HCB: Energia do bem

31/10/2016 Energia POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 124
Os primeiros passos de Isa Iara Rozendo de Lima foram dados nos corredores do Hospital de Câncer Infanto Juvenil de Barretos, onde a menina, de 1 ano e cinco meses, tem feito tratamento desde que foi diagnosticada com leucemia, isso em março de 2015. “Começou com febre e quando levamos para fazer os exames descobrimos a doença, a partir daí, vem sendo atendida no hospital e agora, em setembro, começou o processo de transplante, já acharam alguém compatível”, explicou Danila Rozendo de Lima, de Irapuru-SP, onde trabalha como conselheira tutelar e reveza as semanas com a mãe, para poder acompanhar a menina ao hospital. “Aluguei uma casa em Barretos para ficar próxima dos procedimentos médicos. O hospital é muito importante para o tratamento da minha filha e me dá a segurança que está sendo feito o possível para a sua cura”, afirma Danila, que tem mais dois filhos de 13 e 4 anos. 
Edvalda Jesus da Silva, 34 anos, foi atendida em uma das 12 unidades mó-
veis do Hospital de Câncer de Barretos, durante sua permanência em Glória D'Oeste (MT), onde mora, e descobriu, após a retirada de uma verruga e de uma mancha preta nas costas, que se tratava de melanoma, um tipo de câncer de pele. Passou por cirurgia, no hospital de Barretos, e voltou para casa, mas em seguida, foi diagnosticada, também, com câncer de mama, e há 8 meses, deixou a profissão de manicure, marido e os dois filhos, de 14 e 19 anos, para continuar o tratamento no hospital, que envolveu a retirada da mama e sessões de quimioterapia.
“O silicone deu rejeição, precisou ser aberto 18 vezes desde que coloquei”, conta ela, mostrando para a repórter, as fotos de um longo e bonito cabelo louro, que começa agora a crescer embaixo do lenço que usa frequentemente. “Saber que estou no melhor hospital especializado nesta doença, me deixa mais segura e confiante”, ressalta ela que passou a morar na pousada da Rosa, seu lar nos últimos tempos, já que sua casa fica há 30 horas de Barretos.
A história de Isa e Edvalda tem algo em comum com a de outros milhares de pacientes que buscam no HCB (Hospital de Câncer de Barretos), um tratamento especializado e de primeiro mundo, um local que é referência em oncologia na América do Sul, ou até mesmo, no mundo.
“Barretos atende quatro mil pacientes por dia; Jales, 1200; Porto Velho, mais 800, são seis mil pacientes por dia, que o hospital atende em suas três unidades básicas de tratamento. Agora, se falar sobre diagnóstico, prevenção, vai para oito mil atendimentos diários”, explica Henrique Duarte Prata, diretor-geral do HCB. O hospital tem nove unidades fixas sendo algumas de prevenção, internação e tratamento: Barretos (SP); Jales (SP); Fernandópolis (SP); Nova Andradina (MS); Campo Grande (MS); Porto Velho (RO) e Juazeiro (BA). Somente no ano passado foram atendidos 135.219 mil pacientes e feitos 2.281.217 milhões de procedimentos; 785.480 atendimentos; 120.051 mamografias; 80.700 quimioterapias; 17.759 internações, em 1.889 municípios, contando também com o apoio das carretas (12 unidades móveis), que percorreram 97.298 km pelo país fazendo exames preventivos de cânceres de colo de útero, mama, odontológicos, pele e próstata.
“Surgiram 14.200 novos casos em 2015, que significam um fluxo de mais de 150 mil pessoas por ano”, conta Prata, esclarecendo que o hospital está atendendo acima da sua capacidade, procurando manter o seu lema em oferecer um atendimento humanizado, qualitativo e gratuito. “Infelizmente, isso é reflexo de um país desonesto como este, que nunca investiu na saúde, principalmente no câncer. Essa é a conta que sobra para a sociedade, é por isso que a gente faz um milhão de campanhas para continuar o nosso trabalho”, diz o executivo, explicando que faz parte das diretrizes da instituição manter o padrão de qualidade, tendo como parceiros os maiores centros internacionais, como St. Jude Children’s Research Hospital (Memphis, Tennessee, EUA) e MD Anderson Cancer Center (Houston, Texas, EUA), que tem os maiores índices de cura do mundo.
“Eu vou te dar uma diferença absurda, o Brasil cura 55% do câncer infantil e os EUA curam 95% dos mesmos cânceres”, afirma, completando “É triste, mas tem uma cultura enraizada no Governo de que o tratamento do câncer avançado é mais paliativo do que curativo, então, não prioriza, não dá valor, é só política. Os remédios que o SUS paga para fazer são de terceira a quinta categoria, não fazem efeito, então não é nada sério, por isso, mantemos parcerias com os grandes centros, buscando sempre oferecer o melhor, pois a campanha que o hospital tem é muito forte: de diminuir o tempo de diagnóstico, de atendimento, oferecendo assim mais chance ao paciente”, alegou.
Ajuda que vem dos canaviais
Atualmente, o custo mensal do hospital, que tem 380 médicos e 3.500 colaboradores, é de R$ 32 milhões por mês, recebendo R$ 15 milhões de recursos públicos, o deficit mensal é de R$ 17 milhões. Em 2015, chegou a R$
21,4 milhões por mês. “Com a ajuda de doações de empresários, empresas, fazendeiros, artistas, personalidades públicas, das milhares de campanhas e dos projetos que temos conseguimos manter o hospital funcionando”, explica Prata, reforçando a importância de cada ajuda e da solidariedade das pessoas.
Um desses projetos é o “Energia do Bem”, que consiste na doação da energia
gerada a partir da biomassa da cana (palha  e bagaço) das usinas para o hospital.
Idealizado pela Comerc Energia, gestora e comercializadora independente de energia elétrica do país, responsável pela viabilização do projeto, realizou a migração do hospital do mercado regulado para o mercado livre de energia, conhecido como ACL (Ambiente de Contratação Livre), que permite negociar a compra da eletricidade por um preço mais baixo, além de ser a responsável pela gestão dos contratos de fornecimento de energia sem custo para a instituição.
“São projetos que ajudam a dar sustentação, ajudam você não ter medo de crescer. O projeto é importantíssimo, muito mais importante do que a gente possa imaginar e gera uma economia de quase 30% de um R$ 1 milhão gasto mensalmente pelo hospital para abastecer seus 120.000 m² de área construída, em Barretos”, alega Prata. Segundo ele, o consumo de energia deverá aumentar mais de 25% no próximo ano com a chegada de um acervo de equipamentos de última geração.
“Graças a Deus temos bons parceiros e temos orgulho disso. Quando começamos o projeto, liguei para alguns empresários e fui muito bem atendido, como no caso do Toninho Tonielo (presidente do Grupo Viralcool, da Copercana e Sicoob Cocred) e ele se dispôs a nos ajudar com a doação de energia. O Toninho já nos ajudava com um grande evento que a Copercana faz todo ano e, sensibilizado, deu de pronto uma ajuda muito significativa e muito importante, que arrastou outras usinas a fazerem o mesmo”, constatou.
A Guarani foi a primeira usina a ser parceira do projeto. “Foi muito importante vincular a nossa marca ao Hospital, pois o trabalho feito ali tem que ser valorizado devido os benefícios que proporciona a milhares de pessoas, não só na região, no estado de São Paulo, mas para todo o Brasil, então ficamos muito honrados em colaborar com o HCB”, afirma Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil do Grupo Tereos, contando que a doação feita pela Guarani é suficiente para abastecer a área pediátrica do hospital.
“Ser parceiro deste projeto e poder contribuir para uma instituição que faz tanto pelo próximo é motivo de orgulho para nós da Virálcool, por isso, aceitamos desde o início a fazer parte dessa iniciativa que traz alternativas econômicas para o contínuo investimento na qualidade do atendimento ao paciente”, afirma o diretor industrial da Usina Viralcool, Antônio Eduardo Tonielo Filho. Opinião compartilhada com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim.
“É uma situação muito bacana e importante que orgulha todos nós saber que o setor sucroenergético se torna cada vez mais amplo na sua diversificação e consciente no sentido social, demostrado pelas usinas neste gesto tão eloquente que é doar parte da energia produzida para poder auxiliar o Hospital de Câncer de Barretos, auxiliar uma obra tão importante como esta socialmente e do ponto de vista da saúde” diz, completando “Eu vejo com alegria que cada vez mais usinas se somam neste esforço e passam a fazer a doação da sua energia. Essa é a boa energia é a energia da solidariedade que muda vidas e que faz o bem para as pessoas”, elucidou. 
Para o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar José de Souza, a parceria é muito importante. “É uma iniciativa muito louvável, pois além de contribuir com o hospital, a energia gerada através da biomassa, particularmente do bagaço e da palha da cana, é estratégica para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no setor de energia elétrica”, diz. Segundo o executivo, em 2015, a geração de energia renovável e sustentável pela biomassa da cana evitou o despejo de mais de 8 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. “Neste período, a oferta estimada de 20,4 TWh pela biomassa da cana ao SIN - Sistema Interligado Nacional, ajudou a poupar 14% das águas nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste e Centro-Oeste", afirma.
Parceria que gera economia
A Comerc Energia, empresa responsável pelo gerenciamento e comercialização de energia para consumidores livres e geradores, foi quem propôs a parceria ao hospital e vem a coordenando desde 2012, quando foi estabelecida e ganhou a adesão de algumas empresas. Confira a entrevista com Riolando R. Ribeiro Netto, superintendente comercial da empresa:
Revista Canavieiros: No que consiste a parceria da COMERC com o Hospital de Câncer de Barretos com relação ao projeto Energia do Bem e desde quando ela existe?
Riolando Netto: A parceria existe desde 2012. A Comerc criou o projeto e apresentou ao HCB. Somos uma empresa de gestão no mercado livre de energia e cuidamos de todo processo de migração e gerenciamento dos contratos no mercado livre. Fazemos esse trabalho sem custo para o HCB e pedimos a participação das usinas no projeto, com pequenas doações de energia. O HCB está hoje com uma unidade no mercado livre e iniciarão mais quatro no próximo mês, com objetivo de reduzir ainda mais o custo de energia para eles.
Revista Canavieiros: Quais são as principais vantagens dessa iniciativa?
RN: No mercado livre e com esse projeto, o HCB, além de consumir energia renovável, tem uma redução significativa no custo de energia.
Revista Canavieiros: Quantas usinas participam deste projeto?
RN: O projeto se iniciou com seis usinas Guarani, São José da Estiva, Ipiranga, Pitangueiras, Viralcool e Jales Machado. Atualmente, participam cinco: Usina Pitangueiras, Virálcool, Usina São José da Estiva, Usina Santa Isabel e Guarani.
Revista Canavieiros: A colaboração dessas usinas corresponde a quantos por cento da energia gasta pelo hospital? Quanto representa isso com relação a custo - redução para o hospital, gasto para as usinas? 
RN: Até este mês, com uma única unidade no mercado livre, essas doações correspondem 26% do total de energia requerido pelo HCB. A partir do próximo mês, com a migração de outras quatro unidades do HCB, esse valor será de 15%, aproximadamente. Cada MWh doado representa algo em torno de R$120,00 para a usina e uma economia de R$ 250,00 para o HCB.
Revista Canavieiros: Como é feita essa doação? Poderia explicar o processo de migração da energia da usina para o hospital?
RN: Existem dois tipos de consumidores de energia: o consumidor cativo (que paga tanto o uso da rede elétrica quanto a energia consumida para a concessionária de distribuição local) e o consumidor livre (que paga para a Concessionária de Distribuição local somente o uso da rede elétrica e compra energia elétrica de outros fornecedores). Agora o hospital faz parte do segundo grupo e as doações são efetivadas através de contratos entre as partes, registrados a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Revista Canavieiros: Há possibilidade de outras usinas participarem deste projeto no curto prazo?
RN: Sim! E seriam muito bem-vindas. As doações podem acontecer a qualquer momento, em qualquer volume de energia e por qualquer período. Quanto mais doações, mais economia para o HCB. Vamos ajudar o HCB a economizar mais para salvar ainda mais vidas!
Revista Canavieiros: Sabe me dizer quanto o hospital gasta de energia atualmente? (em R$ e em MWh de bioeletricidade)? Para atender 100% dessa demanda, quantas usinas precisariam participar do projeto?
RN: Em reais, o gasto é de R$ 1 milhão mensal e a economia chega a quase R$ 300 mil por mês. Em MWh, o consumo total é na casa de 10.000 MWh/ano e as doações representam 26%. Cada usina doa o quanto deseja e são volumes diferentes entre elas. O consumo total poderia ser atendido por uma só usina, mas as doações são pequenas. Se fizermos uma conta considerando a representatividade de hoje, diria umas 20 usinas.
Pavilhões
O hospital conta com diversos pavilhões e unidades. Confira quais são e as datas em que foram inaugurados: 
1. Pavilhão Antenor Duarte Villela: (Ambulatório e Consultórios Médicos) Inauguração:
06/12/1991
2. Pavilhão Chitãozinho & Xororó (Radioterapia, Diagnóstico por Imagem). Inaugura-
ção: 14/12/1995
3. Pavilhão Sérgio Reis (Laboratórios). Inauguração: 18/03/1997
4. Pavilhão Xuxa: (Quimioterapia). Inauguração: 03/11/1997
5. Pavilhão Leandro & Leonardo: (Medicina Nuclear, Fisioterapia e Odontologia). Inauguração:
26/12/1999
6. Pavilhão Gugu Liberato (UTI) Inauguração: 08/07/2002
7. Pavilhão José Serra (Centro Cirúrgico) Inauguração: 08/07/2002
8. Pavilhão Zezé di Camargo & Luciano – Internação (60 leitos) Inauguração: 08/07/2002
9. Pavilhão Sandy & Junior (Internação - 60 leitos) - Inauguração:26/05/2003
10. Pavilhão Gian & Giovani (Centro Administrativo e o CIA – Centro de Intercorrência
Ambulatorial). Inauguração: 27/08/2003
11. Pavilhão João Paulo & Daniel (Patologia, Farmácia, Faturamento, Departamento
Pessoal, Recursos Humanos). Inauguração: 12/05/2004.
12. Bloco de Serviços João Carlos Saad. Inauguração: 12/12/06
13. Pavilhão Eunice Carvalho Diniz e Zico Diniz: (Cozinha e Refeitório). In.: 13/12/06
14. Pavilhão Alexandre Pires: (Lavanderia). Inauguração: 22/12/06
Instituto de Prevenção Ivete Sangalo – JUAZEIRO – BA: 14/05/2007
15. Pavilhão Rio Negro & Solimões: (Almoxarifado). Inauguração: 12/06/07
16. Pavilhão Rick & Renner: ( Farmácia). Inauguração: 22/11/2007.
17. Centro de Educação Infantil Victorio e Iolanda Meneguelli (Creche). In.:26/11/07
18. Alojamento de Motoristas - Geraldo Abrão de Jesus. Inauguração: 07/05/08.
19. Pavilhão Cezar e Paulinho (SESMET, Departamento Pessoal, Vestiários) In.: 20/07/08.
20. Instituto de Prevenção de Câncer Ivete Sangalo (Instituto de Prevenção, Ensino e
Pesquisa). Inauguração 08/12/09.
21. Pavilhão “Os Independentes” (Radiologia – Endoscopia, Pequenas Cirurgias). In.: 07/05/10.
22. Pavilhão Bruno & Marrone – Unidade Jales (Quimioterapia, radioterapia, pequena
cirurgia, endoscopia). Inauguração: 14/06/10.
23. Pavilhão Grupo Petrópolis – Unidade Jales (consultórios, prevneção e exames de
diagnóstico). Inauguração: 14/06/10.
24. Prédio Captação e Desenvolvimento - Barretos (captação de recursos, projetos, assessoria
de comunicação). 20/08/2010
25. IRCAD-BRAZIL. Instituto de Treinamento em Cirurgias Minimamente Invasivas e
Cirurgia Robótica. 09/07/2011
26. HOSPITAL DE CÂNCER INFANTOJUVENIL – Luiz Inácio Lula da Sil. 24/03/12
27. Eunice Carvalho Diniz – Jales – Internação, UTI e Centro Cirúrgico. 29/06/2012
28. Hospital de Câncer – Porto Velho – 10/07/2012
29. Pavilhão Edson & Hudson – Cabeça e Pescoço, Odontologia e Fisioterapia. – 23/08/12.
31. Instituto de Prevenção “Julia Marzola Faria” em Fernandópolis (SP) - 23/11/12
32. Pavilhão Nelly J Colnaghi - Hematologia e Tórax – 04/03/2013
33. Hospital de Câncer Infantojuvenil - Centro Cirúrgico, UTI e Internação – 23/03/2013
34. Centro de Diagnóstico Antonio Morais dos Santos - Campo Grande – MS – 14/08/13
35. Unidade de Customização de Unidades Móveis – Barretos – SP – 29/11/2013
36. Unidade de Pesquisa Clínica – Barretos - SP – 29/11/2013
37. Departamento de Clínica Médica – Barretos – SP – 01/09/2014
38. Capela São Judas Tadeu – doação Fachinni – Jales – SP – 28/10/2014
39. Robô – Pavilhão Amélia Bernardini Cutrale – Barretos – SP- 17/11/2014
40. Pavilhão Jorge & Mateus – Barretos – SP – Oncogenética - 11/03/2015
41. Pavilhão Victor & Leo – Barretos – SP – Prevenção Colorretal – 02/12/2015
42. Pavilhão Fernando & Sorocaba – Barretos – SP – Prevenção de Colo do Útero 24/03/2016
Jantar beneficente em prol do hospital
Engajado também na ajuda ao hospital, o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, há uma década, realiza um jantar beneficente em prol do hospital, contando com apoio de parceiros, como multinacionais, empresários e autoridades. O evento acontece, desde o ano passado, no Centro de Eventos Copercana, um espaço com área total de 10,3 mil metros quadrados, estacionamento próprio, vestiário, sanitários, palco e camarins, cozinha e apoio para buffet, além de estrutura completa para receber
feiras, shows, formaturas e outras festividades. Moderno e sofisticado, traz conforto e tranquilidade a todos aqueles que ajudam o Hospital de Câncer de Barretos.
Nesta última década, o jantar contou com a participação de artistas consagrados como Chitãozinho e Xororó (2007); Leonardo (2008); Daniel (2009); Zezé di Camargo e Luciano (2010); Sérgio Reis e Renato Teixeira (2011); Victor e Léo (2012); Paula Fernandes (2013); Jorge e Mateus (2014); Ivete Sangalo (2015) e Fernando & Sorocaba, este ano (2016). Além de ser a décima edição desse evento, marcou a comemoração dos 54 anos de existência do hospital. Como presente, ganhou o Pavilhão “Fernando & Sorocaba”, local que abriga o importante serviço de prevenção de câncer do colo do útero. 
“O jantar anual realizado pela Copercana é muito significativo. Nós fazemos mais de 20 jantares por ano e o pole position, o campeão de arrecadação é o da Copercana”, afirma Henrique Prata, presidente do hospital.
Para o presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, a parceria é uma questão de amor ao próximo. “Abraçamos essa campanha com o hospital, referência em tratamento de uma doença que persegue as famílias e causa muito sofrimento e ali sabemos que recebem um tratamento de primeiro mundo e se sentem seguros. Então é um jeito da cooperativa, através de todas as cidades que ela representa, retribuir todo este empenho deles”, diz, concluindo. “Eu acho que um alívio  de consciência para nós, produtores, empresários que a gente está fazendo alguma coisa para poder melhorar a saúde da nossa população”.
Missão de vida
Inicialmente estruturado para atendimento geral e não apenas oncológico, o Hospital de Câncer de Barretos, nasceu como Hospital São Judas Tadeu, fundado pelo médico Paulo Prata, com o apoio de sua esposa, a doutora Scylla Duarte Prata. “O hospital nasceu com a ideia que houvesse no interior, nos anos 60, uma entidade com especialidade em câncer, pois naquela época as pessoas precisavam ir a São Paulo fazer tratamento”, explicou Henrique, se referindo aos pais, os fundadores do hospital, hoje, transformado juridicamente na Fundação Pio XII. “Na época meus pais escolheram o nome de São Judas Tadeu porque tratar de câncer sem apoio de Governo e preferenciando só os pobres, é um fato que precisa de uma luz sobre a fé, uma fé muito grande de perseverar nesta conduta e a missão seria muito difícil e é até hoje é muito difícil, eu acho que é por isso que meu pai se inspirou no santo das causas impossíveis para dar o nome ao hospital”, diz.
A escolha por Barretos foi pela proximidade familiar. “Meus avós maternos moravam aqui. Meu avô era um homem bem-sucedido tinha pecuária, frigorífico, indústria”, conta Prata, se referindo ao avô, seu mentor da escola da vida, como costuma dizer, foi a profissão dele, de fazendeiro que Henrique escolheu e não a de médico como seus pais, mas executivo conseguiu ultrapassar as dificuldades e seguir o sonho do pai de manter o hospital funcionando. “Uma obra como essa, só toca quem tem fé, quem abraça com fé, porque pela razão nunca deveria ter existido. Ela sempre trabalhou com déficit. No tempo dos meus pais, a minha mãe tinha recurso e ajudava a pagar os déficits no final do ano, mas era um hospital pequeno de dois mil metros quadrados, 60 colaboradores.
Hoje é um gigante, com quatro mil colaboradores, de 120 mil metros quadrados. Quem entra em um projeto como este, entra com o sentido único de servir a Deus. Não tem compromisso com mais ninguém, com mais nada, então, não tem como sentir, em algum momento, que você vai desistir, não existe isso. Acho que as pessoas sentem que é uma missão de vida. Meus pais sentiam, eu sinto. É como uma missão de vida”.
54 anos, mais expansão no próximo ano
 
Muitas foram as conquistas nestes 54 anos desde a fundação do hospital. “Independente da vontade e da ajuda do Governo, nós conseguimos vencer as dificuldades e fazer o hospital crescer”, afirma Prata. Segundo ele, um fato para se destacar é o envolvimento da sociedade em apoiar o projeto da forma como vem sendo feito, contribuindo para a sua expansão, como ocorrerá no ano que vem, com a inauguração de um grande centro de pesquisa, em Barretos e de outro centro de atendimento, no Norte do país. “Estou construindo o hospital na Amazônia e fico emocionado e assustado de ver como as pessoas doaram seu dinheiro, muitas delas porque leram o meu livro e se sensibilizaram com a história do hospital”, conta ele, se referindo ao seu livro “Acima de tudo o Amor” como a fé e a solidariedade construíram o maior polo de referência nacional na luta contra o câncer, que já está em sua 5ª edição.
Sobre o hospital no Amazonas, o diretor conta que em 2017, será inaugurado, uma ala de ambulatório, trazendo um ganho extraordinário para o país e para os pacientes, que não precisarão vir de lá para Barretos. Quando estiver totalmente pronto, o centro irá atender mais de dois mil e quinhentos pacientes por dia, sendo a maior filial de Barretos, cobrindo a demanda de lá no hospital paulista, que chega a ser de mais de seis mil pacientes por mês, mesmo que oito mil já sejam atendidos lá. “O país é carente de cima até embaixo. Tem 50 anos que existe essa demanda e 50 anos que não existe interesse do Governo em tratar câncer, então ou nós fazemos por nós mesmos ou não sei como fica. O que me motiva, me dá força e orgulho, é saber que a sociedade civil tem comprometimento perante a Deus e não perante a ninguém mais”, finaliza.
 
Os primeiros passos de Isa Iara Rozendo de Lima foram dados nos corredores do Hospital de Câncer Infanto Juvenil de Barretos, onde a menina, de 1 ano e cinco meses, tem feito tratamento desde que foi diagnosticada com leucemia, isso em março de 2015. “Começou com febre e quando levamos para fazer os exames descobrimos a doença, a partir daí, vem sendo atendida no hospital e agora, em setembro, começou o processo de transplante, já acharam alguém compatível”, explicou Danila Rozendo de Lima, de Irapuru-SP, onde trabalha como conselheira tutelar e reveza as semanas com a mãe, para poder acompanhar a menina ao hospital. “Aluguei uma casa em Barretos para ficar próxima dos procedimentos médicos. O hospital é muito importante para o tratamento da minha filha e me dá a segurança que está sendo feito o possível para a sua cura”, afirma Danila, que tem mais dois filhos de 13 e 4 anos. 

 
Edvalda Jesus da Silva, 34 anos, foi atendida em uma das 12 unidades móveis do Hospital de Câncer de Barretos, durante sua permanência em Glória D'Oeste (MT), onde mora, e descobriu, após a retirada de uma verruga e de uma mancha preta nas costas, que se tratava de melanoma, um tipo de câncer de pele. Passou por cirurgia, no hospital de Barretos, e voltou para casa, mas em seguida, foi diagnosticada, também, com câncer de mama, e há 8 meses, deixou a profissão de manicure, marido e os dois filhos, de 14 e 19 anos, para continuar o tratamento no hospital, que envolveu a retirada da mama e sessões de quimioterapia.
 
“O silicone deu rejeição, precisou ser aberto 18 vezes desde que coloquei”, conta ela, mostrando para a repórter, as fotos de um longo e bonito cabelo louro, que começa agora a crescer embaixo do lenço que usa frequentemente. “Saber que estou no melhor hospital especializado nesta doença, me deixa mais segura e confiante”, ressalta ela que passou a morar na pousada da Rosa, seu lar nos últimos tempos, já que sua casa fica há 30 horas de Barretos.

 
A história de Isa e Edvalda tem algo em comum com a de outros milhares de pacientes que buscam no HCB (Hospital de Câncer de Barretos), um tratamento especializado e de primeiro mundo, um local que é referência em oncologia na América do Sul, ou até mesmo, no mundo.

 
“Barretos atende quatro mil pacientes por dia; Jales, 1200; Porto Velho, mais 800, são seis mil pacientes por dia, que o hospital atende em suas três unidades básicas de tratamento. Agora, se falar sobre diagnóstico, prevenção, vai para oito mil atendimentos diários”, explica Henrique Duarte Prata, diretor-geral do HCB. O hospital tem nove unidades fixas sendo algumas de prevenção, internação e tratamento: Barretos (SP); Jales (SP); Fernandópolis (SP); Nova Andradina (MS); Campo Grande (MS); Porto Velho (RO) e Juazeiro (BA). Somente no ano passado foram atendidos 135.219 mil pacientes e feitos 2.281.217 milhões de procedimentos; 785.480 atendimentos; 120.051 mamografias; 80.700 quimioterapias; 17.759 internações, em 1.889 municípios, contando também com o apoio das carretas (12 unidades móveis), que percorreram 97.298 km pelo país fazendo exames preventivos de cânceres de colo de útero, mama, odontológicos, pele e próstata.

 
“Surgiram 14.200 novos casos em 2015, que significam um fluxo de mais de 150 mil pessoas por ano”, conta Prata, esclarecendo que o hospital está atendendo acima da sua capacidade, procurando manter o seu lema em oferecer um atendimento humanizado, qualitativo e gratuito. “Infelizmente, isso é reflexo de um país desonesto como este, que nunca investiu na saúde, principalmente no câncer. Essa é a conta que sobra para a sociedade, é por isso que a gente faz um milhão de campanhas para continuar o nosso trabalho”, diz o executivo, explicando que faz parte das diretrizes da instituição manter o padrão de qualidade, tendo como parceiros os maiores centros internacionais, como St. Jude Children’s Research Hospital (Memphis, Tennessee, EUA) e MD Anderson Cancer Center (Houston, Texas, EUA), que tem os maiores índices de cura do mundo.

 
“Eu vou te dar uma diferença absurda, o Brasil cura 55% do câncer infantil e os EUA curam 95% dos mesmos cânceres”, afirma, completando “É triste, mas tem uma cultura enraizada no Governo de que o tratamento do câncer avançado é mais paliativo do que curativo, então, não prioriza, não dá valor, é só política. Os remédios que o SUS paga para fazer são de terceira a quinta categoria, não fazem efeito, então não é nada sério, por isso, mantemos parcerias com os grandes centros, buscando sempre oferecer o melhor, pois a campanha que o hospital tem é muito forte: de diminuir o tempo de diagnóstico, de atendimento, oferecendo assim mais chance ao paciente”, alegou.

 
Ajuda que vem dos canaviais

 
Atualmente, o custo mensal do hospital, que tem 380 médicos e 3.500 colaboradores, é de R$ 32 milhões por mês, recebendo R$ 15 milhões de recursos públicos, o deficit mensal é de R$ 17 milhões. Em 2015, chegou a R$ 21,4 milhões por mês. “Com a ajuda de doações de empresários, empresas, fazendeiros, artistas, personalidades públicas, das milhares de campanhas e dos projetos que temos conseguimos manter o hospital funcionando”, explica Prata, reforçando a importância de cada ajuda e da solidariedade das pessoas.
 
Um desses projetos é o “Energia do Bem”, que consiste na doação da energia gerada a partir da biomassa da cana (palha  e bagaço) das usinas para o hospital.
 
Idealizado pela Comerc Energia, gestora e comercializadora independente de energia elétrica do país, responsável pela viabilização do projeto, realizou a migração do hospital do mercado regulado para o mercado livre de energia, conhecido como ACL (Ambiente de Contratação Livre), que permite negociar a compra da eletricidade por um preço mais baixo, além de ser a responsável pela gestão dos contratos de fornecimento de energia sem custo para a instituição.

 
“São projetos que ajudam a dar sustentação, ajudam você não ter medo de crescer. O projeto é importantíssimo, muito mais importante do que a gente possa imaginar e gera uma economia de quase 30% de um R$ 1 milhão gasto mensalmente pelo hospital para abastecer seus 120.000 m² de área construída, em Barretos”, alega Prata. Segundo ele, o consumo de energia deverá aumentar mais de 25% no próximo ano com a chegada de um acervo de equipamentos de última geração.

 
“Graças a Deus temos bons parceiros e temos orgulho disso. Quando começamos o projeto, liguei para alguns empresários e fui muito bem atendido, como no caso do Toninho Tonielo (presidente do Grupo Viralcool, da Copercana e Sicoob Cocred) e ele se dispôs a nos ajudar com a doação de energia. O Toninho já nos ajudava com um grande evento que a Copercana faz todo ano e, sensibilizado, deu de pronto uma ajuda muito significativa e muito importante, que arrastou outras usinas a fazerem o mesmo”, constatou.

 
A Guarani foi a primeira usina a ser parceira do projeto. “Foi muito importante vincular a nossa marca ao Hospital, pois o trabalho feito ali tem que ser valorizado devido os benefícios que proporciona a milhares de pessoas, não só na região, no estado de São Paulo, mas para todo o Brasil, então ficamos muito honrados em colaborar com o HCB”, afirma Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil do Grupo Tereos, contando que a doação feita pela Guarani é suficiente para abastecer a área pediátrica do hospital.

 
“Ser parceiro deste projeto e poder contribuir para uma instituição que faz tanto pelo próximo é motivo de orgulho para nós da Virálcool, por isso, aceitamos desde o início a fazer parte dessa iniciativa que traz alternativas econômicas para o contínuo investimento na qualidade do atendimento ao paciente”, afirma o diretor industrial da Usina Viralcool, Antônio Eduardo Tonielo Filho. Opinião compartilhada com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim.

 
“É uma situação muito bacana e importante que orgulha todos nós saber que o setor sucroenergético se torna cada vez mais amplo na sua diversificação e consciente no sentido social, demostrado pelas usinas neste gesto tão eloquente que é doar parte da energia produzida para poder auxiliar o Hospital de Câncer de Barretos, auxiliar uma obra tão importante como esta socialmente e do ponto de vista da saúde” diz, completando “Eu vejo com alegria que cada vez mais usinas se somam neste esforço e passam a fazer a doação da sua energia. Essa é a boa energia é a energia da solidariedade que muda vidas e que faz o bem para as pessoas”, elucidou. 

 
Para o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar José de Souza, a parceria é muito importante. “É uma iniciativa muito louvável, pois além de contribuir com o hospital, a energia gerada através da biomassa, particularmente do bagaço e da palha da cana, é estratégica para a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no setor de energia elétrica”, diz. Segundo o executivo, em 2015, a geração de energia renovável e sustentável pela biomassa da cana evitou o despejo de mais de 8 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. “Neste período, a oferta estimada de 20,4 TWh pela biomassa da cana ao SIN - Sistema Interligado Nacional, ajudou a poupar 14% das águas nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste e Centro-Oeste", afirma.

 
Parceria que gera economia

 
A Comerc Energia, empresa responsável pelo gerenciamento e comercialização de energia para consumidores livres e geradores, foi quem propôs a parceria ao hospital e vem a coordenando desde 2012, quando foi estabelecida e ganhou a adesão de algumas empresas. Confira a entrevista com Riolando R. Ribeiro Netto, superintendente comercial da empresa:

 
Revista Canavieiros: No que consiste a parceria da COMERC com o Hospital de Câncer de Barretos com relação ao projeto Energia do Bem e desde quando ela existe?
 
Riolando Netto: A parceria existe desde 2012. A Comerc criou o projeto e apresentou ao HCB. Somos uma empresa de gestão no mercado livre de energia e cuidamos de todo processo de migração e gerenciamento dos contratos no mercado livre. Fazemos esse trabalho sem custo para o HCB e pedimos a participação das usinas no projeto, com pequenas doações de energia. O HCB está hoje com uma unidade no mercado livre e iniciarão mais quatro no próximo mês, com objetivo de reduzir ainda mais o custo de energia para eles.


 
Revista Canavieiros: Quais são as principais vantagens dessa iniciativa?
 
RN: No mercado livre e com esse projeto, o HCB, além de consumir energia renovável, tem uma redução significativa no custo de energia.
Revista Canavieiros: Quantas usinas participam deste projeto?
 
RN: O projeto se iniciou com seis usinas Guarani, São José da Estiva, Ipiranga, Pitangueiras, Viralcool e Jales Machado. Atualmente, participam cinco: Usina Pitangueiras, Virálcool, Usina São José da Estiva, Usina Santa Isabel e Guarani.
 
Revista Canavieiros: A colaboração dessas usinas corresponde a quantos por cento da energia gasta pelo hospital? Quanto representa isso com relação a custo - redução para o hospital, gasto para as usinas? 
 
RN: Até este mês, com uma única unidade no mercado livre, essas doações correspondem 26% do total de energia requerido pelo HCB. A partir do próximo mês, com a migração de outras quatro unidades do HCB, esse valor será de 15%, aproximadamente. Cada MWh doado representa algo em torno de R$120,00 para a usina e uma economia de R$ 250,00 para o HCB.
 
Revista Canavieiros: Como é feita essa doação? Poderia explicar o processo de migração da energia da usina para o hospital?
 
RN: Existem dois tipos de consumidores de energia: o consumidor cativo (que paga tanto o uso da rede elétrica quanto a energia consumida para a concessionária de distribuição local) e o consumidor livre (que paga para a Concessionária de Distribuição local somente o uso da rede elétrica e compra energia elétrica de outros fornecedores). Agora o hospital faz parte do segundo grupo e as doações são efetivadas através de contratos entre as partes, registrados a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
 
Revista Canavieiros: Há possibilidade de outras usinas participarem deste projeto no curto prazo?
 
RN: Sim! E seriam muito bem-vindas. As doações podem acontecer a qualquer momento, em qualquer volume de energia e por qualquer período. Quanto mais doações, mais economia para o HCB. Vamos ajudar o HCB a economizar mais para salvar ainda mais vidas!
 
Revista Canavieiros: Sabe me dizer quanto o hospital gasta de energia atualmente? (em R$ e em MWh de bioeletricidade)? Para atender 100% dessa demanda, quantas usinas precisariam participar do projeto?
 
RN: Em reais, o gasto é de R$ 1 milhão mensal e a economia chega a quase R$ 300 mil por mês. Em MWh, o consumo total é na casa de 10.000 MWh/ano e as doações representam 26%. Cada usina doa o quanto deseja e são volumes diferentes entre elas. O consumo total poderia ser atendido por uma só usina, mas as doações são pequenas. Se fizermos uma conta considerando a representatividade de hoje, diria umas 20 usinas.
 
Pavilhões
 
O hospital conta com diversos pavilhões e unidades. Confira quais são e as datas em que foram inaugurados: 
1. Pavilhão Antenor Duarte Villela: (Ambulatório e Consultórios Médicos) Inauguração:
06/12/1991
2. Pavilhão Chitãozinho & Xororó (Radioterapia, Diagnóstico por Imagem). Inauguração: 14/12/1995
3. Pavilhão Sérgio Reis (Laboratórios). Inauguração: 18/03/1997
4. Pavilhão Xuxa: (Quimioterapia). Inauguração: 03/11/1997
5. Pavilhão Leandro & Leonardo: (Medicina Nuclear, Fisioterapia e Odontologia). Inauguração: 26/12/1999
6. Pavilhão Gugu Liberato (UTI) Inauguração: 08/07/2002
7. Pavilhão José Serra (Centro Cirúrgico) Inauguração: 08/07/2002
8. Pavilhão Zezé di Camargo & Luciano – Internação (60 leitos) Inauguração: 08/07/2002
9. Pavilhão Sandy & Junior (Internação - 60 leitos) - Inauguração:26/05/2003
10. Pavilhão Gian & Giovani (Centro Administrativo e o CIA – Centro de Intercorrência Ambulatorial). Inauguração: 27/08/2003
11. Pavilhão João Paulo & Daniel (Patologia, Farmácia, Faturamento, Departamento
Pessoal, Recursos Humanos). Inauguração: 12/05/2004.
12. Bloco de Serviços João Carlos Saad. Inauguração: 12/12/06
13. Pavilhão Eunice Carvalho Diniz e Zico Diniz: (Cozinha e Refeitório). In.: 13/12/06
14. Pavilhão Alexandre Pires: (Lavanderia). Inauguração: 22/12/06
Instituto de Prevenção Ivete Sangalo – JUAZEIRO – BA: 14/05/2007
15. Pavilhão Rio Negro & Solimões: (Almoxarifado). Inauguração: 12/06/07
16. Pavilhão Rick & Renner: ( Farmácia). Inauguração: 22/11/2007.
17. Centro de Educação Infantil Victorio e Iolanda Meneguelli (Creche). In.:26/11/07
18. Alojamento de Motoristas - Geraldo Abrão de Jesus. Inauguração: 07/05/08.
19. Pavilhão Cezar e Paulinho (SESMET, Departamento Pessoal, Vestiários) In.: 20/07/08.
20. Instituto de Prevenção de Câncer Ivete Sangalo (Instituto de Prevenção, Ensino e Pesquisa). Inauguração 08/12/09.
21. Pavilhão “Os Independentes” (Radiologia – Endoscopia, Pequenas Cirurgias). In.: 07/05/10.
22. Pavilhão Bruno & Marrone – Unidade Jales (Quimioterapia, radioterapia, pequena cirurgia, endoscopia). Inauguração: 14/06/10.
23. Pavilhão Grupo Petrópolis – Unidade Jales (consultórios, prevneção e exames de diagnóstico). Inauguração: 14/06/10.
24. Prédio Captação e Desenvolvimento - Barretos (captação de recursos, projetos, assessoria de comunicação). 20/08/2010
25. IRCAD-BRAZIL. Instituto de Treinamento em Cirurgias Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica. 09/07/2011
26. HOSPITAL DE CÂNCER INFANTOJUVENIL – Luiz Inácio Lula da Sil. 24/03/12
27. Eunice Carvalho Diniz – Jales – Internação, UTI e Centro Cirúrgico. 29/06/2012
28. Hospital de Câncer – Porto Velho – 10/07/2012
29. Pavilhão Edson & Hudson – Cabeça e Pescoço, Odontologia e Fisioterapia. – 23/08/12.
31. Instituto de Prevenção “Julia Marzola Faria” em Fernandópolis (SP) - 23/11/12
32. Pavilhão Nelly J Colnaghi - Hematologia e Tórax – 04/03/2013
33. Hospital de Câncer Infantojuvenil - Centro Cirúrgico, UTI e Internação – 23/03/2013
34. Centro de Diagnóstico Antonio Morais dos Santos - Campo Grande – MS – 14/08/13
35. Unidade de Customização de Unidades Móveis – Barretos – SP – 29/11/2013
36. Unidade de Pesquisa Clínica – Barretos - SP – 29/11/2013
37. Departamento de Clínica Médica – Barretos – SP – 01/09/2014
38. Capela São Judas Tadeu – doação Fachinni – Jales – SP – 28/10/2014
39. Robô – Pavilhão Amélia Bernardini Cutrale – Barretos – SP- 17/11/2014
40. Pavilhão Jorge & Mateus – Barretos – SP – Oncogenética - 11/03/2015
41. Pavilhão Victor & Leo – Barretos – SP – Prevenção Colorretal – 02/12/2015
42. Pavilhão Fernando & Sorocaba – Barretos – SP – Prevenção de Colo do Útero 24/03/2016
 

Jantar beneficente em prol do hospital
 
Engajado também na ajuda ao hospital, o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, há uma década, realiza um jantar beneficente em prol do hospital, contando com apoio de parceiros, como multinacionais, empresários e autoridades. O evento acontece, desde o ano passado, no Centro de Eventos Copercana, um espaço com área total de 10,3 mil metros quadrados, estacionamento próprio, vestiário, sanitários, palco e camarins, cozinha e apoio para buffet, além de estrutura completa para receber feiras, shows, formaturas e outras festividades. Moderno e sofisticado, traz conforto e tranquilidade a todos aqueles que ajudam o Hospital de Câncer de Barretos.

 
Nesta última década, o jantar contou com a participação de artistas consagrados como Chitãozinho e Xororó (2007); Leonardo (2008); Daniel (2009); Zezé di Camargo e Luciano (2010); Sérgio Reis e Renato Teixeira (2011); Victor e Léo (2012); Paula Fernandes (2013); Jorge e Mateus (2014); Ivete Sangalo (2015) e Fernando & Sorocaba, este ano (2016). Além de ser a décima edição desse evento, marcou a comemoração dos 54 anos de existência do hospital. Como presente, ganhou o Pavilhão “Fernando & Sorocaba”, local que abriga o importante serviço de prevenção de câncer do colo do útero. 

 
“O jantar anual realizado pela Copercana é muito significativo. Nós fazemos mais de 20 jantares por ano e o pole position, o campeão de arrecadação é o da Copercana”, afirma Henrique Prata, presidente do hospital.

 
Para o presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, a parceria é uma questão de amor ao próximo. “Abraçamos essa campanha com o hospital, referência em tratamento de uma doença que persegue as famílias e causa muito sofrimento e ali sabemos que recebem um tratamento de primeiro mundo e se sentem seguros. Então é um jeito da cooperativa, através de todas as cidades que ela representa, retribuir todo este empenho deles”, diz, concluindo. “Eu acho que um alívio  de consciência para nós, produtores, empresários que a gente está fazendo alguma coisa para poder melhorar a saúde da nossa população”.

 
Missão de vida

 
Inicialmente estruturado para atendimento geral e não apenas oncológico, o Hospital de Câncer de Barretos, nasceu como Hospital São Judas Tadeu, fundado pelo médico Paulo Prata, com o apoio de sua esposa, a doutora Scylla Duarte Prata. “O hospital nasceu com a ideia que houvesse no interior, nos anos 60, uma entidade com especialidade em câncer, pois naquela época as pessoas precisavam ir a São Paulo fazer tratamento”, explicou Henrique, se referindo aos pais, os fundadores do hospital, hoje, transformado juridicamente na Fundação Pio XII. “Na época meus pais escolheram o nome de São Judas Tadeu porque tratar de câncer sem apoio de Governo e preferenciando só os pobres, é um fato que precisa de uma luz sobre a fé, uma fé muito grande de perseverar nesta conduta e a missão seria muito difícil e é até hoje é muito difícil, eu acho que é por isso que meu pai se inspirou no santo das causas impossíveis para dar o nome ao hospital”, diz.

 
A escolha por Barretos foi pela proximidade familiar. “Meus avós maternos moravam aqui. Meu avô era um homem bem-sucedido tinha pecuária, frigorífico, indústria”, conta Prata, se referindo ao avô, seu mentor da escola da vida, como costuma dizer, foi a profissão dele, de fazendeiro que Henrique escolheu e não a de médico como seus pais, mas executivo conseguiu ultrapassar as dificuldades e seguir o sonho do pai de manter o hospital funcionando. “Uma obra como essa, só toca quem tem fé, quem abraça com fé, porque pela razão nunca deveria ter existido. Ela sempre trabalhou com déficit. No tempo dos meus pais, a minha mãe tinha recurso e ajudava a pagar os déficits no final do ano, mas era um hospital pequeno de dois mil metros quadrados, 60 colaboradores.

 
Hoje é um gigante, com quatro mil colaboradores, de 120 mil metros quadrados. Quem entra em um projeto como este, entra com o sentido único de servir a Deus. Não tem compromisso com mais ninguém, com mais nada, então, não tem como sentir, em algum momento, que você vai desistir, não existe isso. Acho que as pessoas sentem que é uma missão de vida. Meus pais sentiam, eu sinto. É como uma missão de vida”.

 
54 anos, mais expansão no próximo ano
 
 
Muitas foram as conquistas nestes 54 anos desde a fundação do hospital. “Independente da vontade e da ajuda do Governo, nós conseguimos vencer as dificuldades e fazer o hospital crescer”, afirma Prata. Segundo ele, um fato para se destacar é o envolvimento da sociedade em apoiar o projeto da forma como vem sendo feito, contribuindo para a sua expansão, como ocorrerá no ano que vem, com a inauguração de um grande centro de pesquisa, em Barretos e de outro centro de atendimento, no Norte do país. “Estou construindo o hospital na Amazônia e fico emocionado e assustado de ver como as pessoas doaram seu dinheiro, muitas delas porque leram o meu livro e se sensibilizaram com a história do hospital”, conta ele, se referindo ao seu livro “Acima de tudo o Amor” como a fé e a solidariedade construíram o maior polo de referência nacional na luta contra o câncer, que já está em sua 5ª edição.

 
Sobre o hospital no Amazonas, o diretor conta que em 2017, será inaugurado, uma ala de ambulatório, trazendo um ganho extraordinário para o país e para os pacientes, que não precisarão vir de lá para Barretos. Quando estiver totalmente pronto, o centro irá atender mais de dois mil e quinhentos pacientes por dia, sendo a maior filial de Barretos, cobrindo a demanda de lá no hospital paulista, que chega a ser de mais de seis mil pacientes por mês, mesmo que oito mil já sejam atendidos lá. “O país é carente de cima até embaixo. Tem 50 anos que existe essa demanda e 50 anos que não existe interesse do Governo em tratar câncer, então ou nós fazemos por nós mesmos ou não sei como fica. O que me motiva, me dá força e orgulho, é saber que a sociedade civil tem comprometimento perante a Deus e não perante a ninguém mais”, finaliza.