Minas Gerais, terceiro maior Estado em moagem de cana-de-açúcar, terceiro maior produtor de etanol do País e o segundo em açúcar, vai atingir produção recorde deetanol na safra 2015/2016. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, atribui a marca histórica à redução da alíquota de ICMS de 19% para 14% sobre o etanolhidratado - aquele utilizado diretamente no tanque de combustível, sem mistura à gasolina. A medida entrou em vigor desde março e tem impulsionado as vendas mensais do produto.
"O mercado mineiro era mais vocacionado para a produção de açúcar para exportação. Mas o quadro se reverteu: o etanol está com melhor liquidez do que o açúcar e possibilidade de retorno maior, já que as cotações internacionais do açúcar estão em baixa", explicou o executivo. O volume produzido de cana para a safra 2015/16 em MG é de 61 milhões de toneladas, aumento de 3% ante os 59,295 milhões de toneladas da safra 2014/2015. Do total, 60,5% serão destinados à produção de etanol (2,9 bilhões de litros).
Já a produção de açúcar no Estado estimada em2015/16 é de 3,1 milhões de toneladas, queda de 5% ante o volume de 3,267 milhões de toneladas da safra 2014/15. Do total, 70% serão destinados às exportações e 30% ficarão no mercado doméstico. A safra anterior mineira também já tinha sido mais alcooleira, com 57,7% da produção destinada ao etanol.
Hidratado
Somente de etanol hidratado - usado como combustível em veículos -, Minas Gerais produzirá 1,8 bilhão de litros ante 1,5 bilhão de litros da safra anterior. A Siamig estima que 100% da produção seja consumida, ante 750 mil litros vendidos na safra 2014/15. "A redução do imposto nos deixou em patamar igual a São Paulo, que já tinha uma alíquota menor desde fevereiro de 2004. O preço ao consumidor baixou e podemos dizer que hoje o etanol está mais competitivo do que a gasolina em todos os 853 municípios do Estado", destacou.
Campos informou que as vendas de etanol hidratado no Estado no acumulado do ano têm alta de 70% ante os mesmos meses de 2014. Mas que, em abril e maio, na comparação anual, a comercialização do produto avançou 150% e 170%, respectivamente. A média vendida por mês atingiu o patamar de 140 milhões de litros.
Para o presidente da Siamig, até o fim do ano, as vendas médias mensais do etanolhidratado do Estado ficarão entre 140 milhões e 160 milhões de litros. "Se a economia estivesse melhor, o pico de vendas poderia chegar a 200 milhões de litros vendidos/mês, com médias mensais entre 170 milhões e 180 milhões de litros", destacou. Campos informou que o benefício tributário também está mudando a logística de vendas do setor. "Pouco do etanol vinha para a capital e região metropolitana, por exemplo. Vendíamos muito para São Paulo e com deságio. Hoje, praticamente toda a produção está sendo comercializada em Minas", disse. Com o crescimento de vendas, o Estado Gerais passou a ocupar o posto de segundo maior consumidor de etanol hidratado do País.
As boas vendas de hidratado também estão compensando a queda da comercialização doetanol anidro - aquele misturado à gasolina. "As vendas de anidro acompanham as de gasolina. No Estado, a comercialização de gasolina tem caído 8% nesses primeiros meses do ano", comentou.
Colheita
Em razão das chuvas ocorridas entre os meses de fevereiro e maio, a colheita da cana no Estado começou mais tarde. Segundo Campos, a colheita mineira costuma começar na primeira quinzena de abril. Neste ano, o início foi na segunda quinzena, com algumas usinas até começando a moer a produção em junho.
"Com isso, vejo que a safra 2015/16 vai ser mais longa, podendo se estender até meados de dezembro. Normalmente, o término ocorre no fim de novembro", explicou, informando que a qualidade da produção pode ser menor. O presidente da Siamig também acredita que sobrará muita cana em pé (bisada) para a próxima safra, adiantando o período de colheita da mesma.
Minas Gerais, terceiro maior Estado em moagem de cana-de-açúcar, terceiro maior produtor de etanol do País e o segundo em açúcar, vai atingir produção recorde deetanol na safra 2015/2016. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, atribui a marca histórica à redução da alíquota de ICMS de 19% para 14% sobre o etanolhidratado - aquele utilizado diretamente no tanque de combustível, sem mistura à gasolina. A medida entrou em vigor desde março e tem impulsionado as vendas mensais do produto.
"O mercado mineiro era mais vocacionado para a produção de açúcar para exportação. Mas o quadro se reverteu: o etanol está com melhor liquidez do que o açúcar e possibilidade de retorno maior, já que as cotações internacionais do açúcar estão em baixa", explicou o executivo. O volume produzido de cana para a safra 2015/16 em MG é de 61 milhões de toneladas, aumento de 3% ante os 59,295 milhões de toneladas da safra 2014/2015. Do total, 60,5% serão destinados à produção de etanol (2,9 bilhões de litros).
Já a produção de açúcar no Estado estimada em2015/16 é de 3,1 milhões de toneladas, queda de 5% ante o volume de 3,267 milhões de toneladas da safra 2014/15. Do total, 70% serão destinados às exportações e 30% ficarão no mercado doméstico. A safra anterior mineira também já tinha sido mais alcooleira, com 57,7% da produção destinada ao etanol.
Hidratado
Somente de etanol hidratado - usado como combustível em veículos -, Minas Gerais produzirá 1,8 bilhão de litros ante 1,5 bilhão de litros da safra anterior. A Siamig estima que 100% da produção seja consumida, ante 750 mil litros vendidos na safra 2014/15. "A redução do imposto nos deixou em patamar igual a São Paulo, que já tinha uma alíquota menor desde fevereiro de 2004. O preço ao consumidor baixou e podemos dizer que hoje o etanol está mais competitivo do que a gasolina em todos os 853 municípios do Estado", destacou.
Campos informou que as vendas de etanol hidratado no Estado no acumulado do ano têm alta de 70% ante os mesmos meses de 2014. Mas que, em abril e maio, na comparação anual, a comercialização do produto avançou 150% e 170%, respectivamente. A média vendida por mês atingiu o patamar de 140 milhões de litros.
Para o presidente da Siamig, até o fim do ano, as vendas médias mensais do etanolhidratado do Estado ficarão entre 140 milhões e 160 milhões de litros. "Se a economia estivesse melhor, o pico de vendas poderia chegar a 200 milhões de litros vendidos/mês, com médias mensais entre 170 milhões e 180 milhões de litros", destacou. Campos informou que o benefício tributário também está mudando a logística de vendas do setor. "Pouco do etanol vinha para a capital e região metropolitana, por exemplo. Vendíamos muito para São Paulo e com deságio. Hoje, praticamente toda a produção está sendo comercializada em Minas", disse. Com o crescimento de vendas, o Estado Gerais passou a ocupar o posto de segundo maior consumidor de etanol hidratado do País.
As boas vendas de hidratado também estão compensando a queda da comercialização doetanol anidro - aquele misturado à gasolina. "As vendas de anidro acompanham as de gasolina. No Estado, a comercialização de gasolina tem caído 8% nesses primeiros meses do ano", comentou.
Colheita
Em razão das chuvas ocorridas entre os meses de fevereiro e maio, a colheita da cana no Estado começou mais tarde. Segundo Campos, a colheita mineira costuma começar na primeira quinzena de abril. Neste ano, o início foi na segunda quinzena, com algumas usinas até começando a moer a produção em junho.
"Com isso, vejo que a safra 2015/16 vai ser mais longa, podendo se estender até meados de dezembro. Normalmente, o término ocorre no fim de novembro", explicou, informando que a qualidade da produção pode ser menor. O presidente da Siamig também acredita que sobrará muita cana em pé (bisada) para a próxima safra, adiantando o período de colheita da mesma.