é uma realização, coroando com êxito toda essa dedicação". Além da Canaoeste, receberam a homenagem a Denusa – Destilaria Nova União; o Grupo Abengoa; o Grupo Bunge; o Grupo
Goiasa; o Grupo Jalles Machado e o Grupo SJC Bioenergia.
“Plantio de cana-de-açúcar” foi o tema escolhido para dar início às atividades do Grupo Fitotécnico do IAC (Instituto Agronômico) em 2017. O encontro, que aconteceu no dia 7 de março, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto e contou com representantes de usinas e produtores de várias regiões canavieiras do Brasil, divulgou dados do Censo Varietal e um panorama do setor nos últimos 10 anos, após o advento do plantio mecânico e cases mostrando o avanço neste contexto, como também, as novidades em agricultura de precisão e as experiências com o uso de MPB (Mudas Pré-Brotadas).
A programação começou com a análise da evolução das áreas de plantio na região Centro-Sul do Brasil. “Os dados levantados mostraram que os produtores da região Centro-Sul estão projetando um aumento nas suas áreas de plantio”, afirmou Rubens Leite do Canto Braga Jr, consultor em Planejamento Estratégico, explicando que Censo Varietal IAC foi iniciado em maio de 2016 com a intenção de levantar informações sobre área de variedades por estágio de corte em todas as unidades produtoras de cana-de-açúcar (usinas, destilarias, associações de fornecedores, etc.) do Brasil, sendo que foram recenseadas 241 unidades na região Centro-Sul, na safra 16/17, o que representa 6.521.610 hectares.
Segundo Braga Jr., entre abril/15 e março/16, a relação plantio/cultivo foi igual a 10,5%, ou seja, apenas 10,5% da área total cultivada foi ocupada com plantios. Já para o período de abril/16 e março/17, a relação plantio/cultivo foi estimada em 14,3%, valor próximo da média histórica para a região.
No caso da análise histórica da idade da cana na região Centro-Sul do Brasil, foi constatado que este indicador deverá crescer na safra 2017/18.
“Os resultados mostraram que estágio médio de corte (estimado em 3,86) atingirá o maior valor histórico das últimas 30 safras agrícolas. Esse valor é 7% superior ao obtido na safra 2016/17”, afirma o consultor, explicando que esse aumento no estágio médio de corte deverá provocar uma quebra de, aproximadamente, três toneladas de cana por hectare, considerando as mesmas condições climáticas.
Fez parte ainda deste painel a apresentação dos resultados da pesquisa realizada em 71 unidades produtoras da região Centro-Sul. As principais informações obtidas destacaram que 41% das empresas já utilizaram a tecnologia de MPB para plantar os seus viveiros neste verão e que 34% das empresas pesquisadas já possuem produção própria de MPB.
Cases mostram a evolução no plantio mecânico O segundo painel do encontro mostrou o avanço no plantio mecânico. Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC, abordou a questão das características biométricas da cana e a relação que têm com o plantio e ressaltou o roteiro da alta produtividade para os canaviais de três dígitos, afirmando que para que isso ocorra é necessário o estabelecimento de canaviais de alto patrimônio biológico com o uso de variedades facilitadoras que garantam boa brotação e boa operação de plantio, além de minimizar a desconstrução deste patrimônio biológico, com a redução do pisoteio, verificando a velocidade de colheita e a boa nutrição de socas. Também destacou outra meta a ser alcançada em relação à redução do volume de muda no plantio mecânico. “A medida resultará no aumento de produtividade dos primeiros cortes do canavial”, avisou.
Kamyro Bastos, gerente motomecanização corporativo da Bunge, explanou sobre os procedimentos utilizados no grupo, dono de oito usinas localizadas em quatro estados brasileiros, e afirmou que foi iniciado um processo para alcançar maior produtividade. O executivo contou que o plantio 100% automático proporcionou redução de custo fixo, padronização dos processos e treinamento do time operacional. Para aumentar o rendimento operacional, a empresa investe em variedades facilitadoras, monitoramento online dos equipamentos para reduzir ociosidade, como também, da qualidade da operação e gestão de desvios; fazem uso do sistema de meiose para reduzir estruturas, aplicação de produtos de proteção, estímulo de plantio e aceleração da multiplicação de variedades por MPB.

Antonio Carlos de Oliveira Júnior, gestor de planejamento agrícola da usina Denusa - Destilaria Nova União, de Goiás, pediu atenção ao desenvolvimento dos viveiros, “pois a muda é o nosso bem mais precioso", afirmou ao palestrar. O profissional ressaltou ainda que deve-se dar atenção à qualidade dos processos. "O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado", lembrou, contando que em sua usina o plantio de verão tem preferência, devido ao alto custo do plantio do inverno, por causa da irrigação. “Como temos um inverno muito seco, geralmente temos que fazer uma lâmina de 60 mm em pré-plantio e até três lâminas de 25 mm em pós-plantio. Com isso o nosso planejamento de plantio é voltado ao verão salvo as áreas de multiplicação varietal que são realizadas o ano todo de forma irrigada através do uso de MPB”, explica.
Já Edgar Alves, gerente agrícola do Grupo Jalles Machado, apresentou os aspectos gerais do plantio mecanizado da empresa, uma referência no setor sucroenergético devido a seus métodos de redução de custos e altos índices de produtividade. Na Jalles Machado, 100% do plantio é mecanizado e utilizam, há alguns anos, tecnologias resultando em uma série de benefícios para o estabelecimento do plantio da cana, com precisão e rapidez. De acordo com Alves, outro fator essencial é o treinamento.
“É necessário treinamento. Não é possível falar em redução, produtividade, plantio sem falha, sem treinamento direto com a equipe”, pontuou. Lucas Aguilar Cortez, gestor de plantio do Grupo São Martinho, falou sobre as estratégias da usina com relação ao uso de MPB e mostrou a evolução do sistema desde que começou a ser implantado no grupo, que tem atualmente capacidade de produção de 4.871.600 mudas. “Antes de 2014 tínhamos testes com MPB e poucas áreas com MPB, estas adquiridas de terceiros. A partir de 2014, o grupo investiu em uma biofábrica e na produção própria de MPB”, elucidou, contando que na safra 14 /15, foram plantados 302 hectares com MPB; na 15 /16 831 ha e nesta (16 /17), deverá atingir a marca de mil hectares.
Cortez ressaltou também a importância da meiosi dentro deste conceito. “Oferece qualidade da muda, otimização de equipamentos, menor compactação no solo melhor aproveitamento de tempo e economia de muda”, disse.
Ainda sobre MPB, Igor Vanzela Pizzo, gerente de Tecnologia e Inovação da Coplana, mostrou balanço sobre o programa +Cana - Mais Produtividade no Canavial, uma parceria entre Coplana, IAC e Socicana.
Já Fabio Balaban, Marketing de Produto da Case, apresentou as tecnologias da multinacional para o setor sucroenergético, na ocasião, antecipando as novidades da empresa para 2017, em primeira mão na reunião. “Antes mesmo da Agrishow, quando tradicionalmente mostramos nossos lançamentos, resolvemos relevar aqui a colhedora A8800 MY 2017”, disse ele, explicando que o menor consumo de combustível, maior facilidade de operação e maior qualidade de colheita são os três indicadores que configuram a nova máquina na versão 2017.
Prêmio "Variedades IAC Avanço em inovação e produtividade"

Durante o encontro foi entregue pela primeira vez, o Prêmio "Variedades IAC - Avanço em inovação e produtividade" e a Canaoeste foi homenageada como uma das empresas com maior área de plantio e cultivo de variedades IAC na safra 2016/2017. O presidente da associação, Manoel Carlos Azevedo Ortolan, o gestor corporativo da associação, Almir Torcato, e de sua equipe técnica, recebeu o prêmio e agradeceu em nome dos associados, dizendo estar muito feliz em compartilhar o momento de êxito, companheirismo e amizade. "Eu venho acompanhando o trabalho de melhoramento do IAC e vejo a dedicação e o esforço do Marcos Landell (diretor do Centro de Cana) que felizmente está tendo um desenvolvimento muito bom e nós estamos satisfeitos com os resultados.
Acho que ver essas variedades serem plantadas é uma realização, coroando com êxito toda essa dedicação". Além da Canaoeste, receberam a homenagem a Denusa – Destilaria Nova União; o Grupo Abengoa; o Grupo Bunge; o Grupo
Goiasa; o Grupo Jalles Machado e o Grupo SJC Bioenergia.