Helicoverpa: Produtores podem estar ocultando casos para não serem fiscalizados
17/02/2014
Agricultura
POR: Agrolink | Leonardo Gottems
Produtores podem estar ocultando casos de Helicoverpa armigera no Brasil para não serem fiscalizados, e assim poderem usar produtos ainda proibidos em algumas regiões do País. O alerta é feito pela pesquisadora da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cecília Czepak.
A doutora pela Universitá Di Degli Studi Di Perugia Perugia (Itália) é fonte desta série de matérias que o Portal Agrolink vem publicando diariamente. Ela analisa o aparecimento, a realidade atual e o futuro do cenário fitossanitário brasileiro, em especial com relação à H. armigera.
“Não é um cenário muito bom, pois estamos em pleno veranico. Saímos, pelo menos em algumas regiões, de um surto altíssimo de falsas medideiras e agora a mosca branca e a Helicoverpa estão 'pipocando' para todos os cantos do país...”, analisa ela.
“O que nos assusta é que temos uma certa desconfiança de que esta aparente 'calmaria' em relação a Helicoverpa tem a ver com o uso de moléculas não autorizadas no Brasil, ou o que é pior: muitos podem estar escondendo a presença da praga justamente para não correr o risco de serem fiscalizados por uso indevido, ou não autorizado, de certos produtos químicos. Isso nos preocupa, pois agora é a soja, depois serão as hortaliças as próximas a serem pulverizadas com não sei o que”, alerta Cecilia.
A pesquisadora adverte que a Helicoverpa armigera “permanece onde há cultivos, e neste caso o sistema produtivo brasileiro é farto e incessante. Além do que, temos as condições climáticas ideais para esta e qualquer outra praga. Precisamos mudar hábitos, temos uma agricultura ainda ineficiente, pois não conseguimos explorar todo o potencial que uma cultivar é capaz de nos oferecer, e o que é pior – perdemos no plantio, na emergência, no desenvolvimento, na colheita, no transporte e no armazenamento. Enfim, se ao contrário de aumentarmos áreas fizéssemos uma agricultura mais eficiente, talvez o cenário fosse outro”.