IAC inicia pesquisa para a confecção do 6º Censo Varietal – Safra 2021/22

30/07/2021 BANCO DE VARIEDADES POR: * Marcos G. A. Landell ** Rubens L. do C. Braga Jr

Pelo sexto ano consecutivo, o Programa Cana IAC, vinculado ao Instituto Agronômico e pertencente à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, iniciou a realização o Censo Varietal IAC. Esse trabalho tem como objetivo atender a crescente necessidade de informações técnicas do setor sucroenergético, possibilitando aos participantes o acesso a importantes conhecimentos sobre a dinâmica do uso de variedades de cana-de-açúcar no Brasil.

Para tanto, são solicitadas informações sobre as áreas cultivadas com as variedades, por estágio de corte, para todas as unidades produtoras brasileiras, ou seja, destilarias, usinas autônomas, usinas com destilarias anexas e associações de fornecedores.

Com compromisso de apresentar as informações ao público de maneira transparente, mas, resguardando a confidencialidade da informação individual enviada por cada uma das unidades produtoras, os dados do Censo Varietal IAC são apresentados de forma agrupada, permitindo uma visão contextual de regiões referente à maior inovação varietal, assim como a indicação dos riscos biológicos advindos de grande concentração varietal que porventura venha a ocorrer em alguma das regiões amostradas.

Para a safra 2021/22, a coleta de informações se iniciou em 02/05/2021 na região Centro-Sul do país e já conta com a participação de 133 unidades produtoras que totalizaram uma área de 3,9 milhões de hectares recenseados. Os participantes do projeto recebem relatórios estratégicos mensais com a consolidação das informações coletadas até o fechamento de cada mês e participam de sorteios de pacotes tecnológicos disponibilizados pelo IAC.

Os primeiros resultados mostram que a variedade RB867515, que ocupou a maior área nos últimos quatorze anos, está muito perto de perder essa posição (Figura 1). Em relação à safra passada, essa variedade teve uma redução de 4,2 pontos percentuais na sua participação. Já a variedade RB966928 parece ter atingido o seu porcentual máximo (ganho de apenas 0,1 ponto percentual em relação à safra passada). Entre as três primeiras, a variedade CTC4 foi a que mais cresceu em relação à safra passada (ganho de 1,4 ponto porcentual).

É interessante observar a alteração do perfil varietal da Região Centro-Sul. Em apenas seis anos houve uma mudança radical nas 15 variedades mais cultivadas, sendo que sete delas (CTC15, CTC2, IACSP95-5000, RB835054, RB855536, SP80-1816 e SP80-1842) foram substituídas por variedades mais modernas (CTC9001, CTC9002, CTC9003, CV7870, IAC91-1099, RB975201 e RB975242), que apresentam um maior perfilhamento, hábito crescimento ereto, um equilíbrio biométrico (diâmetro e altura), fechamento mais rápido das entrelinhas e bom enquadramento no sistema de colheita do 3º eixo (caminhamento de safra), além de apresentarem um melhor TCH e TAH quando bem manejadas.

Figura 1 – Comparação da área total cultivada entre o estado de São Paulo e os outros estados da região Centro- -Sul do Brasil.

Outra informação interessante do Censo Varietal aparece quando se compara as variedades cultivadas no estado de São Paulo em relação às cultivadas nos demais estados da Região Centro-Sul (Figura 2). Entre as doze variedades com maior área no geral, as maiores diferenças são encontradas na variedade RB966928,com maior participação no estado de São Paulo e na RB867515, muito concentrada nos demais estados da região Centro-Sul.

Figura 2 – Comparação da área total cultivada entre o estado de São Paulo e os outros estados da região Centro-Sul do Brasil.

Para avaliar a projeção de crescendo/decrescendo das variedades, foi criado o índice de evolução varietal (I.E.V.), calculado pela diferença entre a porcentagem da área de plantio e a porcentagem da área de colheita. Pelos dados obtidos até o momento, as variedades RB867515 (IEV = -4,4%), RB966928 (-4,0%), RB855156 (-2,5%) e RB92579 (-2,1%) são as que projetam as maiores reduções para as próximas safras (Figura 2). Em contrapartida, as variedades RB975242 (IEV = 4,1%), CTC9001 (3,0%), CTC9003 (2,6%), CV7870 (2,4%) e RB975201 (2,1%) deverão ter os maiores acréscimos nas safras futuras.

Figura 2 –Índice de Evolução Varietal (relação % área plantada - % área colhida) – Safra 21/22, para região Centro-Sul do Brasil.

A coleta de dados continuará a ser realizada até o mês de novembro/21 quando as informações serão apresentadas na reunião do Grupo Fitotécnico do IAC.

Para mais informações e caso sua empresa deseje participar, favor entrar em contato através de e-mail: rubenscensoiac@fundag.br.