Ihara e Bayer apresentam tecnologias para aumentar a produtividade dos canaviais

20/04/2015 Cana-de-Açúcar POR: Igor Savenhago - Revista Canavieiros
A crise enfrentada pelo setor sucroenergético impõe aos produtores de cana-de-açúcar a
necessidade de buscar alternativas que favoreçam a competitividade. Uma delas é o aumento do rendimento das lavouras, assunto que está entre os mais discutidos em congressos, simpósios, dias de campo e outros eventos. Os agricultores aproveitam
essas ocasiões para tirar dúvidas e, as empresas, para divulgar estratégias e produtos
que visam satisfazer às demandas mais urgentes.
Nos dias 24 e 25 de fevereiro, o local marcado para dois desses encontros foi o Cred Clube Copercana, em Sertãozinho- -SP. No primeiro deles, representantes da
Ihara convidaram consultores, produtores, além de colaboradores da Copercana
e Canaoeste, para discutir os benefícios da aplicação de maturadores nos
canaviais e apresentar a tecnologia Riper, desenvolvida pela empresa. No dia seguinte,
foi a vez da Bayer, que debateu com o público, de perfil parecido com o
da reunião anterior, a inibição do florescimento da cana e a utilização de um produto
tradicional da companhia, o Ethrel.
Nos dois eventos, os convidados foram recepcionados com um café da manhã e, após as palestras, participaram de um almoço. Além de ouvirem especialistas, tiveram a oportunidade de trocar informações sobre práticas e experimentos que deram certo. 
Ihara
No dia 24, a Ihara abriu os trabalhos. Ficou a cargo do agrônomo Renato Sanomya, da RMS Assessoria Agrícola, uma abordagem sobre a ação dos maturadores na cana. Ele explicou, em detalhes, como esses compostos agem na fisiologia da planta e contribuem 
para aumentar o teor de sacarose. Em síntese, os maturadores bloqueiam o crescimento vegetativo da cana. Com isso, afirmou Sanomya, a energia que serviria como alimento, para que os colmos se alonguem, é armazenada sob a forma de sacarose, o que significa mais rendimento na colheita e na indústria. 
Conforme a sacarose é produzida, ela vai sendo depositada a partir dos colmos inferiores, de baixo para cima. Nas partes mais altas da planta, onde estão os colmos ainda imaturos, parte da sacarose se converte em outros dois açúcares, a glicose e a frutose, das quais a planta se alimenta para crescer. Havendo o bloqueio do crescimento vegetativo, com o uso de maturadores, a porção que se converteria em glicose e
frutose continua sob a forma de sacarose, o que eleva o índice de Pol. 
Ele alertou que, nesse processo, a tendência é que haja uma perda da quantidade de TCH (toneladas por hectare), já que os colmos não crescem normalmente, mas, com o maturador aplicado de maneira adequada, geralmente essa queda é superada pela oferta
de mais sacarose. Isso permite ampliar o rendimento da colheita e reduzir custos
de transporte, já que é possível deslocar o mesmo volume de cana, mas com maior Pol. 
Sanomya lembrou, ainda, que além desse tipo de maturador, existem também aqueles que atuam sobre os promotores de crescimento e os estressantes, que estimulam a produção de um hormônio maturador, o etileno. Em todos os casos, é preciso que o produtor esteja atento e avalie se a obtenção maior de Pol compensa a queda de TCH. 
Há, de acordo com o agrônomo, três opções para aplicação dos maturadores: como inibidores de florescimento, o que evita a isoporização da cana; no início de safra, para antecipar a colheita; ou no final, para postergar a manutenção de Pol na planta.
A partir do cenário apresentado, o agrônomo Rodrigo Naime Salvador, da Ihara, expôs como uma tecnologia desenvolvida pela empresa, o Riper, contribui para que os produtores  consigam o tão desejado aumento na produtividade. Durante a apresentação
“Nova tecnologia para cana-de-açúcar aliada à gestão da produtividade”, ele falou sobre os principais benefícios do produto, que está no mercado desde o ano passado. 
Experimentos feitos pela Ihara demonstraram, segundo Salvador, que com o uso do Riper foi possível antecipar o corte em 16 dias em média, além de que o incremento médio de Pol foi de 8%. Para aplicação em canas de final de safra, a diferença no teor de sacarose obtida foi de até 9% em relação a testemunhas – plantas que não receberam o tratamento com a nova tecnologia.
Bayer
No dia 25, a reunião foi organizada pela Bayer. Em pauta, a preocupação com o florescimento e a isoporização da cana. Os palestrantes, Michel da Silva Fernandes, da MS Fernandes Consultoria Agrícola, Dênis Mendes, do Grupo Colorado, e Augusto Monteiro, agrônomo de Desenvolvimento de Mercado da própria Bayer, apresentaram técnicas, pesquisas e ações para melhorar o rendimento em diferentes tipos de áreas.
Fernandes, que trabalha também para a Usina Cerradão, em Frutal-MG, iniciou a discussão questionando possíveis motivos para que a cana-de-açúcar não tenha, ainda, atingido um patamar de desenvolvimento e produtividade semelhante ao que já foi conseguido em outros produtos no País, como os grãos.
Na sequência, explanou sobre os índices pluviométricos recentes, destacando que o ano 2008 foi o último em que o volume de chuvas foi considerado normal. “Os
seguintes foram todos atípicos”. 
Nos seis anos anteriores a 2014, o volume médio de chuvas na usina ultrapassou
os 200 milímetros/mês. Bem diferente do ano passado, quando a queda foi bastante acentuada, para 64 milímetros/mês. Situação que se refletiu na safra. A produtividade da Cerradão alcançou 131 toneladas por hectare no período 2014/15. Quatro anos antes, em 2010/11, o registro médio havia sido de 146 toneladas por hectare.
Diante dessas condições, Fernandes não se mostrou muito otimista para a moagem que começa em abril. Explicou que a pouca precipitação, não só durante todo o ano passado como no início de 2015, deve comprometer a cana colhida até julho. Para atravessar a
crise, na visão dele, o produtor deve ser incansável na busca por maior produtividade
agrícola e por oferecer qualidade na matéria-prima. 
 
Para isso, o consultor recomendou a adoção do Ethrel 720 da Bayer no manejo da cana, a fim de evitar o florescimento e a consequente isoporização. De acordo com Fernandes, uma área tratada com Ethrel na Cerradão, quando comparada a uma em que o produto não foi aplicado, apresentou ganho de quase seis toneladas por hectare: 101 contra 95,4. “Florescimento significa perda, mas não dá para ‘queimar’ uma variedade só porque ela é florífera. Nesse caso, é perfeitamente possível contar com os benefícios do Ethrel”.
O próximo a falar foi Dênis Mendes, que demonstrou resultados da utilização da tecnologia da Bayer em áreas de produção do Grupo Colorado, nos Estados de Goiás e São Paulo. Ele afirmou que, por causa das vantagens oferecidas, aplica o Ethrel desde 1993. Para exemplificar o argumento, fez um comparativo, nos dois últimos anos, de canas de meio para final de safra, colhidas a partir de julho. Em 2013, conforme os dados, houve ganho de 7,7 toneladas por hectare com a aplicação, em relação a canas sem tratamento, além de incremento de 1,99 quilos de ATR por tonelada. Já em 2014, mesmo com a severa estiagem, observou-se que o aumento no ATR foi de 1,25 quilos
e o de toneladas de cana por hectare, de 3,88. “Mesmo quando houve isoporização, foi menor que a testemunha: 26% contra 31%”, concluiu. 
Apesar de ser um produto já tradicional no mercado, a Bayer tem retomado fortemente a recomendação do Ethrel, visando atender às demandas dos produtores, preocupados com o momento de instabilidades do setor. Esse foi um dos temas tratados por Augusto Monteiro, da Bayer, na palestra que fechou o evento.
Ele explicou que novas descobertas foram feitas para a tecnologia, que, além de inibir o florescimento e reduzir a isoporização, pode ser usada para diminuir falhas no plantio. Ela consiste numa molécula que, quando absorvida pela planta, se transforma em etileno. O período mais adequado para aplicação, segundo Monteiro, é em abril, por volta do dia 10, quando as chuvas estão cessando, o que contribui para um incremento no rendimento na fase fina de crescimento da cana. 
A crise enfrentada pelo setor sucroenergético impõe aos produtores de cana-de-açúcar a necessidade de buscar alternativas que favoreçam a competitividade. Uma delas é o aumento do rendimento das lavouras, assunto que está entre os mais discutidos em congressos, simpósios, dias de campo e outros eventos. Os agricultores aproveitam essas ocasiões para tirar dúvidas e, as empresas, para divulgar estratégias e produtos que visam satisfazer às demandas mais urgentes.
Nos dias 24 e 25 de fevereiro, o local marcado para dois desses encontros foi o Cred Clube Copercana, em Sertãozinho- -SP. No primeiro deles, representantes da
Ihara convidaram consultores, produtores, além de colaboradores da Copercana
e Canaoeste, para discutir os benefícios da aplicação de maturadores nos
canaviais e apresentar a tecnologia Riper, desenvolvida pela empresa. No dia seguinte, foi a vez da Bayer, que debateu com o público, de perfil parecido com o
da reunião anterior, a inibição do florescimento da cana e a utilização de um produto tradicional da companhia, o Ethrel.
Nos dois eventos, os convidados foram recepcionados com um café da manhã e, após as palestras, participaram de um almoço. Além de ouvirem especialistas, tiveram a oportunidade de trocar informações sobre práticas e experimentos que deram certo. 
Ihara
No dia 24, a Ihara abriu os trabalhos. Ficou a cargo do agrônomo Renato Sanomya, da RMS Assessoria Agrícola, uma abordagem sobre a ação dos maturadores na cana. Ele explicou, em detalhes, como esses compostos agem na fisiologia da planta e contribuem para aumentar o teor de sacarose. Em síntese, os maturadores bloqueiam o crescimento vegetativo da cana. Com isso, afirmou Sanomya, a energia que serviria como alimento, para que os colmos se alonguem, é armazenada sob a forma de sacarose, o que significa mais rendimento na colheita e na indústria. 
Conforme a sacarose é produzida, ela vai sendo depositada a partir dos colmos inferiores, de baixo para cima. Nas partes mais altas da planta, onde estão os colmos ainda imaturos, parte da sacarose se converte em outros dois açúcares, a glicose e a frutose, das quais a planta se alimenta para crescer. Havendo o bloqueio do crescimento vegetativo, com o uso de maturadores, a porção que se converteria em glicose e frutose continua sob a forma de sacarose, o que eleva o índice de Pol. 
Ele alertou que, nesse processo, a tendência é que haja uma perda da quantidade de TCH (toneladas por hectare), já que os colmos não crescem normalmente, mas, com o maturador aplicado de maneira adequada, geralmente essa queda é superada pela oferta de mais sacarose. Isso permite ampliar o rendimento da colheita e reduzir custos de transporte, já que é possível deslocar o mesmo volume de cana, mas com maior Pol. 
Sanomya lembrou, ainda, que além desse tipo de maturador, existem também aqueles que atuam sobre os promotores de crescimento e os estressantes, que estimulam a produção de um hormônio maturador, o etileno. Em todos os casos, é preciso que o produtor esteja atento e avalie se a obtenção maior de Pol compensa a queda de TCH. 
Há, de acordo com o agrônomo, três opções para aplicação dos maturadores: como inibidores de florescimento, o que evita a isoporização da cana; no início de safra, para antecipar a colheita; ou no final, para postergar a manutenção de Pol na planta.
A partir do cenário apresentado, o agrônomo Rodrigo Naime Salvador, da Ihara, expôs como uma tecnologia desenvolvida pela empresa, o Riper, contribui para que os produtores  consigam o tão desejado aumento na produtividade. Durante a apresentação “Nova tecnologia para cana-de-açúcar aliada à gestão da produtividade”, ele falou sobre os principais benefícios do produto, que está no mercado desde o ano passado. 
Experimentos feitos pela Ihara demonstraram, segundo Salvador, que com o uso do Riper foi possível antecipar o corte em 16 dias em média, além de que o incremento médio de Pol foi de 8%. Para aplicação em canas de final de safra, a diferença no teor de sacarose obtida foi de até 9% em relação a testemunhas – plantas que não receberam o tratamento com a nova tecnologia.
Bayer
No dia 25, a reunião foi organizada pela Bayer. Em pauta, a preocupação com o florescimento e a isoporização da cana. Os palestrantes, Michel da Silva Fernandes, da MS Fernandes Consultoria Agrícola, Dênis Mendes, do Grupo Colorado, e Augusto Monteiro, agrônomo de Desenvolvimento de Mercado da própria Bayer, apresentaram técnicas, pesquisas e ações para melhorar o rendimento em diferentes tipos de áreas.
Fernandes, que trabalha também para a Usina Cerradão, em Frutal-MG, iniciou a discussão questionando possíveis motivos para que a cana-de-açúcar não tenha, ainda, atingido um patamar de desenvolvimento e produtividade semelhante ao que já foi conseguido em outros produtos no País, como os grãos.
Na sequência, explanou sobre os índices pluviométricos recentes, destacando que o ano 2008 foi o último em que o volume de chuvas foi considerado normal. “Os
seguintes foram todos atípicos”. 
Nos seis anos anteriores a 2014, o volume médio de chuvas na usina ultrapassou
os 200 milímetros/mês. Bem diferente do ano passado, quando a queda foi bastante acentuada, para 64 milímetros/mês. Situação que se refletiu na safra. A produtividade da Cerradão alcançou 131 toneladas por hectare no período 2014/15. Quatro anos antes, em 2010/11, o registro médio havia sido de 146 toneladas por hectare.
Diante dessas condições, Fernandes não se mostrou muito otimista para a moagem que começa em abril. Explicou que a pouca precipitação, não só durante todo o ano passado como no início de 2015, deve comprometer a cana colhida até julho. Para atravessar a crise, na visão dele, o produtor deve ser incansável na busca por maior produtividade agrícola e por oferecer qualidade na matéria-prima. 
 
Para isso, o consultor recomendou a adoção do Ethrel 720 da Bayer no manejo da cana, a fim de evitar o florescimento e a consequente isoporização. De acordo com Fernandes, uma área tratada com Ethrel na Cerradão, quando comparada a uma em que o produto não foi aplicado, apresentou ganho de quase seis toneladas por hectare: 101 contra 95,4. “Florescimento significa perda, mas não dá para ‘queimar’ uma variedade só porque ela é florífera. Nesse caso, é perfeitamente possível contar com os benefícios do Ethrel”.
O próximo a falar foi Dênis Mendes, que demonstrou resultados da utilização da tecnologia da Bayer em áreas de produção do Grupo Colorado, nos Estados de Goiás e São Paulo. Ele afirmou que, por causa das vantagens oferecidas, aplica o Ethrel desde 1993. Para exemplificar o argumento, fez um comparativo, nos dois últimos anos, de canas de meio para final de safra, colhidas a partir de julho. Em 2013, conforme os dados, houve ganho de 7,7 toneladas por hectare com a aplicação, em relação a canas sem tratamento, além de incremento de 1,99 quilos de ATR por tonelada. Já em 2014, mesmo com a severa estiagem, observou-se que o aumento no ATR foi de 1,25 quilos e o de toneladas de cana por hectare, de 3,88. “Mesmo quando houve isoporização, foi menor que a testemunha: 26% contra 31%”, concluiu. 
Apesar de ser um produto já tradicional no mercado, a Bayer tem retomado fortemente a recomendação do Ethrel, visando atender às demandas dos produtores, preocupados com o momento de instabilidades do setor. Esse foi um dos temas tratados por Augusto Monteiro, da Bayer, na palestra que fechou o evento.
Ele explicou que novas descobertas foram feitas para a tecnologia, que, além de inibir o florescimento e reduzir a isoporização, pode ser usada para diminuir falhas no plantio. Ela consiste numa molécula que, quando absorvida pela planta, se transforma em etileno. O período mais adequado para aplicação, segundo Monteiro, é em abril, por volta do dia 10, quando as chuvas estão cessando, o que contribui para um incremento no rendimento na fase fina de crescimento da cana.