Lucro líquido do grupo São Martinho cresce 3,8%

08/11/2012 Açúcar POR: Valor Econômico
O grupo São Martinho, um dos principais do segmento sucroalcooleiro do país, registrou no segundo trimestre desta safra 2012/13, encerrado em 30 de setembro, lucro líquido de R$ 50,5 milhões, 3,8% maior que em igual trimestre do ano passado (R$ 48,6 milhões). O clima mais seco no Centro-Sul acelerou a moagem de cana e os embarques de açúcar da companhia no período. Com isso, a empresa conseguiu embarcar o açúcar previsto para o trimestre e também o produto não exportado nos três meses anteriores devido às chuvas que atingiram a região do porto de Santos (SP) em junho.
O melhor desempenho, segundo o presidente da companhia, Fábio Venturelli, também se deveu aos preços de venda do açúcar pela companhia. "A empresa alcançou boas cotações. A receita com a commodity subiu 49,4% no trimestre, devido à combinação volumes e preços maiores", afirma Venturelli.
Até 30 de setembro, a companhia havia fixado preços de 85% do volume de açúcar que pretende produzir no atual ciclo, o 2012/13, ao valor médio de 24,90 centavos de dólar por libra-peso e câmbio médio de R$ 1,95. O desempenho está acima do alcançado na temporada passada, quando o preço médio de venda da commodity pela companhia foi de 24,67 centavos de dólar por libra-peso ao dólar de R$ 1,71.
Para o próximo ciclo, o 2013/14, a empresa fixou antecipadamente preço de 347 mil toneladas de açúcar ao valor médio de 22 centavos de dólar por libra-peso.
Com o clima mais seco dos últimos meses, as unidades industriais do grupo (três em São Paulo e uma em Goiás, na qual a São Martinho detém 51% em uma joint venture com a Petrobras Biocombustível) conseguiram, ao fim de setembro, superar a moagem atingida em igual período do ano passado.
No acumulado da safra até 30 de setembro foram processadas 8,9 milhões de toneladas de cana, 3,1% acima do registrado ao fim do mês de setembro de 2011. "Pela quantidade e qualidade da cana disponível no canavial prevemos atingir a estimativa inicial de produzir 900 mil toneladas de açúcar e 470 milhões de litros de etanol", afirma Venturelli.
A companhia, que deve processar 12 milhões de toneladas de cana no atual ciclo, registrou no 2º trimestre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 236,3 milhões, 44,9% acima dos R$ 163,0 milhões de igual intervalo do ano passado. A margem Ebitda foi de 43,2%, avanço de 2,3 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
No total, a receita líquida da São Martinho no trimestre cresceu 37,4%, para R$ 546,9 milhões. O faturamento com o etanol hidratado recuou 3,85% no trimestre, diante de um preço 1,5% maior, mas de volumes 5,4% inferiores. "Já a receita líquida com anidro cresceu 41,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, sobretudo em função de volume", completou o executivo.
A dívida líquida da companhia no 2º trimestre cresceu 8,5%, de R$ 1,118 bilhão para R$ 1,213 bilhão na comparação com o trimestre anterior (1º trimestre da atual safra). O gerente Financeiro e de Relações com Investidores da Empresa, Felipe Vicchiato, explica que a maior parte desse aumento do endividamento se deve ao capital de giro demandado nesta fase da safra. "Desse total, R$ 270 milhões são de capital de giro e estoques, comuns para este momento do exercício", detalha Vicchiato.