Lagarta já causou prejuízo de R$ 2 bi nas lavouras do país
17/01/2014
Agronegócio
POR: PEDRO GROSSI
Os agricultores brasileiros já perderam mais de R$ 2 bilhões em função da infestação das lavouras pela praga Helicoverpa armigera, que começou em fevereiro do ano passado. O prejuízo, no entanto, deve ser bem maior, considerando o impacto nas próximas safras. Para ajudar os agricultores no combate à lagarta, o governo liberou, em julho, em caráter emergencial, a importação de produtos à base de benzoato de emamectina, que não possui registro no Brasil. Até o momento, segundo o Ministério da Agricultura, não foi feito nenhum pedido de importação.
A autorização para importação do benzoato é polêmica. Em 2007, a Anvisa já havia rejeitado um pedido de registro por considerá-lo nocivo à saúde humana. Além da Anvisa e do Ministério da Agricultura, novos registros também precisam ser autorizados pelo Ministério do Meio Ambiente.
Apesar de inexistente no Brasil até fevereiro do ano passado, quando foi descoberta em plantações de algodão na Bahia, a lagarta não será erradicada do país, e é uma realidade com a qual os produtores rurais terão de aprender a conviver daqui pra frente. “Por se alimentar de centenas de culturas diferentes, sobretudo, milho, algodão, feijão e soja, é inviável erradicar a lagarta”, explica o diretor substituto do departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Franz.
A praga, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), se alastrou para os Estados de Goiás, Piauí, Mato Grosso e Minas Gerais.
Estado de emergência. Em Minas, 89 municípios estão em estado de emergência fitossanitária. Além da liberação para importação do benzoato, esses municípios têm autorização para implementar o plano de combate à praga, que inclui o vazio sanitário, adoção de áreas de refúgio e destruição de restos culturais.
No Estado, o Instituto Mineiro de Agricultura (IMA), órgão estadual responsável pela execução de políticas públicas de defesa vegetal e sanitária, tem feito o trabalho de mapeamento das principais regiões afetadas e de capacitação técnica de especialistas que vão ajudar os produtores nas ações de combate à lagarta. “É uma praga que ataca mais de 180 culturas. De imediato, estamos aguardando informações dos responsáveis técnicos das propriedades e fazendo um planejamento. Esperamos trabalhar na execução desse plano ainda no primeiro trimestre”, diz o fiscal agropecuário do IMA Wagner Machado.