A melhora na oferta de cana-de-açúcar nesta safra 2013/14 vai dar um alívio à "conta petróleo" brasileira.
A maior moagem de cana permitirá uma elevação na produção de etanol, o que vai diminuir a necessidade de importação de gasolina.
No início deste ano, período de entressafra na colheita de cana, as compras externas de gasolina atingiram 680 milhões de litros.
A partir de abril, quando o setor sucroalcooleiro passou a ofertar mais etanol, as importações do derivado de petróleo começaram a cair.
Os dados de julho indicavam apenas 91 milhões de litros, volume que praticamente zerou em agosto.
"Para setembro ainda não temos os dados definitivos, mas eles também devem indicar um equilíbrio", afirma Plinio Nastari, presidente da Datagro, consultoria do setor sucroenergético.
Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) diz que a melhora na oferta de etanol neste ano será suficiente para absorver todo o crescimento da demanda de combustível do ciclo otto (gasolina, gás e etanol anidro e hidratado).
Padua diz que o consumo do ano passado foi de 49,4 bilhões de litros, mas que neste ano o país necessitará de pelo menos 3,2 bilhões mais.
"A evolução de produção de etanol desta safra será suficiente para absorver toda essa demanda e ainda reduzir a importação de gasolina em 1 bilhão de litros neste ano", diz Padua.
A redução de importação traz benefício não só para a balança comercial, já que esse 1 bilhão de litros soma US$ 750 milhões, como também alivia o caixa da Petrobras. As importações de janeiro a julho deste ano somam 2,5 bilhões de litros.
Tomando como base os dados da Secex, a Petrobras importa a gasolina a R$ 1,58 e vende a R$ 1,34 por litro.
Nastari diz que o etanol é um alívio para as contas nacionais. Desde 1975, a utilização do etanol evitou gastos de US$ 280 bilhões com a importação de gasolina.
Esse valor corresponde a 74% do total das reservas externas brasileiras, que estavam em US$ 376 bilhões anteontem, segundo o Banco Central. "É preciso que governo e sociedade reconheçam a contribuição do etanol", diz o presidente da Datagro.
A substituição da gasolina importada pelo álcool melhora os negócios internos, eleva a capacidade de produção das usinas e gera emprego, segundo Nastari.
Outro dado importante, segundo ele, é a vantagem ambiental do álcool em relação à gasolina.
ETANOL DE MILHO
O etanol de milho é uma oportunidade, mas é preciso analisar o resultado a longo prazo, diz Nastari. Hoje são válidos as tentativas e os estudos, mas o país deve elevar a produtividade do milho.
O etanol de cana rende 7.100 litros por hectare, enquanto o de milho gera 3.200 litros nos Estados Unidos.
A produtividade dos norte-americanos supera em pelo menos duas vezes a brasileira, o que torna mais viável a produção do etanol do cereal nos Estados Unidos.
Um outro gargalo é que o produto não gera energia, como o bagaço de cana, que alimenta as caldeiras. Isso é uma dificuldade a mais para as usinas brasileiras voltadas exclusivamente para a produção do álcool de milho, segundo Nastari (Folha de S.Paulo, 10/10/13)
Fipe: relação etanol/gasolina sobe a 65,39% na 1ª semana
Apesar dos sinais de alta nos preços do etanol, continua valendo a pena abastecer o veículo com álcool combustível na cidade de São Paulo, como mostram dados divulgados nesta quarta-feira, 09, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A relação entre o valor do etanol e o da gasolina atingiu a marca de 65,39% na primeira semana de outubro, depois de registrar 63,87% no fim de setembro.
"Ainda está mais favorável do que nos últimos dois anos, mas está diminuindo. É normal que suba nesta época do ano. Já não está tão diferente da taxa do ano passado", disse o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Rafael Costa Lima. Na primeira semana de outubro de 2011, a relação etanol/gasolina fora de 70,26%, mas ficou em 66,35% em igual leitura de 2012.
Em outro levantamento, a Fipe constatou que o preço do álcool combustível migrou para o campo positivo, enquanto o da gasolina ficou praticamente inalterado na primeira quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados em 7 de outubro). O etanol saiu de uma variação negativa de 0,50% no fim de setembro para alta de 0,28% no começo de outubro. Já a gasolina passou de 0,07% para 0,08%. Na mesma pesquisa, o instituto informou que a inflação na capital paulista acelerou a 0,29% na primeira quadrissemana do mês, ante 0,25% no encerramento de setembro.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
A melhora na oferta de cana-de-açúcar nesta safra 2013/14 vai dar um alívio à "conta petróleo" brasileira.
A maior moagem de cana permitirá uma elevação na produção de etanol, o que vai diminuir a necessidade de importação de gasolina.
No início deste ano, período de entressafra na colheita de cana, as compras externas de gasolina atingiram 680 milhões de litros.
A partir de abril, quando o setor sucroalcooleiro passou a ofertar mais etanol, as importações do derivado de petróleo começaram a cair.
Os dados de julho indicavam apenas 91 milhões de litros, volume que praticamente zerou em agosto.
"Para setembro ainda não temos os dados definitivos, mas eles também devem indicar um equilíbrio", afirma Plinio Nastari, presidente da Datagro, consultoria do setor sucroenergético.
Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) diz que a melhora na oferta de etanol neste ano será suficiente para absorver todo o crescimento da demanda de combustível do ciclo otto (gasolina, gás e etanol anidro e hidratado).
Padua diz que o consumo do ano passado foi de 49,4 bilhões de litros, mas que neste ano o país necessitará de pelo menos 3,2 bilhões mais.
"A evolução de produção de etanol desta safra será suficiente para absorver toda essa demanda e ainda reduzir a importação de gasolina em 1 bilhão de litros neste ano", diz Padua.
A redução de importação traz benefício não só para a balança comercial, já que esse 1 bilhão de litros soma US$ 750 milhões, como também alivia o caixa da Petrobras. As importações de janeiro a julho deste ano somam 2,5 bilhões de litros.
Tomando como base os dados da Secex, a Petrobras importa a gasolina a R$ 1,58 e vende a R$ 1,34 por litro.
Nastari diz que o etanol é um alívio para as contas nacionais. Desde 1975, a utilização do etanol evitou gastos de US$ 280 bilhões com a importação de gasolina.
Esse valor corresponde a 74% do total das reservas externas brasileiras, que estavam em US$ 376 bilhões anteontem, segundo o Banco Central. "É preciso que governo e sociedade reconheçam a contribuição do etanol", diz o presidente da Datagro.
A substituição da gasolina importada pelo álcool melhora os negócios internos, eleva a capacidade de produção das usinas e gera emprego, segundo Nastari.
Outro dado importante, segundo ele, é a vantagem ambiental do álcool em relação à gasolina.
ETANOL DE MILHO
O etanol de milho é uma oportunidade, mas é preciso analisar o resultado a longo prazo, diz Nastari. Hoje são válidos as tentativas e os estudos, mas o país deve elevar a produtividade do milho.
O etanol de cana rende 7.100 litros por hectare, enquanto o de milho gera 3.200 litros nos Estados Unidos.
A produtividade dos norte-americanos supera em pelo menos duas vezes a brasileira, o que torna mais viável a produção do etanol do cereal nos Estados Unidos.
Um outro gargalo é que o produto não gera energia, como o bagaço de cana, que alimenta as caldeiras. Isso é uma dificuldade a mais para as usinas brasileiras voltadas exclusivamente para a produção do álcool de milho, segundo Nastari (Folha de S.Paulo, 10/10/13)
Fipe: relação etanol/gasolina sobe a 65,39% na 1ª semana
Apesar dos sinais de alta nos preços do etanol, continua valendo a pena abastecer o veículo com álcool combustível na cidade de São Paulo, como mostram dados divulgados nesta quarta-feira, 09, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A relação entre o valor do etanol e o da gasolina atingiu a marca de 65,39% na primeira semana de outubro, depois de registrar 63,87% no fim de setembro.
"Ainda está mais favorável do que nos últimos dois anos, mas está diminuindo. É normal que suba nesta época do ano. Já não está tão diferente da taxa do ano passado", disse o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Rafael Costa Lima. Na primeira semana de outubro de 2011, a relação etanol/gasolina fora de 70,26%, mas ficou em 66,35% em igual leitura de 2012.
Em outro levantamento, a Fipe constatou que o preço do álcool combustível migrou para o campo positivo, enquanto o da gasolina ficou praticamente inalterado na primeira quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados em 7 de outubro). O etanol saiu de uma variação negativa de 0,50% no fim de setembro para alta de 0,28% no começo de outubro. Já a gasolina passou de 0,07% para 0,08%. Na mesma pesquisa, o instituto informou que a inflação na capital paulista acelerou a 0,29% na primeira quadrissemana do mês, ante 0,25% no encerramento de setembro.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.