IAC promove 13º Curso de Mudas Pré-Brotadas, revista canavieiros

18/06/2018 Agronegócio POR: Revista Canavieiros
Por: Tamiris Dinamarco
 
Um dos assuntos mais discutidos nos últimos tempos é o sistema inédito que muda o conceito de plantar cana-de-açúcar desenvolvido pelo IAC (Instituto Agronômico). As Mudas Pré-Brotadas (MPB) é uma tecnologia de multiplicação que contribui para a produção rápida de mudas, associando o elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. Essa inovação aumenta a eficiência e os ganhos econômicos na implantação de viveiros e replantio de áreas comercias.

E é por esses benefícios que o IAC, em Ribeirão Preto, sob coordenação do dr. Mauro Alexandre Xavier e dr. Marcos Guimarães de AndradeLandellpromoveu durante três dias o 13º Curso de Mudas Pré-Brotadas voltado para produtores e profissionais do setor sucroenergético, de pesquisas, ensino e extensão, cooperativas, associações e estudantes.
 
"Botânica, fisiologia, brotação e nutrição da cana"
 
O dr. Maximiliano S. Scarpari, do IAC, foi o primeiro a palestrar enfatizando as gemas que sediferenciam por variedade e cada uma tem uma história. "Ainda temos que destacar a importância da temperatura e da água que são primordiais para um bom controle e essenciais no período da brotação", afirmou.

O dr. Julio César Garcia e o dr. André L.B.O. Silva, do IAC, falaram sobre nutrição, irrigação e substrato, onde este último tem entre as principais características a uniformidade na composição, baixa densidade, porosidade, elevada CTC, boa capacidade de retenção de água e isento de pragas e organismos patogênicos. Além disso, os substratos têm um efeito no desenvolvimento das mudas, como na qualidade das plantas formadas, o que leva a importância de avaliar o sistema de irrigação nesse processo.

"Pragas, Cuidados Fitopatológicos e Plantas Daninhas"

O dr. Juliano Vilela Fracasso, do IAC, abordou pragas e a qualidade da muda da cana-de-açúcar. "ASphenophorusé a principal praga que hoje vem afetando as MPB, porém se tiver uma área bem preparada não tem como ela existir e se eliminarmos as gemas danificadas por pragas, evitamos as formas biológicas delas", completou.
 
O dr. Ivan Antonio dos Anjos, do IAC, enfatizou os cuidados fitopatológicos na produção de mudas de cana-de-açúcarcom as doenças, causas e tratamentos.
Entre as doenças apresentadas estavam o raquitismo da soqueira, escaldadura, mosaico, carvão e ferrugem. E os procedimentos quanto ao controle dessas doenças: localização do estabelecimento dos viveiros, uso de cultivares resistentes/tolerantes, diagnósticos para raquitismo, tratamento térmico e com fungicidas e a desinfestação dos instrumentos de cortes.


O dr. Carlos Alberto Mathias Azania, do IAC, discorreu sobre o controle de plantas daninhas e explicou que as MPB são mais sensíveis aos herbicidas, pois ficam na parte superior do solo.

"Manejo e Indicação Varietal"

No segundo dia de curso, o dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell iniciou as explicações sobre a produção dos colmos. "A maturação da cana no Brasil é uma das melhores de todos os países, mas o problema de hoje ainda está na produção dos colmos", disse.
 
O dr. André Cesar Vitti, APTA Programa de Cana IAC, falou sobre o manejo da Adubação na Cultura da Cana-de-açúcar para Altas Produtividades e relatouque um dos primeiros passos para a eficiência dessa adubação é a realização da amostragem de solo antes do plantio e ao longo das soqueiras, a fim de dar sustentação aos nutrientes. "Alguns fatores influenciam nessa frequência da amostragem como a textura do solo, doses de N-amoniacal, remoção pela cultura, doses de calcário, amplitude de pH desejada, lixiviação das bases e efeito tamponante do solo", complementou.
 
Na Prática

O dr. Mauro Xavier, do IAC,expôs sobre os desdobramentos e oportunidades de desenvolvimento da produção de MPB. Entre os principais fundamentos citados estavam: o melhoramento (estratégias de multiplicação); a diferença entre a muda e a cana industrial (idade fisiológica, sanidade e tratos culturais); o plantio mecânico (distribuidor de muda) e pragas.
 
Xavier ainda coordenou a visita ao núcleo de produção de Ribeirão Preto. Confira algumas fotos que mostram o corte dos colmos, as mudas de MPB, um dos viveiros e a  MPB já formada.
 
Ainda participaram do curso, a dra. Gabriela Aferri,APTA Programa de Cana IAC, que enfatizou o uso de MPB em pequenas propriedades, e a consultora Juliana Jeuken que apresentou projetos estruturais dando dimensões e projeções ideais para tamanhos de mesas, áreas de MPB, estruturas e layout de estufas e aclimatação.
 
No último dia, os alunos realizaram uma visita à Fazenda São Sebastião da família Trevizoli e acompanharam de perto o que foi estudado nos primeiros dias de curso.