O lançamento do Plano Safra foi antecipado em mais de um mês esse ano. O governo divulgou os recursos e as taxas de juros para a agricultura empresarial e a familiar.
O lançamento do plano da agricultura familiar foi acompanhado por representantes de movimentos sociais e por pequenos agricultores. Os números foram anunciados pela presidente Dilma Rousseff.
Para a próxima safra serão R$ 30 bilhões para financiar as linhas de crédito a partir de julho deste ano, R$ 1,1 bilhão a mais do que no ano passado.
Os juros foram mantidos e ficarão abaixo da inflação: entre 0,5% e 5,5% ao ano. A novidade é que os agricultores que produzem alimentos sem agrotóxico e que integram a cesta básica poderão contratar recursos do Pronaf com taxas de 2,5% ao ano.
"Nós estamos estimulando a produção de alimentos orgânicos, agroecológicos que promovam a saúde e a vida das pessoas e estimulando também práticas boas, saudáveis de conservação do solo, de energias renováveis", declara Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário.
Os jovens ganharam um plano só para eles. Até 2019, 30% dos lotes da reforma agrária serão destinados a quem tem até 29 anos.
"Quem produzirá alimento para os próximos 10,15,20 anos, se nós não tivermos políticas de incentivo a nossa juventude rural?", questiona Alberto Broch, presidente da Contag.
Também nesta semana, foi lançado o plano agrícola e pecuário para 2016/2017. Serão mais de R$ 202 bilhões para médios e grandes agricultores, 8% a mais em relação à safra anterior.
O setor vai ter um aumento de 20% nos recursos para custeio e comercialização. Ao todo, R$ 115, 8 bilhões, com juros subsidiados.
"Nós optamos em aumentar no ano de crise, como foi no ano passado e como foi este ano, em ano de ajuste fiscal aonde é natural o arrefecimento nos investimentos, nós optamos para aumentar o recurso da bicicleta que tem que girar. O que é a bicicleta? É o custeio, é a safra", diz Kátia Abreu, ministra da Agricultura.
Poucos representantes de entidades de produtores rurais participaram do plano agrícola e pecuário. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) dessa vez não apareceu. Logo depois do lançamento, convocou uma coletiva para explicar o motivo do boicote. Disse que o setor sempre participou da construção do plano safra, mas que neste ano, não foi consultado pelo ministério da Agricultura.
"Sem dúvida nenhuma, essas decisões unilaterais não vão agradar, ou mais que isso, elas não vão contemplar. E sem dúvida nenhuma, o setor produtivo rural brasileiro hoje é fundamental para o equilíbrio do nosso país", declara José Mário Scheiner, presidente da comissão política da CNA.
A CNA também não aprova a taxa de juros do novo plano, que varia entre 8,5% e 12,75%, acima do que foi praticado na safra passada.
A opinião também é compartilhada pela entidade que representa os produtores de soja. "Nós tivemos um aumento de juros em um momento frustrante de safra. A gente sabe de toda crise econômica, mas o juro para a agricultura desincentiva a produção. E o Brasil precisa de produção para continuar crescendo. É é a agricultura e a pecuária que tem segurado a balança comercial brasileira", declara Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja - MT.
O ministério da Agricultura não quis se pronunciar sobre a afirmação da CNA, de que pela primeira vez não foi ouvida para a elaboração do plano.
Flávia Marsola
O lançamento do Plano Safra foi antecipado em mais de um mês esse ano. O governo divulgou os recursos e as taxas de juros para a agricultura empresarial e a familiar.
O lançamento do plano da agricultura familiar foi acompanhado por representantes de movimentos sociais e por pequenos agricultores. Os números foram anunciados pela presidente Dilma Rousseff.
Para a próxima safra serão R$ 30 bilhões para financiar as linhas de crédito a partir de julho deste ano, R$ 1,1 bilhão a mais do que no ano passado.
Os juros foram mantidos e ficarão abaixo da inflação: entre 0,5% e 5,5% ao ano. A novidade é que os agricultores que produzem alimentos sem agrotóxico e que integram a cesta básica poderão contratar recursos do Pronaf com taxas de 2,5% ao ano.
"Nós estamos estimulando a produção de alimentos orgânicos, agroecológicos que promovam a saúde e a vida das pessoas e estimulando também práticas boas, saudáveis de conservação do solo, de energias renováveis", declara Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Agrário.
Os jovens ganharam um plano só para eles. Até 2019, 30% dos lotes da reforma agrária serão destinados a quem tem até 29 anos.
"Quem produzirá alimento para os próximos 10,15,20 anos, se nós não tivermos políticas de incentivo a nossa juventude rural?", questiona Alberto Broch, presidente da Contag.
Também nesta semana, foi lançado o plano agrícola e pecuário para 2016/2017. Serão mais de R$ 202 bilhões para médios e grandes agricultores, 8% a mais em relação à safra anterior.
O setor vai ter um aumento de 20% nos recursos para custeio e comercialização. Ao todo, R$ 115, 8 bilhões, com juros subsidiados.
"Nós optamos em aumentar no ano de crise, como foi no ano passado e como foi este ano, em ano de ajuste fiscal aonde é natural o arrefecimento nos investimentos, nós optamos para aumentar o recurso da bicicleta que tem que girar. O que é a bicicleta? É o custeio, é a safra", diz Kátia Abreu, ministra da Agricultura.
Poucos representantes de entidades de produtores rurais participaram do plano agrícola e pecuário. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) dessa vez não apareceu. Logo depois do lançamento, convocou uma coletiva para explicar o motivo do boicote. Disse que o setor sempre participou da construção do plano safra, mas que neste ano, não foi consultado pelo ministério da Agricultura.
"Sem dúvida nenhuma, essas decisões unilaterais não vão agradar, ou mais que isso, elas não vão contemplar. E sem dúvida nenhuma, o setor produtivo rural brasileiro hoje é fundamental para o equilíbrio do nosso país", declara José Mário Scheiner, presidente da comissão política da CNA.
A CNA também não aprova a taxa de juros do novo plano, que varia entre 8,5% e 12,75%, acima do que foi praticado na safra passada.
A opinião também é compartilhada pela entidade que representa os produtores de soja. "Nós tivemos um aumento de juros em um momento frustrante de safra. A gente sabe de toda crise econômica, mas o juro para a agricultura desincentiva a produção. E o Brasil precisa de produção para continuar crescendo. É é a agricultura e a pecuária que tem segurado a balança comercial brasileira", declara Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja - MT.
O ministério da Agricultura não quis se pronunciar sobre a afirmação da CNA, de que pela primeira vez não foi ouvida para a elaboração do plano.
Flávia Marsola