Maturação não estressante
24/07/2019
Edições
POR: Revista Canavieiros
Por: Marino Guerra
O modo mais tradicional para se realizar o processo de maturação é através do choque de estresse que é dado na planta com o uso de um herbicida, situação em que o glifosato é bastante comum. O processo consiste em interromper de maneira bastante acentuada o crescimento da cana, fazendo com que ela somente acumule a sacarose em vez de utilizá-la como fonte de energia para o seu crescimento.
Quando utilizado esse método, o produtor corre alguns riscos como o de perder a data programada para a colheita (devido à chuva ou problemas com maquinário), iniciar um processo de perda de açúcar e até mesmo em ter a soqueira prejudicada pela ação do herbicida.
Diante desse contexto, a utilização de maturadores não estressantes, produtos que desativam o hormônio de crescimento da planta, faz com que ela passe a acumular sacarose nos colmos sem iniciar um processo bruto de dessecagem. Isto vem se apresentando como uma interessante solução, já que o produto é reabsorvido pela planta depois de um determinado tempo, afastando o risco de eliminação excessiva de sacarose e contaminação da soqueira.
Para atender essa necessidade, a Syngenta oferta ao mercado o Moddus, produto identificado pela empresa como o único maturador legítimo para a cultura e, por isso, o seu uso otimiza a concentração de açúcar e também gera ganhos no enraizamento e posterior aumento da produtividade nos futuros ciclos.
Sobre a otimização de convergência de sacarose nos colmos, a empresa apresentou um experimento que comparou a sua solução com outras três do mercado e mais uma testemunha. No caso, foram feitas análises da evolução em POL (%) nos intervalos de 0 a 15, 15 a 30, 30 a 45 e 45 a 60 DAA (Dias Antes da Aplicação).
Ao analisar o resultado, o Moddus apresentou o melhor desempenho nas medições de 0 a 15 dias, 15 a 30 dias e também na evolução geral, somadas às quatro medições.
Quanto ao fato de um melhor enraizamento, a empresa explica que o produto libera substâncias no solo capazes de combater fungos ali presentes, o que gera um perfilho adicional no estande, fazendo com que tenha uma performance em cerca de 15 t de cana/ha/ano em cinco ciclos. Esses resultados foram obtidos num experimento realizado em quinze áreas, tendo como comparativo os mesmos produtos do estudo citado anteriormente.
Por se tratar de um maturador não estressante, sua presença na planta é por um período bem maior. Sendo assim, caso tenham dias de pouca luminosidade e calor após a aplicação, ele continua sua atuação evitando a ociosidade característica dos produtos estressantes que precisam de sol para se desenvolver em plenitude.
Um ponto em que o time técnico da Syngenta quer atrair a atenção do produtor quanto à prática do uso de seu maturador é na cana de final de safra, já que ela vegeta mais quando o dia é mais longo do que a noite nesta época do ano (primavera), fazendo com que a sacarose acumulada despenque.
A recomendação da empresa é, caso esteja com folhas receptivas para absorver o produto, executar uma estratégia de maturação, o que influencia positivamente no resultado final.
Seja através da utilização de maturadores estressantes ou não-estressantes ou até mesmo o uso de nutrientes via folha com o objetivo de auxiliar a maturação, o ponto pacífico é que não pensar nessa operação será sempre um bloqueio na busca por ganho de produtividade.