Made in Ribeirão Preto

15/03/2018 Geral POR: Revista Canavieiros
Por: Diana Nascimento

No dia 31 de janeiro, a AGCO lançou oficialmente uma nova linha para a produção de pulverizadores com as marcas Valtra e Massey Ferguson na fábrica de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.A produção atenderá ao mercado brasileiro e à pauta de exportações da empresa.

O evento, que contou com a presença de Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto; Luís Felli, presidente da AGCO para a América do Sul; Kelvin Bennet, vice-presidente de engenharia para a América do Sul; líderes de classe do agronegócio regional e colaboradores da empresa, marcou a celebração do processo de modernização e expansão da fábrica. Para Felli, trata-se de um momento histórico que reafirma o compromisso da AGCO com o desenvolvimento do Estado de São Paulo e com o mercado brasileiro, afinal, as máquinas chegaram ao Brasil há mais de 55 anos e desde então ajudam o agricultor brasileiro a produzir mais e melhor.

"Já investimos mais de R$ 100 milhões e vamos continuar com o nosso objetivo de buscar o crescimento. Tivemos a ousadia de fazer um investimento em lançamento de novos produtos jamais realizado no agronegócio brasileiro: entre 2017 e 2019 serão mais de 150 novos produtos. Isso traz um desafio enorme para as nossas equipes porque toda a cadeia de produção, desde o desenho do produto até a cadeia de suprimentos e o processo de desenvolvimento de tecnologia, deve estar estruturada para cumprir prazos com custo e qualidade. É um megadesafio", destacou Felli.

O executivo comentou ainda que, no final do ano passado, a AGCO trouxe uma tecnologia até então inexistente no Brasil. A linha de tratores T apresenta um sistema de transmissão CVT que diminui expressivamente o consumo de combustível (redução de 30% no consumo de óleo diesel nas operações mais pesadas e 20% nas médias operações) e emissões, o que implica em grande benefício para o meio ambiente e para a competitividade do produtor.

"O mundo do agronegócio é de commodities. As tecnologias que trazem vantagens, benefícios e mobilidade para que nossa agricultura seja mais competitiva são demasiadamente interessantes e prioritárias na empresa. O Brasil é um dos países mais eficientes do mundo em agricultura e queremos dar a nossa contribuição. A maneira de fazer isso é trazendo novas tecnologias, produtos mais eficientes, econômicos, robustos e melhores do ponto de vista dos operadores para que eles possam ter ergonomia e condição de trabalho. Tudo isso é parte de nosso compromisso", salientou Felli.

Já o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ressaltou a confiança, o entusiasmo e a fé no agronegócio brasileiro. "Nesses duros três anos que passamos, a recessão só não foi mais dramática por conta do setor agro, que virou um referencial. Ainda tentam disseminar em alguns lugares que a agricultura é atrasada, mas quem diz isso não conhece a nossa realidade. Metade dos aplicativos desenvolvidos no Brasil nos últimos dois anos veio do setor agropecuário, o que demonstra o dinamismo do setor e a presença sistemática de busca de produtividade dialogando com temas como a conectividade e a internet das coisas", observou Jardim.

Nogueira, por sua vez, enfatizou a produção, a geração de empregos e o desenvolvimento de produtos voltados para a cana-de-açúcar em um momento promissor na substituição dos combustíveis fósseis.

Pulverizadores


A nova linha de produção de pulverizadores contará com os equipamentos das classes 2 e 3, comercializados para as marcas Valtra e Massey Ferguson. Os pulverizadores da classe 2 possuem capacidade para 2.500 litros e barras de 26 metros enquanto os pulverizadores da classe 3 apresentam 3.500 litros de capacidade e barras de até 36 metros.

A fábrica de Ribeirão Preto terá a capacidade de produzir 500 equipamentos por ano, número que pode ser multiplicado com um segundo turno de trabalho. "Essa linha de pulverizadores nacionalizados é recente e não temos a preocupação de fazer um grande volume inicialmente. Temos a preocupação de demonstrar a qualidade do produto, a eficiência, a resiliência e em entregar o que prometemos ao agricultor", afirma Felli.

O objetivo é também oferecer os pulverizadores para outras AGCO no mundo. O foco principal desse desenvolvimento é atender 90% do mercado interno e a exportação regional. "Acreditamos que os pulverizadores desse porte são bastante interessantes para o mercado interno pela característica do agricultor brasileiro e pela sua estrutura fundiária", citou o executivo.

Ao ser indagado sobre a inserção de novos produtos no mercado diante da queda de renda agrícola de alguns produtores, Felli analisou que isso pode implicar em um desafio adicional para o setor de máquinas, assim como para qualquer outro setor associado à agricultura e ao agronegócio. Mas por outro lado, ele acredita que a busca pela eficiência é a resposta para a queda da renda. "Se olharmos historicamente e fizermos uma conta de custo inflacionado, a agricultura brasileira tem conseguido produzir mais e ser mais eficiente ao longo dos anos. Isso é feito através de novas tecnologias em termos de qualidade de sementes ou características de sementes, novas tecnologias em equipamentos que fazem com que os mesmos sejam mais eficientes ao trabalharem em áreas maiores com menor tempo, recurso e investimento por hectare. Esse é o grande objetivo. Existe o risco, mas a busca da eficiência da agricultura e de toda a cadeia não está nas mãos apenas do agricultor, mas de toda a cadeia que participa do agronegócio e que precisa pensar nessa responsabilidade. O nosso grande desafio é fazer a introdução de todos esses novos produtos, fazer chegar aos agricultores brasileiros essas novas tecnologias", frisou.