Mais um ano nada brilhante

03/07/2015 Cana-de-Açúcar POR: Alexandre Enrico S. Figliolino, diretor de agronegócio do Itaú BBA - Revista Canavieiros – Edição 109
Aqui na instituição onde trabalho, no Itaú BBA, dividimos o setor sucroenergético, que ainda está operando normalmente, em três grupos. No primeiro, que chamamos de A, encontramos aquelas empresas que possuem operações extremamente bem estruturadas – fruto de anos e anos de boa gestão -, endividamento dentro de certos limites razoáveis e que apresentam elevada produção e comercialização de energia elétrica. Nesse grupo, as empresas conseguem, mesmo diante da crise, gerar fluxo de caixa livre e baixar endividamento, desde que não façam elevados investimentos.
 
No segundo grupo, que chamamos de B, temos empresas que se mantêm equilibradas, apresentando fluxo de caixa livre ligeiramente acima ou abaixo de zero, mas cuja dívida não explode, e, portanto, possuem todas as condições de atravessarem a crise desde que as condições não piorem ainda mais. No entanto, precisam manter um rigoroso controle de custos e investir exclusivamente na reposição da depreciação.
Já no terceiro grupo, o C, o fluxo de caixa livre ainda é fortemente negativo e o endividamento cresce em níveis elevados de uma safra para outra. Isso ocorre em função de uma dívida elevada e, consequentemente, altas despesas financeiras; e/ou em função de estarem operacionalmente desestruturadas e possuírem um mix pobre de produtos, sem cogeração de energia. Este grupo pode estar com sua sobrevivência seriamente ameaçada caso nada de novo que seja relevante aconteça. Pelos nossos cálculos, este grupo chega a aproximadamente 25% da produção do Centro-Sul, o que é bastante significativo.
Somente para fazer uma comparação, esse volume de cana corresponde a uma
Tailândia e meia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo. Portanto, se não quisermos perder no médio prazo uma parcela produtiva relevante do setor, é recomendável que rapidamente um conjunto de medidas estruturantes seja adotado para salvar o grupo C da falência e animar novamente aquelas empresas do grupo A e B a retomarem os investimentos. Isso viria ao encontro do crescimento da demanda de etanol hidratado e nos pouparia de dispêndios elevados de divisas com importação de gasolina em um momento que precisamos melhorar nosso saldo de balança comercial, importante fundamento aos olhos dos investidores estrangeiros e agências de rating. Além disso, estaríamos retomando o crescimento de um setor capaz de gerar empregos numa vasta cadeia que dele depende – inclusive o de bens de capitais – em um momento em que o País passa por recessão econômica.
Aqui na instituição onde trabalho, no Itaú BBA, dividimos o setor sucroenergético, que ainda está operando normalmente, em três grupos. No primeiro, que chamamos de A, encontramos aquelas empresas que possuem operações extremamente bem estruturadas – fruto de anos e anos de boa gestão -, endividamento dentro de certos limites razoáveis e que apresentam elevada produção e comercialização de energia elétrica. Nesse grupo, as empresas conseguem, mesmo diante da crise, gerar fluxo de caixa livre e baixar endividamento, desde que não façam elevados investimentos.
 
No segundo grupo, que chamamos de B, temos empresas que se mantêm equilibradas, apresentando fluxo de caixa livre ligeiramente acima ou abaixo de zero, mas cuja dívida não explode, e, portanto, possuem todas as condições de atravessarem a crise desde que as condições não piorem ainda mais. No entanto, precisam manter um rigoroso controle de custos e investir exclusivamente na reposição da depreciação.
Já no terceiro grupo, o C, o fluxo de caixa livre ainda é fortemente negativo e o endividamento cresce em níveis elevados de uma safra para outra. Isso ocorre em função de uma dívida elevada e, consequentemente, altas despesas financeiras; e/ou em função de estarem operacionalmente desestruturadas e possuírem um mix pobre de produtos, sem cogeração de energia. Este grupo pode estar com sua sobrevivência seriamente ameaçada caso nada de novo que seja relevante aconteça. Pelos nossos cálculos, este grupo chega a aproximadamente 25% da produção do Centro-Sul, o que é bastante significativo.
Somente para fazer uma comparação, esse volume de cana corresponde a uma
Tailândia e meia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo. Portanto, se não quisermos perder no médio prazo uma parcela produtiva relevante do setor, é recomendável que rapidamente um conjunto de medidas estruturantes seja adotado para salvar o grupo C da falência e animar novamente aquelas empresas do grupo A e B a retomarem os investimentos. Isso viria ao encontro do crescimento da demanda de etanol hidratado e nos pouparia de dispêndios elevados de divisas com importação de gasolina em um momento que precisamos melhorar nosso saldo de balança comercial, importante fundamento aos olhos dos investidores estrangeiros e agências de rating. Além disso, estaríamos retomando o crescimento de um setor capaz de gerar empregos numa vasta cadeia que dele depende – inclusive o de bens de capitais – em um momento em que o País passa por recessão econômica.