Uma liminar da Justiça de São Paulo proibiu as queimadas na colheita de cana-de-açúcar no interior do estado. É uma medida para proteger o meio ambiente, mas causa preocupação para os produtores e os trabalhadores rurais.
Em Olímpia, mais de 600 cortadores de cana contratados para a safra estão revoltados. A maioria veio do Norte e Nordeste do país para trabalhar até o fim da colheita, em novembro. Mas a decisão da Justiça que impede a queima da palha da cana-de-açúcarem todas as plantações da região noroeste de São Paulo deixou o trabalho mais perigoso e menos lucrativo.
Enquanto um trabalhador corta 12 toneladas de cana queimada em um dia, sem a queima a produção cai pela metade.
"Cai o salário. Em vez de eu mandar R$ 500, R$ 600 para minha família, vou mandar R$ 400, R$ 300 e não tem condição", conta o cortador de cana Manoel Gonçalves da Silva.
A União das Industrias de Cana-de-Açúcar acredita que a medida vai prejudicar a produção de cana. Segundo a Unica, 10% da cana produzida em São Paulo é colhida manualmente com a técnica da queima. O sindicato dos trabalhadores rurais calcula que 10 mil cortadores podem perder o emprego na região em plena safra.
"Muito representativo diante da crise, porque você não tem hoje lugar pra colocar esses trabalhadores", diz Sérgio Luiz Sanches, presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Olimpia.
A queima da palha da cana-de-açúcar causa polêmica há anos. A prática é usada para facilitar o corte manual da cana e estava autorizada até 2017 em áreas com até 150 hectares, mas o Ministério Público Federal pediu a proibição das queimadas pelo impacto causado pelo fogo ao meio ambiente.
"Ela prejudica o meio ambiente, na verdade, a atmosfera, os rios, o próprio solo. Nessas épocas de queimada a gente vê um aumento das internações com problemas respiratórios", afirma o procurador da República Svamer Adriano Cordeiro.
O MPF quer que a Companhia Ambiental de São Paulo faça estudos mais detalhados antes de autorizar as queimadas. A Cetesb diz que faz os estudos determinados por lei e que vai cumprir a decisão judicial.
Seu Antonio não sabe o que fazer. Ele contratou 100 cortadores para essa safra, mas eles não querem mais ficar em São Paulo. "Mesmo você dando 20%, 30%, 40% de reajuste para cortar na palha, para eles se torna inviável. Eles não vão aceitar porque a produção cai muito, e devido aos riscos também", explicou.
A Associação de Plantadores de Cana declarou que vai recorrer da decisão.
Uma liminar da Justiça de São Paulo proibiu as queimadas na colheita de cana-de-açúcar no interior do Estado. É uma medida para proteger o meio ambiente, mas causa preocupação para os produtores e os trabalhadores rurais.
Em Olímpia, mais de 600 cortadores de cana contratados para a safra estão revoltados. A maioria veio do Norte e Nordeste do país para trabalhar até o fim da colheita, em novembro. Mas a decisão da Justiça que impede a queima da palha da cana-de-açúcarem todas as plantações da região noroeste de São Paulo deixou o trabalho mais perigoso e menos lucrativo.
Enquanto um trabalhador corta 12 toneladas de cana queimada em um dia, sem a queima a produção cai pela metade.
"Cai o salário. Em vez de eu mandar R$ 500, R$ 600 para minha família, vou mandar R$ 400, R$ 300 e não tem condição", conta o cortador de cana Manoel Gonçalves da Silva.
A União das Industrias de Cana-de-Açúcar acredita que a medida vai prejudicar a produção de cana. Segundo a Unica, 10% da cana produzida em São Paulo é colhida manualmente com a técnica da queima. O sindicato dos trabalhadores rurais calcula que 10 mil cortadores podem perder o emprego na região em plena safra.
"Muito representativo diante da crise, porque você não tem hoje lugar pra colocar esses trabalhadores", diz Sérgio Luiz Sanches, presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Olimpia.
A queima da palha da cana-de-açúcar causa polêmica há anos. A prática é usada para facilitar o corte manual da cana e estava autorizada até 2017 em áreas com até 150 hectares, mas o Ministério Público Federal pediu a proibição das queimadas pelo impacto causado pelo fogo ao meio ambiente.
"Ela prejudica o meio ambiente, na verdade, a atmosfera, os rios, o próprio solo. Nessas épocas de queimada a gente vê um aumento das internações com problemas respiratórios", afirma o procurador da República Svamer Adriano Cordeiro.
O MPF quer que a Companhia Ambiental de São Paulo faça estudos mais detalhados antes de autorizar as queimadas. A Cetesb diz que faz os estudos determinados por lei e que vai cumprir a decisão judicial.
Seu Antonio não sabe o que fazer. Ele contratou 100 cortadores para essa safra, mas eles não querem mais ficar em São Paulo. "Mesmo você dando 20%, 30%, 40% de reajuste para cortar na palha, para eles se torna inviável. Eles não vão aceitar porque a produção cai muito, e devido aos riscos também", explicou.
A Associação de Plantadores de Cana declarou que vai recorrer da decisão.