INCÊNDIO EM NOTRE DAME
20/06/2019
Agronegócio
POR: Revista Canavieiros
*Tércio Marques Dalla Vecchia
Fui surpreendido, no exato momento que comecei a escrever, com a triste notícia do incêndio na Catedral de NotreDame, em Paris.
As gárgulas, com suas carrancas criadas para proteger o local contra os monstros e ao mesmo tempo dar medo do inferno aos transeuntes, são agora retorcidas pelo fogo do próprio inferno.
Onde estará Quasímodo, o doce corcunda rejeitado pelo mundo, apaixonado pela linda Esmeralda? Será que o incêndio é sua vingança?
Impossível ficar indiferente.
A construção foi iniciada em 1163, quando a Igreja dominava povos e reis.
Uma construção que nunca acabou de verdade já que estava em permanente reforma.
Quem já visitou a Catedral sabe de sua grandiosa eloquência visual, da sua magia sobre as almas, de sua sonoridade transcendental. Impossível não prender o fôlego durante a visita.
Casa monumental produzida pela criatividade exuberante dos artistas da época, comandados pelos braços pesados de padres rígidos e severos servos do Deus medieval.
Muita coisa há de sobrar, mas as marcas do incêndio ficarão para sempre.
Destruir e reconstruir faz parte da dinâmica do Homem.
Um mundo de tragédias num tempo que deveria ser de paz.
No Brasil, passamos por incêndios em museus, chacinas descabidas, desastres impiedosos como o de Brumadinho, desmoronamentos assassinos, quanta tristeza no coração.
Tempos de incertezas!
O agronegócio prosperou nos últimos anos graças às demandas crescentes por comida e energia no mundo!
Uma cadeia muito forte foi criada! Entretanto, a cadeia é feita de elos. E elos, às vezes, se rompem.
Estes episódios são para refletir. O que fazer para evitar colapsos?
Como lidar com o aquecimento global se ainda há gente que acredita que isso não existe e que os cientistas são loucos?
Como lidar com a água desregulada, fonte da vida, mas às vezes da morte? Do ribeirão de águas claras e cardumes de coloridos peixes até os tsunamis, terríveis gigantes que tudo e a todos destroem. A notícia de que as águas da cidade de Bonito estão ficando turvas é de assustar.
Sendo ou não responsáveis pelos agentes causadores, somos todos responsáveis por mitigar e atuar na antecipação dos desastres que podemos ter algum controle!
Cada vez que uma máquina for ligada há que se pensar nisso!
Mesmo depois destas tragédias ainda tenho uma certeza: haverá um amanhã e ele será melhor!
Vamos trabalhar, voltar a sorrir e voltar a cantar.
Tenhamos em mente que nossos filhos merecem um lugar digno e lindo para morar!
Parabéns a todos que se preocupam com o futuro!
*Tercio Marques Dalla Vecchia é engenheiro químico e CEO da Reunião Engenharia