“Desafios e Oportunidades: planejando para o futuro” foi o tema da 15ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol realizada em setembro passado, na Capital paulista. Autoridades e lideranças do setor sucroenergético participaram do encontro, que é o evento técnico oficial do Sugar Dinner, e reuniu 650 participantes e 49 palestrantes de 32 países. Estimativas de safra, tendências de mercado de açúcar no Brasil e no mundo, a competitividade do etanol no segmento de combustíveis, custos de produção, estratégia, finanças e serviços, além de tecnologias e inovação foram discutidas na ocasião, a qual serviu também para a comemoração da 15ª edição do evento.
“Conseguimos fazer uma combinação nesta conferência de temas de mercado, de tecnologia e de políticas públicas que nos permitiu fazer uma nova radiografia completa dessa indústria, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro, bastante completa”, afirmou Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, que ao lado de Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, fez a abertura do evento. Ambos apontaram para a importância de discutir e planejar ações, reforçando o desempenho da indústria sucroenergética.
José Orive, diretor executivo da ISO (International Sugar Organization), fez um balanço sobre a oferta-demanda de açúcar no mercado mundial e os principais fatores de influência, em painel que teve como moderador o economista e ex-presidente da UNICA, Eduardo Pereira de Carvalho. O executivo afirmou que os preços da commoditie estão em queda desde 2011, devido à alta oferta do produto, e o volume mundial deve sofrer deficit, sendo 1% menor este ano.
Já as perspectivas e desafios a serem enfrentados pelo Brasil foram assuntos da palestra de Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, em painel que contou com a coordenação de Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e ORPLANA.
Nastari apontou os números desta temporada e as expectativas para a safra 2016/17 (ver atualização dos números em box ao lado) e mostrou que será a safra mais alcooleira dos últimos oito anos, isso devido à situação de aumento de consumo de etanol, como também pela oferta maior devido à crise no mercado de açúcar.
Um dos destaques do evento foi um painel que discutiu a estratégia do setor sucroenergético e reuniu representantes das entidades ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Participaram das discussões, o presidente do SIFAEG, André Rocha; o presidente da UDOP, Celso Torquato Junqueira Franco; o presidente do SINDALCOOL – PB, Edmundo Barbosa; a presidente da UNICA, Elizabeth Farina; o presidente do Sindalcool-MT, Jorge Santos; o presidente da Canaoeste e ORPLANA, Manoel Ortolan; o presidente do SIAMIG, Plínio Nastari, presidente da DATAGRO Mário Campos Filho; o presidente da ALCOPAR, Miguel Rubens Tranin; o presidente da SINDAÇUCAR-AL, Pedro Robério de Melo Nogueira; o presidente do SINDAÇUCAR-PE, Renato Pontes Cunha e o presidente da BIOSUL, Roberto Hollanda Filho.
Além da produção, a competividade do etanol no mercado de combustível levantou importantes discussões acerca de soluções para o setor. Especialistas e líderes questionaram as iniciativas governamentais adotadas, recentemente, para a recolocação do etanol. O retorno da CIDE, por exemplo, é considerado insuficiente para alavancar as usinas, que ainda enfrentam baixa produtividade.
Durante painel “Finanças e Serviços”, o diretor do Banco ITAÚ BBA S/A, Alexandre Enrico Figliolino, debateu sobre as soluções para o endividamento do setor, e mostrou que embora ocorreram alguns fatores positivos, como o aumento do anidro na mistura, a elevação da tributação da gasolina e a taxa de câmbio mais favorável, a realidade do setor é ainda muito dura e difícil. “Os efeitos benéficos no longo prazo, a elevação da taxa de câmbio no curto prazo está causando forte impacto nas dívidas do setor que possui aproximadamente 40% de seu endividamento atrelado à moeda americana”, avaliou o executivo.
"A falta de regulação tem criado a possibilidade de subsídio cruzado na área de combustível como ocorre atualmente entre diesel e a gasolina, que cria situação de conforto para a Petrobras, vação, Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe do departamento de biocombustíveis do BNDES, contou que o banco de fomento desembolsou mais de R$ 55 bilhões para o setor sucroenergético no período de 2001 a 2015, sendo que mais de 120 novos projetos foram financiados no período.
Segundo Cavalcanti, é necessário promover uma transformação estrutural do sistema produtivo agrícola e industrial, com introdução de novas tecnologias baseadas no tripé etanol 2G, cana transgênica e químicos renováveis. “A mitigação dos impactos ambientais envolve aumento substancial das fontes de energia de baixo carbono. A contribuição do Brasil é relevante”, alertou.
Fez parte deste painel também a palestrante Ana Paula Malvestio, sócia da PWC, que mostrou as soluções para aumento de eficiência. Tecnologia e inovação foi tema do último painel da conferência e teve como coordenador Renato Junqueira Santos Pereira, Diretor de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro e palestrantes Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), que abordou os conceitos e vantagens das mudas pré-brotadas; Victor Campanelli, diretor da Agro Pastoril Paschoal Campanelli S/A, debatendo sobre os resultados positivos da agricultura de precisão e Henrique Vianna de Amorim, presidente da Fermentec
S/A, que falou sobre fermentação.
“Ficou muito clara a necessidade de controle dos índices de performance operacional, cuidados na operação agrícola e industrial durante os painéis realizados nestes dois dias.
As inovações e tecnologias novas que vêm sendo implementadas são tão promissoras quanto importantes para o desenvolvimento do setor. Ficou clara também a oportunidade de geração de venda adicional do aproveitamento do recolhimento de palha, muito embora ainda há uma série de questões a serem aprofundadas e mapeadas adequadamente na questão deste recolhimento”, afirmou Nastari.
Outros grandes nomes da indústria também contribuíram para os demais debates, tais como: o diretor executivo da LMC, Martin Todd; presidente da AKS Sugar (maior refinaria do mundo), Jamal Al-Ghurair; diretor da RCMA Sugar, Jonathan Drake; presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli; diretor executivo da Bioagência, Tarcílo Ricardo Rodrigues; presidente da Archer Consulting, Arnaldo Correia, entre outros.
“Desafios e Oportunidades: planejando para o futuro” foi o tema da 15ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol realizada em setembro passado, na Capital paulista. Autoridades e lideranças do setor sucroenergético participaram do encontro, que é o evento técnico oficial do Sugar Dinner, e reuniu 650 participantes e 49 palestrantes de 32 países. Estimativas de safra, tendências de mercado de açúcar no Brasil e no mundo, a competitividade do etanol no segmento de combustíveis, custos de produção, estratégia, finanças e serviços, além de tecnologias e inovação foram discutidas na ocasião, a qual serviu também para a comemoração da 15ª edição do evento.
“Conseguimos fazer uma combinação nesta conferência de temas de mercado, de tecnologia e de políticas públicas que nos permitiu fazer uma nova radiografia completa dessa indústria, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro, bastante completa”, afirmou Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, que ao lado de Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, fez a abertura do evento. Ambos apontaram para a importância de discutir e planejar ações, reforçando o desempenho da indústria sucroenergética.
José Orive, diretor executivo da ISO (International Sugar Organization), fez um balanço sobre a oferta-demanda de açúcar no mercado mundial e os principais fatores de influência, em painel que teve como moderador o economista e ex-presidente da UNICA, Eduardo Pereira de Carvalho. O executivo afirmou que os preços da commoditie estão em queda desde 2011, devido à alta oferta do produto, e o volume mundial deve sofrer deficit, sendo 1% menor este ano.
Já as perspectivas e desafios a serem enfrentados pelo Brasil foram assuntos da palestra de Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, em painel que contou com a coordenação de Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e ORPLANA.
Nastari apontou os números desta temporada e as expectativas para a safra 2016/17 (ver atualização dos números em box ao lado) e mostrou que será a safra mais alcooleira dos últimos oito anos, isso devido à situação de aumento de consumo de etanol, como também pela oferta maior devido à crise no mercado de açúcar.
Um dos destaques do evento foi um painel que discutiu a estratégia do setor sucroenergético e reuniu representantes das entidades ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Participaram das discussões, o presidente do SIFAEG, André Rocha; o presidente da UDOP, Celso Torquato Junqueira Franco; o presidente do SINDALCOOL – PB, Edmundo Barbosa; a presidente da UNICA, Elizabeth Farina; o presidente do Sindalcool-MT, Jorge Santos; o presidente da Canaoeste e ORPLANA, Manoel Ortolan; o presidente do SIAMIG, Plínio Nastari, presidente da DATAGRO Mário Campos Filho; o presidente da ALCOPAR, Miguel Rubens Tranin; o presidente da SINDAÇUCAR-AL, Pedro Robério de Melo Nogueira; o presidente do SINDAÇUCAR-PE, Renato Pontes Cunha e o presidente da BIOSUL, Roberto Hollanda Filho.
Além da produção, a competividade do etanol no mercado de combustível levantou importantes discussões acerca de soluções para o setor. Especialistas e líderes questionaram as iniciativas governamentais adotadas, recentemente, para a recolocação do etanol. O retorno da CIDE, por exemplo, é considerado insuficiente para alavancar as usinas, que ainda enfrentam baixa produtividade.
Durante painel “Finanças e Serviços”, o diretor do Banco ITAÚ BBA S/A, Alexandre Enrico Figliolino, debateu sobre as soluções para o endividamento do setor, e mostrou que embora ocorreram alguns fatores positivos, como o aumento do anidro na mistura, a elevação da tributação da gasolina e a taxa de câmbio mais favorável, a realidade do setor é ainda muito dura e difícil. “Os efeitos benéficos no longo prazo, a elevação da taxa de câmbio no curto prazo está causando forte impacto nas dívidas do setor que possui aproximadamente 40% de seu endividamento atrelado à moeda americana”, avaliou o executivo.
"A falta de regulação tem criado a possibilidade de subsídio cruzado na área de combustível como ocorre atualmente entre diesel e a gasolina, que cria situação de conforto para a Petrobras, vação, Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe do departamento de biocombustíveis do BNDES, contou que o banco de fomento desembolsou mais de R$ 55 bilhões para o setor sucroenergético no período de 2001 a 2015, sendo que mais de 120 novos projetos foram financiados no período.
Segundo Cavalcanti, é necessário promover uma transformação estrutural do sistema produtivo agrícola e industrial, com introdução de novas tecnologias baseadas no tripé etanol 2G, cana transgênica e químicos renováveis. “A mitigação dos impactos ambientais envolve aumento substancial das fontes de energia de baixo carbono. A contribuição do Brasil é relevante”, alertou.
Fez parte deste painel também a palestrante Ana Paula Malvestio, sócia da PWC, que mostrou as soluções para aumento de eficiência. Tecnologia e inovação foi tema do último painel da conferência e teve como coordenador Renato Junqueira Santos Pereira, Diretor de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro e palestrantes Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), que abordou os conceitos e vantagens das mudas pré-brotadas; Victor Campanelli, diretor da Agro Pastoril Paschoal Campanelli S/A, debatendo sobre os resultados positivos da agricultura de precisão e Henrique Vianna de Amorim, presidente da Fermentec S/A, que falou sobre fermentação.
“Ficou muito clara a necessidade de controle dos índices de performance operacional, cuidados na operação agrícola e industrial durante os painéis realizados nestes dois dias.
As inovações e tecnologias novas que vêm sendo implementadas são tão promissoras quanto importantes para o desenvolvimento do setor. Ficou clara também a oportunidade de geração de venda adicional do aproveitamento do recolhimento de palha, muito embora ainda há uma série de questões a serem aprofundadas e mapeadas adequadamente na questão deste recolhimento”, afirmou Nastari.
Outros grandes nomes da indústria também contribuíram para os demais debates, tais como: o diretor executivo da LMC, Martin Todd; presidente da AKS Sugar (maior refinaria do mundo), Jamal Al-Ghurair; diretor da RCMA Sugar, Jonathan Drake; presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli; diretor executivo da Bioagência, Tarcílo Ricardo Rodrigues; presidente da Archer Consulting, Arnaldo Correia, entre outros.